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Casa da Família Davis, Los Angels, Califórnia. Noite.

Tinha alguma coisa que não parecia certa aquela noite. Eu tive essa sensação.

— Jo, hmm... Jo, é sério... você tem que me deixar ir agora... minha mãe já começou o jantar. Sabe que ela odeia ah- a-atrasos.

Mas não era por causa desse momento não.

— E quanto eu tirar o seu atraso? — perguntei subindo a ponta do meu nariz pela extensão do pescoço cheiroso de Frances. Os pelos da nuca dela se eriçaram, juntamente com as pernas que involuntariamente tentaram se fechar contra as minhas mãos, mas eu não deixei. Segurei-as suas coxas firmemente e as afastei, apertando-as em seguida, e fazendo a garota arfar com meus toques. Sorri contra seu pescoço. — Hm?

— Eu adoraria... você sabe que eu adoro, Jo... — Frances gemeu baixinho quando eu ataquei seus lábios, a interrompendo. Eu então me coloquei no meio das suas pernas e puxei seu corpo mais pra frente, ficando na beirada daquela pia luxuosa do banheiro dela. Adorava quando Frances usava saias. Além de destacarem aquelas lindas pernas de líder de torcida, era um fácil acesso, sabe. Suas mãos agarraram os fios da minha nuca. Puxando, bagunçando meu cabelo todo, eu não me importava. Dava para ouvir o barulho dos nossos gemidos misturados naquele espaço e o barulho do beijo.

— Espera, Jo, sério... — nos separou ofegante pra caralho. Eu também estava com a respiração descompassada quando ela me puxou pela nuca, firme. Meus dedos estavam prestes a driblar o tecido fino da sua calcinha preta, porém quase transparente, de renda que eu ajudei a escolher. Que bom gosto que eu tenho. — Daqui a pouco minha mãe vai bater aqui pra me apressar. Acho que os convidados já até chegaram.

Eu suspirei derrotada. Ela estava certa. Estava certa e eu excitada, que droga. Isso quase nunca acabava bem pra mim, tipo, em momentos exatamente como esses.

— 'Tá bom.

— Você pode ficar se quiser, posso falar com a minha mãe... — foi a vez de Frances começar a distribuir beijos lânguidos pelo meu pescoço. Queria tentar me levar no papinho gostoso. Logo eu.

Eu dei um sorrisinho nasal tentando me recuperar, mas recuei uns centímetros.

— Não acho a melhor das ideias. Você sabe como a diretora me adora — revirei os olhos e Frances sorriu. Comecei a ajeitar os fios de cabelo dourados do cabelo dela que estavam fora do lugar. — Ela literalmente me chamou de "mau elemento" uma vez. Se não fosse pelo dinheiro da outra lá eu já teria me expulsado da escola há séculos.

Quem tem dinheiro controla tudo mesmo.

— Isso é porque minha mãe desconfia que você fode a filha dela e metade escola. A outra metade é homem, por isso que não é a maioria — Frances tocou a ponta do meu nariz com o dedo e deu um pulo para sair de cima da pia, eu cheguei pro lado pra dar espaço pra ela.

Observei Frances se ajeitar através do espelho. Ela jogou os cabelos de um lado para o outro, decidiu que jogado para o lado esquerdo era melhor. Retocou a maquiagem do rosto até que viu a marca que começava a ficar com uma coloração diferente do tom da sua pele se formando no pescoço.

— Você é uma filha da puta, Jo — me lançou um olhar mortal pelo espelho.

— Eu sei — eu sorri ladino erguendo os ombros.

— Eu te odeio — bufou revirando os olhos e aplicando maquiagem no local, tentando disfarçar o chupão. Ok, agora eu admito que foi mancada minha dar um chupão desse na garota, mas eu esqueci total do jantar. Tanto é que eu achei que a gente fosse chegar nos finalmente de novo essa semana, mas a diretora chegou, a família e aí babou meus planos. Tive que me esconder e tudo. Me senti ridícula, é claro. Tive que me esconder embaixo da cama e tudo. Eu teria falado com a Davis de boa, mas pra ela a Frances tem que fazer o papel da "boa filha". Vou dizer, essa garota podia ser atriz se quisesse. Muito convincente.

Renegade (b.e)Onde histórias criam vida. Descubra agora