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Kelvin estava tão ansioso para visitar a possível casa nova deles que até acordou antes do namorado, coisa que dificilmente acontecia. Ramiro estava até babando no travesseiro, de tão profundamente adormecido. O loiro tentou conciliar o sono novamente, mas sentia-se inquieto. Então começou a distribuir beijinhos pelo rosto do seu Rams, até despertar o grandão. Este esfregou os olhos antes de abrí-los e sorrir ao ver seu Kevinho o encarando:

- Bom dia, pequetito... - falou com a voz ainda pastosa.

- Bom dia, meu amor. Vamos conhecer nossa casa? - o baixinho estava mesmo impaciente.

O mais velho acarinhava o maxilar do amado enquanto respondia com doçura:

- Ocê nem sabe se vai ser nossa mesmo.

- Eu tô sentindo que sim. Nosso lar, doce, lar - Kelvin soltou um suspiro cheio de expectativa.


Já ao abrir o portão, o mais novo já ficou encantado:

- Olha, tem um jardinzinho!

- É, tirando os inço e botando um adubo, umas vitamina, vai ficá bem florido de dá gosto - Ramiro observava as plantas com atenção.

O pequetito sorriu admirando o parceiro:

- Vantagens de namorar um agroboy...

- Ocê sabe que sô bom em muitas coisa, né - provocou Ramiro, abraçando o pequetito por trás e acertando um beijinho no pescoço dele.

- Sei bem - eles riram de um jeito cúmplice, e o loiro continuou - mas agora quero saber de ver cada detalhe dessa casa.

- Então vamo - concordou o ex-peão, conduzindo o namorado, sem soltá-lo, para abrir a porta da residência.

O primeiro cômodo era uma sala espaçosa, com uma cozinha americana anexa. Kelvin soltou-se do grandão, e tocou nas paredes, entusiasmado:.

- Adorei! A gente põe uma tv bem grande aqui... e pode comprar um karaokê, só pra nós! Vamos?

- Pode sê... Eu gostei de cantá com ocê aquela noite - respondeu o moreno com um sorriso fofo.

Os dois olharam-se e cantaram ao mesmo tempo:

- Sinônimo de amor é amar...

O baixinho puxou a mão do namorado num rompante:

- Vamos! Ver o resto!

Eles conferiram os dois quartos, um sendo suíte e mais amplo, verificaram os banheiros, a área de serviço. E chegaram no pátio, que era bem espaçoso. Cada um focou em um canto.

- Aqui, saindo da nossa janela, podemos fazer um gatil, pro Bob pegar sol e brincar - explicou Kelvin, imaginando tudo.

Ramiro analisava a terra e as possibilidades:

- E desse lado dá pra fazer uma horta. Posso plantá umas couve, uns tomate, uns tempero...

- Sim! Vai ser uma terapia também pra você - o pequetito juntou-se ao amado, feliz demais com aqueles planos.

- Vai sê bom mesmo tê um pedacinho de terra pra trabaiá, mesmo que seja só dois canteiro - o maior soltou um suspiro de quem reencontrava algo importante da sua identidade. Afinal, ele sempre foi um homem da terra.

- Então... acho que encontramos nossa casinha! - Kelvin pulou dando beijos eufóricos no namorado.


Quando retornaram ao bar, Ramiro percebeu que o baixinho estava com um olhar muito pensativo.

- Que ocê tá caraminholando aí? - perguntou com aquele sorrisinho meio de lado que tinha quando achava fofo o jeito do pequetito.

Garradinho, garradinho...Onde histórias criam vida. Descubra agora