Levi Agriche não se considerava alguém ideal. Possuía seus defeitos, suas nuances e principalmente uma personalidade de difícil compreensão.
Aos desavisados, ele apenas parecia um magnata arrogante e grosso, aos conhecidos, alguém frio e distante, mas para sua família, definitivamente ele era caloroso. Não negava os abraços e beijos que recebia ao chegar em casa, escutava com atenção todas as histórias contadas e se pudesse ter mais tempo, participaria de todas as atividades que sempre eram propostas durante o jantar, como acontecia naquele momento.
Debaixo do olhar aguçado de Amélia , precisou negar ao pedido dos filhos de participar de qualquer brincadeira depois do jantar pois assim que terminasse deveria sequir até o escritório para terminar a papelada acumulada do dia.
— Deveria dar mais atenção a eles. — Sua irmã comentou baixo, ao pé de seu ouvido enquanto mexia no próprio prato, como se falasse sobre o nascer do sol, casualmente. — E nós precisamos conversar.
E como fez a sua vida inteira, Levi ignorou os olhos sagazes atrás das lentes dos óculos. Sendo um homem adulto, bem sucedido e de família formada não via necessidade alguma de dar qualquer satisfação a mulher, mesmo sabendo que o motivo era a mulher envergonhada que havia fugido dali.
— Será que se pedirmos à Astrid ela vem? —Sofia perguntou a Udo, citando o nome da pessoa que ocupava a mente de Levi.
— Depois vamos na cozinha pedir. — Respondeu Udo de forma mais comedida e baixa, contrastando totalmente com a personalidade sapeca da mais nova.
O Agriche não pôde evitar sorrir com o apego rápido dos mais novos pela Yeager , era uma mulher interessante e com certeza não se arrependia pelo convite feito no bar, mas também não poderia se lamentar pela negativa, visto que gostava de jogar e ver o moça se render seria no mínimo interessante.
Não que ele se importasse com Astrid , realmente não se importava, ele poderia contratar as melhores tutorias do país se houvesse tempo para isso e depois de deixar nas mãos de Amélia , lá estava ela com um possível contato sexual seu trabalhando com seus filhos. Eles não ficariam chateados se a morena fosse despedida, ficariam? Não. Levi sabia estar criando pessoas sensatas, era um apego superficial demais para que sofressem.
Não sabia exatamente o que prendia sua vontade em ter aquela mulher , dificilmente sentia atração por alguém do trabalho e quando aconteceu, nas raras vezes em que utilizou de sua heterossexualidade, eram definitivamente bem mais femininas e baixas.
Astrid era fofa, mas não beirava a feminilidade, seu rosto carregando um maxilar forte e sobrancelhas marcadas deixava claro um toque masculino presente no corpo alto e esguio. Uma masculinidade sensual e única, pois descendo os olhos pela cintura fina, via-se os quadris bem feitos e as nádegas redondas e provavelmente durinhas.
E os olhos, oh, são a cereja do bolo que se chamava Astrid Yeager.
— E o que vocês tanto querem fazer que vão substituir seu pai sem remorso? — Amélia perguntou a Udo e Sofia que conversavam animados entre si sobre a tal brincadeira que fariam com Astrid. Atraindo a atenção de todos na mesa.
— Vamos pedir que leia os livros com os fantoches.
Sofia disse enquanto tentava pegar um milho com o garfo, cansada daquilo a garotinha agarrou o vegetal com a mão mesmo enfiando na boca em seguida.
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A Tutora
RomanceEstava em Toronto fugindo de um passado doloroso e cruel,no auge dos seus vinte e seis anos Astrid Jeaguer só desejava conseguir se esconder do seu inferno pessoal por mais tempo,mesmo que precisasse morar em uma casa no campo,aguentar uma equipe in...