XXV

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Estacionei o carro e puxei o freio de mão. Parei atrás de um carrão na porta do casarão de Stella. Hm. Ela deve ter comprado outro. Enfim, dei de ombros e saí do veículo.

Apertei a campainha, mas nada de Theresa atender. Eu olhei para dentro do jardim pelas grades pretas de ferro do portão da garagem, não tinha jardineiro ou qualquer sinal de que tinha alguém ali. Caramba, ela deve estar mal mesmo já que deve ter dispensado os empregados.

Eu até pensei que ela não deveria estar em casa e pensei em ir embora, mas lembrei do carrão aqui da frente descartei a opção.

Peguei o celular do bolso pra ligar pra ela, mas a porcaria descarregou. Cara, eu tenho que aprender a carregar um maldito carregador portátil.

Suspirei olhando para a casa, não tinha jeito de pular aquele portão sem ficar empalada nele e também não tinha como subir pela grade. Dei a volta na casa e encontrei latas de lixo verdes ali perto. Perfeito. Eu teria que pular dela até o muro era alto, mas acho que não iria conseguir. Também acho que não iria me machucar quando descesse. Não muito.

Olhei disfarçadamente pela rua, não tinha nenhum pedestre na rua de trás, mas alguns carros passaram. Subi na lixeira esperando que ninguém visse a cena. Até eu explicar que conhecia Stella, mas que não tinha a chave da casa dela, a polícia já estaria me colocando no carro e lendo os meus direitos.

Recuperei meu ar em cima do muro e, daqui, vi que a janela do quarto dela estava aberta. Eu sabia que estava em casa.

Passei a outra perna para poder descer e procurar de alguma forma alguma pedra mais saliente pra eu poder ir descendo de costas. Estava fazendo um ótimo trabalho, por falar nisso. Poderia trabalhar como espiã se quisesse, eu acho.

Perto de alcançar o chão já, acabei pisando em falso e escorreguei até lá embaixo. Arranhando as mãos, os braços e o cotovelo esquerdo no caminho tentando parar.

Merda. Eu não posso me elogiar mesmo.

Ignorei a ardência no meu corpo e andei até a casa da mulher pelos fundos mesmo. Olhei para aquela piscina chamativa com águas cristalinas refletindo o sol. Passei por ela. Forcei uma das portas de vidro dos fundos e ela se abriu sem problemas.

Entrei na casa dela. Chamei por Stella em todos os cômodos que vi no primeiro andar, mas não tive resposta. Nem sinal de que tinha alguém em casa de novo, mas como a janela do quarto dela, que era no segundo andar, estava aberta, ela deve estar lá.

Andei pelo corredor indo até o último quarto e vi a porta entre aberta e uma sombra se movimentado.

— Ei, Stella, eu liguei pro seu escritório e uma mulher disse que você não 'tava muito legal e veio pra casa. Eu queria saber se você está...

— Isso é inadmissível, Stella! Como você pode ser tão burra?

— Bem... — eu sussurrei pra mim mesma ao ver uma mulher grisalha parando de andar e olhando na direção da Stella, eu acho. Se ela estava gritando assim, não me admira não terem escutado a campainha.

Eu franzi o cenho e me escondi na parede ao lado da porta, mesmo que m elas não tivessem reparado na minha presença.

Mãe, por favor, me escuta...

Caralho. A Meryl Streep era mãe da Stella?

Grávida de novo de um homem qualquer, Stella? Pelo amor de Deus, será que você nunca vai aprender com seus erros? Vai continuar repetindo eles pra sempre?!

Puta.Merda.

Eu comecei a odiar a vovó Meryl Streep em dois segundos, isso era um recorde. Mas como é que a Stella deixava a mãe falar assim com ela? Isso foi me dando uma certa raiva. E, puta merda, eu vou ser irmã de novo?!?

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⏰ Última atualização: Sep 19 ⏰

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