Capítulo Onze

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     Dormir aquela noite foi difícil para Levi, mesmo que os remédios fizessem que suas pálpebras pesassem e deixasse seu corpo mole, ainda sim sua mente não parou de trabalhar por grande parte da madrugada. Astrid não saia de sua cabeça e negar a atração intensa entre os dois seria idiotice de sua parte. Seja pelo beijo, pelas noites de conversa e as verdades jogadas na sua cara sem nenhuma delicadeza por parte da Yeager, Levi sabia estar perdido pela mais nova e tudo que conseguia fazer em relação a isso era rolar na cama. Definitivamente estava ferrado. Também não conseguia esquecer as informações que Evelyn havia lhe apresentado, Astrid estava sendo uma caixa de surpresas e precisava conversar com ela o mais rápido possível para que só então pudesse tecer seus julgamentos.

Esperava conseguir fazer isso sem atacar seus deliciosos lábios novamente, não queria que a tutora fosse embora, não quando ela fazia tão bem a suas crianças.

— Porcaria... — Resmungou revirando na cama e fechando os olhos.

Novamente se lembrou da forma como sua boca encaixou tão bem aos lábios carnudos de Astrid, dos suspiros agradáveis e do corpo macio sob seus toques. Apesar de Astrid ser uma mulher consideravelmente alta, ela era mais magra que ele e toda a sua postura derretida fez com que parecesse uma gatinha mansa braços do mais velho. Sacudiu a cabeça e tentou se forçar a dormir, resolveria toda aquela situação no outro dia, precisava resolver.

Na manhã seguinte não disfarçou o orgulho que sentiu quando soube que Kaya poderia participar de um programa na Tv para cantores jovens, conseguindo uma audiência, uma chance entre centenas de outras, graças ao seu mais puro talento. O silêncio da adolescente sobre o assunto foi claro para cada um naquela sala. Ela não queria falar sobre e todos respeitaram, voltando a rotina atarefada daquela manhã chuvosa de sexta-feira silenciosamente.

Levi observou a tutora terminar de ajeitar as crianças e trocar algumas palavras com Falco e Gabi antes de sair para terminar suas obrigações, resolveu que deveria falar com ela naquele momento, sentia que a tutora estava fugindo e não deixaria isso acontecer.

— Yeager. — Todos pararam o que estavam fazendo para prestar atenção no que o mais velho diria, revirando os olhos com a curiosidade alheia, Levi continuou a falar. — Após o café da manhã vá ao escritório, precisamos conversar .

A morena constrangida acenou com a cabeça antes de sair dali, praticamente correndo. Amélia olhou para a porta e em seguida para o irmão, mas não foi permitido que começasse seu interrogatório pois o outro Agriche se levantou, ignorando a irmã propositalmente beijou a testa cada filho antes de sair da sala de jantar, seguindo ansiosamente para seu escritório sob o olhar desacreditado de Amelia.

— Ele te ignorou. — Falco comentou com falsa inocência, Gabi riu da cara da tia enquanto Kaya, ainda distraída com as informações recém adquiridas, apenas balançou a cabeça.

(...)

Quando Astrid entrou no escritório Levi estava sentado na cadeira confortável atrás da única escrivaninha do cômodo, caneta girando nas mãos, denunciando a ansiedade que seu rosto impassível esconde e costas descansando no encosto da enorme cadeira que mais parece uma poltrona.

— Senta. — Sua voz saiu mais rouca do que o normal, fazendo a Yeager encolher os ombros enquanto se dirige até a cadeira na frente do chefe. Este que cruzou as pernas e apoiou as mãos cruzadas sob o joelho, deixando seu olhar analisador percorrer por todo o corpo esbelto de Astrid.

Precisou respirar fundo e ajeitar a gola de sua camisa para disfarçar, não queria começar aquela conversa beijando-a novamente.

— O senhor está melhor? — Astrid puxou assunto, tentando inutilmente quebrar a óbvia tensão que se instaurou no ambiente.

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