IX

120 16 1
                                    

Honestamente, senão fosse pra dar uma força para Billie, eu não teria vindo pra escola hoje.

Eu não tenho vindo pra escola nos últimos dias, tenho me sentido mal sem saber o porque. Pela primeira vez desde que era criança que eu digo ao meu pai que não estou passando bem e não dá pra ir pra escola, que não é mentira. Mal tenho dormido e de vez em quando as minhas mãos ficam tremendo.

Não era meio cedo para as consequências do cigarro me atingirem de volta? E eu não fumo há 5 dias; talvez isso tudo seja uma maldita abstinência. Mas eu estou tentando parar. Aparentemente não faz bem pra saúde, que viagem.

Enfim, Billie tinha o teste hoje e eu não poderia faltar tantos dias seguidos sem um atestado ou a diretoria chamaria o meu responsável também, e como é Stella quem paga a escola, ela também seria notificada e eu não quero mais ela na minha vida do que está "querendo" entrar.

Agora eu estava sentada no chão do corredor da escola mexendo no celular, distante dos amigos de Billie que também esperavam por ela. Quando eu cheguei, eles ficaram me encarando e eu encarei de volta com a minha cara de sempre, eles logo trataram de desviar o olhar e voltaram a conversar entre si. Então eu peguei meu celular para passar o tempo com o meu celular e aqui estou eu desde então.

Não é como se eu tivesse algo contra eles, eu não tenho mesmo, mas também não tenho nada a favor. E aquele cara Jesse parecia ser estranho, sei lá. Todas as vezes que eu olhava na direção do grupo ele estava sempre sorrindo como um idiota.

Para pôr fim ao meu tédio mortal, as portas do ginásio abriram e Billie apareceu. Um pouco ofegante e com a pelo brilhando um pouco, não dava para ver, mas devia ser por causa do suor.

— E...? — Zoe perguntou ansiosa já que a menor não tinha dito nada. Mas ela nem precisou. Um sorriso de orelha a orelha no rosto de Billie foi a resposta que todo mundo precisava.

Zoe e ela se abraçaram até começarem a balançar de um lado para o outro. Jesse e o outro com cabelo de algodão doce fizeram um high five entre si antes de darem todo um abraço coletivo. Eu dei um sorriso de canto observando Billie toda feliz.

Ela era tão... bonita. Não, linda. Espera, nem isso também. Billie estava tão angelical que era exatamente isso, eu não sabia o que pensar. Ela estava literalmente brilhando.

De repente Frances sai do ginásio também fazendo um estrondo na porta.

Ela não olha pra ninguém ali, como se não tivesse mesmo ninguém ali, mas me lança um olhar feroz e cheio de veneno. Acompanhei com o olhar ela se afastando a passos duros. Qual é o problema dessa garota agora?

Bem, não era problema meu.

— Billie — chamei quando fiquei de pé e todos olharam. Não sabia que todo mundo ali tinha o mesmo nome que ela. —, posso falar com você?

— Você pode vir aqui, Jo — o braço de Billie estava em volta do pescoço de Zoe, que era um pouco maior que Billie. O que não era muito difícil de se conseguir.

— Eu realmente gostaria que você pudesse vir aqui — segurei com mais força a alça da mochila e suspirei. — É particular.

— Vai, Billie. Falamos depois — Billie concordou com a frase de Zoe (ok, talvez eu goste um pouco mais dessa) e beijou a bochecha da mesma antes deles começarem a se afastar.

— Tchau, gente. Vejo vocês depois.

— Tchau, Billie — Jesse acenou.

— Parabéns de novo.

Aguardei pacientemente ela dar mais alguns passos e chegar até mim. Começamos a andar lado a lado em direção ao estacionamento da escola, era a saída mais próxima dali.

Renegade (b.e)Onde histórias criam vida. Descubra agora