XIII

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O cantor jogou o papel de embrulho no chão e depositou a caixa sobre a cama, sentando-se ao lado. Ramiro observava com os olhos arregalados e atentos. Seus olhos foram ficando mais esbugalhados conforme via o marido tirando objetos estranhos, que ele não conhecia. Um objeto em forma de gota que na parte maior tinha uma pequena haste adornada com uma pedra brilhante. Outro em formato de anel, mas muito grande para um dedo. E o terceiro não precisava de muitas explicações: era um pênis de borracha com vibrador, de tamanho considerável.

- Pra que esse troço, se nóis já temo dois? - Ramiro franziu a testa, incomodado.

- Ah, pra fazer umas brincadeiras diferentes... - Kelvin respondeu com um sorriso sapeca.

- E onde ocê qué bota esse negócio? - o moreno continuava na defensiva

- Ué, achei que você também gostava... - provocou o mais novo.

O grandão fez um bico, daquele jeito que o deixava parecendo uma criança emburrada::

- Gosto de ocê dentro de mim, não desse negócio de borracha. Ocê é quentinho.

O loiro ficava derretido com aquela carinha do marido, e respondeu num tom açucarado:

- Eu também prefiro você dentro de mim. Na verdade, nem sei porque comprei isso. Fui escolhendo um monte de coisa pra aproveitar o frete, porque encomenda pra esse fim de mundo é caro. Essas coisinhas são pra gente se divertir, mas se você não quiser usar, tá tudo bem.

Ramiro suavizou a expressão e sentou-se na cama, junto do seu Kevinho, para ver o que mais saía daquela caixa. O pequetito pegou um tubo de plástico, e deixou que o esposo lesse o rótulo:

- Cu-bos do a-mor. Que ocê inventô agora?

Kelvin abriu o tubo e deixou dois dados rolarem para a palma da sua mão. Mas no lugar de números, havia palavras nos pequenos cubos:

- São dados pra gente brincar. Um tem ações como beijar, lamber, morder, chupar... O outro tem partes do corpo. A gente joga, e tem que fazer o que ficar pra cima.

- Ah, esse eu gostei - Ramiro lambeu o lábio inferior, com um olhar safado.

O baixinho tentou parecer sério, professoral, mas não conseguiu evitar um tom malicioso:

- Que bom, porque vai te ajudar a treinar leitura, de uma forma bem gostosa.

O maior deu uma risada:

- Bem a sua cara mesmo, misturá estudo com safadeza!

- E você bem que gosta - rebateu o outro.

- Quem disse que não? - Ramiro devorava o marido com o olhar.

Kelvin puxou o ar para os pulmões e desviou os olhos para a caixa, antes que jogasse tudo longe e pulasse no colo do esposo:

- Mas a gente vai jogar depois, tem mais coisa aqui que eu comprei - ele pegou alguns frascos - Esse gel aqui esfria, e esse outro esquenta. Comprei também um óleo de massagem com aroma afrodisíaco...

- Que negócio é esse? Frô do quê?- interrompeu o moreno, curioso.

O mais novo tinha um sorrisinho provocante:

- Afrodisíaco - ele repetiu devagar - Serve pra dar mais tesão.

- E nóis precisa disso? - Ramiro deu uma risadinha safada.

- Precisar não precisa, mas pode ser interessante - o loiro mordeu o lábio inferior, sentindo o corpo queimar, e despejou vários pacotes de preservativos em cima da cama, junto com alguns tubos coloridos - Também tem uns lubrificantes pra gente experimentar. E camisinhas, muitas camisinhas.

Garradinho, garradinho...Onde histórias criam vida. Descubra agora