Capitulo Treze

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Quarta feira chegou rápido, a semana se passando como um flash para os moradores da bela casa térrea no interior de  Toronto, as crianças empolgadas pelos eventos que estavam por vir, gritos animados e risadinhas podiam se ouvir pelos cantos do casarão. O sol brilhando majestoso em todos esses dias, esquentando as peles. Astrid, assim como todos os outros funcionários e até mesmo Amélia, cercaram-se do bom humor que se instaurou na casa, acompanhando as crianças nas risadas e nas conversas cheias de sorrisos, até mesmo Levi, com sua carranca natural, soltava seus raros sorrisos, deixando os funcionários chocados, ver a arcada dentária do chefe sempre era um acontecimento.

A morena estava cada dia mais confusa e envolvida, sempre que se via sozinha com o chefe, seja na cozinha de madrugada, no escritório após o expediente ou em seu próprio quarto, que era invadido durante as manhãs, acabava trocando beijos quentes repletos de mãos bobas de ambos os lados, a cada novo contato ficavam mais ousados e se tocar mais profundamente se tornou quase necessidade, mesmo que fosse ela própria quem parasse os avanços sempre que sentia que estavam quase lá. Levi encarava tudo com paciência, se afastando sempre que percebia o desconforto alheio. Apesar disso, não disfarçou os olhares lascivos ao corpo da mais nova sempre que a via pela casa, com gente demais para que pudessem pular nos braços um do outro, tudo que podiam fazer era olhar.

Astrid queria poder dizer que estava bem com tudo, que estava satisfeita e completa, mas não conseguia mentir para si mesma nesse aspecto. De alguma forma, sentia falta de algo, só contato físico rápido com Levi não parecia o suficiente e se pegou puxando assunto com ele durante os breves encontros, envolvendo-se em conversas sobre coisas comuns como música, filmes e até mesmo o "feminismo" de Gabi. Era natural e fácil, ficar na companhia dele se tornou prazeroso e isso deixava a cabeça da Jeager bagunçada, sabia que não podia se sentir dessa forma, as coisas estavam indo rápidas demais e quando Levi conseguisse o que queria, tudo acabaria e ela seria apenas mais uma na lista extensa do grande Agriche.

Com o início da semana Levi voltou a trabalhar, com a marcação de Amélia em cima de seu autocuidado o Agriche passava mais tempo em casa e em consequência, com os filhos. Ainda haviam mágoas e lacunas que a falta causou em cada uma das crianças, Astrid ainda era procurada como intermediária para resoluções simples entre pai e filhos, mas a morena sabia que era assim mesmo, as coisas andariam devagar como deveria ser, se Levi mostrasse em atitudes sua mudança, as crianças então confiariam cem por cento no pai e se entregariam de cabeça ao laço que estava sendo reconstruído.

Astrid acordou, fez sua higiene matinal rapidamente e antes que pudesse ir até às crianças a porta de seu quarto se abriu, sendo trancada ao ser fechada. Não precisou virar para saber quem estava ali, nos últimos dias era quase uma rotina ser visitada ao acordar, inclusive se esforçava para acordar mais cedo e não ser pega de surpresa com o rosto amaçado e com bafo.

— Bom dia. — Levi cantarolou, sentando na cama de casal.

— Bom dia. — Terminou de pentear o cabelo, prendendo as presilhas brancas em cada lado de sua franja. Se virou ficando surpresa em ver o chefe vestido casualmente. — Não vai trabalhar?

Levi negou, levantando uma sobrancelha.

— Hoje é quarta, o jogo do Falco, não é? — Lembrou a tutora, esperando que ela se aproximasse logo. — Amélia e Mikasa estarão na empresa o dia todo, então não vejo necessidade de ir.

— Ele vai ficar feliz de saber disso, todos eles vão. — Falou sorrindo e se aproximando vagarosamente da cama.

— Sim. — O Agriche suspirou, desviando seu olhar para a janela já aberta para receber os raios quentes do dia. — Eles ainda estão distantes, os mais velhos.

A TutoraOnde histórias criam vida. Descubra agora