Capítulo Quatro

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              Levi Agriche não se considerava alguém ideal. Possuía seus defeitos, suas nuances e principalmente uma personalidade de difícil compreensão.

              Aos desavisados, ele apenas parecia um magnata arrogante e grosso, aos conhecidos, alguém frio e distante, mas para sua família, definitivamente ele era caloroso. Não negava os abraços e beijos que recebia ao chegar em casa, escutava com atenção todas as histórias contadas e se pudesse ter mais tempo, participaria de todas as atividades que sempre eram propostas durante o jantar, como acontecia naquele momento.

               Debaixo do olhar aguçado de Amélia , precisou negar ao pedido dos filhos de participar de qualquer brincadeira depois do jantar pois assim que terminasse deveria sequir até o escritório para terminar a papelada acumulada do dia.

                — Deveria dar mais atenção a eles. — Sua irmã comentou baixo, ao pé de seu ouvido enquanto mexia no próprio prato, como se falasse sobre o nascer do sol, casualmente. — E nós precisamos conversar.

                E como fez a sua vida inteira, Levi ignorou os olhos sagazes atrás das lentes dos óculos. Sendo um homem adulto, bem sucedido e de família formada não via necessidade alguma de dar qualquer satisfação a mulher, mesmo sabendo que o motivo era a mulher envergonhada que havia fugido dali.

             — Será que se pedirmos à Astrid ela vem? —Sofia perguntou a Udo, citando o nome da pessoa que ocupava a mente de Levi.

             — Depois vamos na cozinha pedir. — Respondeu Udo de forma mais comedida e baixa, contrastando totalmente com a personalidade sapeca da mais nova.

              O Agriche não pôde evitar sorrir com o apego rápido dos mais novos pela Yeager , era uma mulher interessante e com certeza não se arrependia pelo convite feito no bar, mas também não poderia se lamentar pela negativa, visto que gostava de jogar e ver o moça se render seria no mínimo interessante.

                Não que ele se importasse com Astrid , realmente não se importava, ele poderia contratar as melhores tutorias do país se houvesse tempo para isso e depois de deixar nas mãos de Amélia , lá estava ela com um possível contato sexual seu trabalhando com seus filhos. Eles não ficariam chateados se a morena fosse despedida, ficariam? Não. Levi sabia estar criando pessoas sensatas, era um apego superficial demais para que sofressem.

                 Não sabia exatamente o que prendia sua vontade em ter aquela mulher , dificilmente sentia atração por alguém do trabalho e quando aconteceu, nas raras vezes em que utilizou de sua heterossexualidade, eram definitivamente bem mais femininas e baixas.

                 Astrid era fofa, mas não beirava a feminilidade, seu rosto carregando um maxilar forte e sobrancelhas marcadas deixava claro um toque masculino presente no corpo alto e esguio. Uma masculinidade sensual e única, pois descendo os olhos pela cintura fina, via-se os quadris bem feitos e as nádegas redondas e provavelmente durinhas.

                  E os olhos, oh, são a cereja do bolo que se chamava Astrid Yeager.

                  — E o que vocês tanto querem fazer que vão substituir seu pai sem remorso? — Amélia  perguntou a Udo e Sofia que conversavam animados entre si sobre a tal brincadeira que fariam com Astrid. Atraindo a atenção de todos na mesa.

                   — Vamos pedir que leia os livros com os fantoches.

                   Sofia disse enquanto tentava pegar um milho com o garfo, cansada daquilo a garotinha agarrou o vegetal com a mão mesmo enfiando na boca em seguida.

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