Ruth não parava de ligar, certamente ela recebeu uma mensagem notificando que eu havia ligado o aparelho. Depois de muita insistência eu resolvi atender.
– Orra... Até que enfim... Por onde a senhorita andou? - Ruth pergunta eufórica, eu podia senti pela sua voz. – Bom, aconteceu umas coisas... - eu tento falar antes mesmo que eu pudesse terminar fui interrompida. – Quem era o garoto que você ficou no beco? - ela pergunta. Eu respiro tensa. Como eu poderia saber? Eu nem tinha a intenção de ficar com ninguém, fui obrigada, será que ela estava se referindo ao cara que na verdade quis me estuprar?
Meu estômago embrulha lembrando.
– Que garoto? - pergunto disfarçada. – Não sei. Júlio me falou que viu você indo em direção ao beco escurinho - ela ri - e na verdade não é bem isso que quero saber - ela diz. Eu a interrompo. – O que então? - pergunto ansiosa. – Bom, aquele garoto foi encontrado sem vida. Você estava desaparecida e precisávamos saber seu paradeiro, a família está a procura de quem possa ter feito isso - ela diz. Minhas escápulas se fecham contraindo no minuto em que ouvi sem vida. – Como sem vida? - eu pergunto. – Mestiços são considerados tão inteligentes e você minha amiga às vezes parece que finge demência - ela diz.
Rosno ouvindo seu desdenho.
Abusada!
– Bom a questão é que ele foi encontrado com o pescoço quebrado e com marcas de violência, talvez perfurações de faca, não sei, estou aliviada que você está bem, mas a questão é, aonde caralho você estava? - ela pergunta.
Respiro forte olhando a janela e observando as vezes meu tornozelo.
– Na verdade, Ruth esse cara tentou me estuprar. Uma pessoa me ajudou, mas eu estava inconsciente, não pude perceber aonde eu estava. Eu na realidade não sei o que aconteceu exatamente - eu respondo.
Senti o áudio chiar com a respirada funda de Ruth.
– Em todo caso seria bom procurar a polícia. Agora eu fiquei confusa Japa, você poderia ter me ligado, porque não pediu me ajuda? - ela pergunta.
Porra...eu gritei, eu pedi, se não fosse aquele homem de quase dois metros de altura aparecer em como diria o próprio "seu dia caridoso" talvez vai saber de eu estaria aqui para contar essa história.
Eu pensei enquanto me levantava com dificuldade para ir até o banheiro buscar um analgésico. Mas eu achei que não valia a pena falar disso com ela, ela afinal não entenderia e eu estava começando a achar que ela tinha razão em procurar à polícia. Depois que eu tomei os remédios que eu tinha em casa, eu me despedi dela no telefone e garanti que procuraria uma delegacia assim que me sentisse melhor. Ela ficou enchendo minha cabeça falando o quanto era importante eu ir atrás de prestar um depoimento antes que eu virasse suspeita, na verdade, ela mesma já me procurou dando a entender que eu era uma suspeita da morte do meu quase estuprador.
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Dois dias depois
Eu já me sentia melhor pois estava tomando anti inflamatório e analgésicos para dor. Eu havia ido até a delegacia prestado depoimento e realmente eu estava a todo minuto sentindo que às perguntas que o delegado me fazia eram já me apontando como a principal suspeita. Bom, mas na situação que estava aquele lixo de homem nas fotos que o delegado me mostrou, ele certamente já me olhava com um jeito de que eu precisei de muita ajuda para fazer tudo aquilo.
Naquela mesma noite ao chegar em casa eu já estava indo me deitar quando vi da minha janela o carro preto do homem que me ajudou.
Por Deus que meus cabelos se arrepiaram até o último fio. Eu apaguei a luz do abajur e continuei olhando. Não via nada por causa do isofilm, talvez pudesse ser outra pessoa e não Aquele homem, porque ele estaria na frente da minha casa na verdade? Eu assim que abro a janela para ter mais visibilidade o carro liga dando partida.
– Coisa esquisita! Devo me preocupar? - perguntei a mim mesma. Eu verifiquei todas às portas e janelas da casa mesmo sabendo que não seria difícil para ele abrir tudo e entrar.
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