Frances não entendia o que um "não" significava. A sua vida inteira, sempre teve tudo o que queria. Sempre.
Logo cedo, entendeu que fazer o papel da filha perfeita segundo os olhos dos pais a ajudaria a ter o que quisesse. Um carro bacana, celular, roupas que quisesse, um cartão de crédito que limite alto... e quando seus pais não estivessem prestando atenção, poderia aprontar o que quisesse. Ser ela mesma.
Então ela conhece Jo. Uma garota que não poderia ligar menos para o que a maior autoridade que ela conhecia (sua própria mãe) falasse. Jo não só dizia que não se importava, falar é fácil, não, ela agia assim mesmo. Além de ser uma garota linda que a fazia se sentir bem como ninguém nunca tinha feito antes na cama, Jo era diferente. Ela não lambia o chão onde Frances passava, não estava disposta a fazer tudo que ela pedia simplesmente porque queria assim. Na verdade, Jo agia justamente de forma contrária. Isso era uma novidade para Frances, talvez seja por isso que ela se sentia tão atraída por ela.
Era como um jogo para Frances. Não tinha nada que Jo detestasse mais do que algo que ela não poderia ter. E ela queria Jo. Seu ego necessitava ter Jo para ela, mesmo ela sabendo que Jo não poderia ser de ninguém.
Ou era isso que ela pensava.
Frances observava à distância Jo, que estava sentada à sombra de uma árvore com um livro na mão e um cigarro no outro. Parecia a mesma Jo de sempre, mas ao mesmo tempo, ela estava diferente.
Isso começou quando o problema, com nome e sobrenome chamado Billie Eilish começou a ficar muito próximo de Jo. Essa não a ligava mais, começou a tratar a garota com mais indiferença do que o normal... e como se isso não bastasse, Billie vem se destacando muito nos treinos. Frances desconfiava que a treinadora fosse dar os melhores saltos para Billie nas apresentações. A garota de cabelos negros e rubros brilhava, se destacava. Estava roubando tudo que mais importava para Frances com aquele rostinho angelical, Frances percebia isso, mas não ficaria parada de braços só assistindo como estava fazendo.
Jo estava alheia ainda, concentrada em seu livro, nem reparou como Billie, graciosamente se aproximava dela com um sorriso no rosto que Frances conseguiu identificar.
Frances sozinha, quase sentiu pena de Billie. Jo estava realmente se empenhando no papel, mas depois de todos esses anos que conhecia Jo, ela aprendeu a ver através dela. Ou era o que ela achava, pelo menos. Frances achava que Jo era incapaz de amar alguém além dela mesma e isso estava bom para Frances, que também se achava assim. Não importava que Jo tivesse várias garotas com quem dormisse, desde que no final voltasse pra cama dela depois de um tempo. Mas agora, esse papel de boa moça, monogâmica? Não, isso Frances não acreditava que Jo pudesse ser capaz de ser.
Pelo menos se não com ela, não com ninguém também.
Ela decidiu sair dali. Billie estava bastante próxima de Jo já e ela não aguentaria ver a maior fazendo aquele teatrinho sendo que ela sabia que Jo só queria levar Billie pra cama.
— Advinha quem é? — Billie disse tampando os olhos de Jo, que sorriu automaticamente ao escutar a voz melódica da garota atrás de si e sentir toque suave das suas mãos no seu rosto.
— Hm... uma garota realmente ruim no boliche? — Billie revirou os olhos, mas riu ao se afastar de Jo. Sentou—se ao seu lado no chão, aproveitando a sua companha e a sombra da enorme salgueiro atrás delas.
— Você é um saco — Jo riu com o tom dela e soprou a fumaça do seu cigarro quase no fim. O vento levava a fumaça para longe delas. — Pensei que ia sentar com a gente hoje?
— Eu ia, mas o refeitório é sempre barulhento e cheio de gente — Jo levantou o livro em sua mão esquerda. — Eu peguei emprestado com Liv, é interessante, pra minha surpresa.
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Renegade (b.e)
Fanfiction❝- 𝘗𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘴𝘰𝘳𝘳𝘪𝘯𝘥𝘰? - 𝘝𝘰𝘤𝘦 𝘯𝘢𝘰 𝘧𝘢𝘻 𝘰 𝘮𝘦𝘯𝘰𝘳 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘪𝘥𝘰, 𝘗𝘪𝘳𝘢𝘵𝘢. - 𝘐𝘴𝘴𝘰 𝘥𝘦𝘷𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘴𝘦𝘳 𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢 𝘣𝘰𝘢? - 𝘚𝘪𝘮. 𝘝𝘰𝘤𝘦 𝘧𝘢𝘻 𝘤𝘰𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘧𝘪𝘣𝘳𝘢 𝘥𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘤𝘰�...