Garradinho, garradinho...

XV

- Gostou, Rams? - o mais novo estava ansioso.

Com os olhos fixos no mar e sentindo lágrimas brotando, o maior murmurou:

- É bonito por demais... uma das coisa mais bonita que eu já vi na minha vida todinha.

- É lindo mesmo - Kelvin sorria de um jeito emocionado - Tô doido pra entrar nessa água com você.

Luana já estava estendendo sua canga e avisou:

- Então vão vocês dois, que eu fico aqui pegando um bronze e esperando meu amor.

O loiro tirou a saída de praia rapidamente, enquanto o marido tirava a camiseta devagar e ficava paralisado com a peça na mão.

- Tira a bermuda também, fica só de sunga - incentivou Kelvin.

Ramiro fez um bico:

- Mas tem muita gente, eu fico com vergonha de ficá assim quase pelado.

O baixinho sorriu, achando muito fofo aquele jeito encabulado do esposo, e falou com doçura:

- Olha em volta. Todo mundo tá de biquíni ou sunga, aqui na praia é normal.

O grandão virou o pescoço para um lado, depois para outro, arregalando os olhos com a quantidade de corpos expostos. Depois olhou para seu pequetito, que o encarava com um olhar encorajador.

- Tá bão - o mais velho deu-se por vencido, removendo a bermuda e ficando meio encolhido.

Luana não se conteve a baixar um tantinho dos óculos escuros:

- Você não tem do que se envergonhar, né, Ramiro? Um corpão desse... com todo o respeito, Kelvina.

- E não é, amiga? Aposto que o Rams é o mais gostoso dessa praia toda - Kelvin devolveu dando uma olhada generosa no marido de cima a baixo.

O moreno estufou o peito e soltou os braços, envaidecido e mais confiante. Deu a mão para o mais novo, e correram juntos para a água, aos risos, parecendo duas crianças. Jogaram-se nas ondas, e o maior engoliu um pouco do líquido.

- Eita que dexaram caí um pote de sal nessa água - comentou rindo e ao mesmo tempo fazendo uma careta,

- É assim mesmo, Rams, o mar é salgado - o loiro riu também, segurando no pescoço do marido para pularem juntos uma onda grande que estava chegando. Ramiro enlaçou o pequetito pela cintura, e depois que a onda passou, foi instintivo juntarem-se em um beijo apaixonado. Quando pararam para buscar fôlego, o mais velho lembrou que estavam em público e olhou em volta, notando que ninguém estava reparando neles. Ali eram livres. Então ergueu o baixinho nos braços e o rodopiou dentro da água. Depois seguiram brincando nas ondas e trocando beijos, por um tempo que não conseguiriam dimensionar.

Quando cansaram e começaram a sair da água, Ramiro não conseguia abrir os olhos e estava agoniado:

- Meus zóio tão ardendo! - reclamou de um jeito manhoso.

- É do sal, vamos ali no chuveiro - respondeu o marido com carinho e conduziu o maior para debaixo da água. Delicadamente foi deslizando os dedos pela face e pelas pálpebras do amado. Até que o moreno abriu os olhos e os enxaguou, piscou duas vezes e sorriu, percebendo que o desconforto tinha aliviado. Então puxou o esposo para junto de si, beijando-o apaixonadamente, sem se importar com mais nada.

Os rapazes voltaram para junto de Luana muito ofegantes, mas uma alegria incomparável. Rodrigo tinha acabado de chegar. Já tinha deixado gravata, casaco e sapatos no carro, e agora se livrava da camisa e da calça, revelando que já tinha saído preparado com um sunga.