XIX

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Zoe parou de se vangloriar depois de um tempo. Jesse estava anotando os placares e nós ate recontamos todos juntos, mas estava certo. Zoe tinha vencido a primeira rodada de levada de nós 5. Tudo bem, eu estava apenas aquecendo.

Bebi mais um pouco do conteudo de vidro da Coca—Cola, estava quase no final. Peguei meu celular em cima da mesa e toquei o botão de ligar a tela, 19:30. Entrei nas mensagens recentes, mas não tinha nada que eu não tivesse visto antes. Bloqueei a tela mais uma vez essa noite e olhei para a porta.

Uma garota estava saindo do boliche enquanto mexia no telefone e um casal entrava simultaneamente.

Nenhum sinal sequer de Jo.

Jesse e Dylan avisaram que iriam pedir mais refrigerantes pra gente. Eu iria querer mais Coca—Cola e Zoe também. Devon, a nova (não tão nova assim) namorada do Jesse, iria qierer uma Coca Diet. Acontece que eles namoraram antes de eu namorar Jesse, mas quando nos terminamos, eles acabaram voltando meses depois. Eles pareciam se completarem mesmo, acabou que todos nos ficamos bons amigos, o qie era incrível. Lydia, a namorada do Dylan, iria querer Dr. Pepper.

— Billie — senti a ponta dos dedos de Devon tocarem as costas da minha mão e eu olhei pra garota de olhos verdes sentada à minha frente.

— Ahn?

— Você escutou o que eu disse?

— Não, foi mal — terminei com o conteúdo da garrafa. — O que foi?

— Acha que ela não vem? — Devon pegou uma das batatas fritas que estava na mesa, mergulhou no potinho de molho e levou a boca. Olhei para as outras duas garotas, todas as 3 estavam com o mesmo olhar de expectativa me olhando.

Droga, minhas amigas me conheciam demais.

— Ela disse que viria, mas está atrasada.

— Não tem nenhuma mensagem avisando nada? — Lydia perguntou. Balancei a cabeça.

— Talvez o trânsito esteja ruim — Zoe sugeriu e pegou algumas batatas também.

É, talvez. Estiquei a mão para pegar as batatas e nós começamos a falar sobre o futuro. Estávamos no ultimo ano escolar e com isso a pressão que já não é pouca, não dobra, ela triplica. Testes, provas, vestibulares, decisões, decisões e mais decisões. Tudo isso enquanto você tenta ainda se encontrar no mundo no momento que parece ser o mais turbulento da sua vida é quase injusto.

— Oh... oi, gente.

Essa voz.

Não poderia ser... certo?

Me virei para trás e vi quem estava atrás de mim.

— Drew?

A morena de cabelos lisos médios me olhou com um sorriso iluminado, da mesma forma que eu me lembrava dele.

— Oi, Bill. Como você está? — ela parecia surpresa em me ver também, mas não tanto quanto eu estava em vê—la.

— B—bem. Nossa, quanto tempo — me levantei saindo do meu estado meio atônito depois que as meninas se levantaram pra abraçar Drew. Eu fiz o mesmo depois. Drew conhecia todas ali, estudávamos juntas também, até ela fazer um intercâmbio para a Inglaterra ano passado.

E consequentemente enterrar o nosso namoro que já estava morto.

Eu e Drew namoramos bons 2 anos. Ela foi o meu último relacionamento. Éramos inseparáveis há alguns anos, mas eu sentia que estava mergulhando mais fundo do que ela, desde o começo. Drew era uma ótima pessoa, não me entendam mal, mas ela só não poderia me dar o que eu queria. Talvez eu seja o problema. Talvez eu precise entender que o amor é como bebida. Mesmo eu nao bebendo, eu preciso entender que ele deve ser na medida. Mas eu não consigo, eu exagero. Exagero quando o assunto é gostar de alguém. Eu sempre me dou 110% e quebro a cara. Quando eu vou aprender?

Renegade (b.e)Onde histórias criam vida. Descubra agora