Avery
Sempre adorei o Halloween. As decorações, os doces, as celebrações e as lendas eram deliciosamente assustadoras. Desde pequena, nunca deixei de comemorá-lo. Mas este ano...
O que estava acontecendo comigo?
Será que aquele idiota com cabeça de...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
♫Bubblegum Bitch - MARINA♫
☠
Jack lançou uma maldição sobre a minha existência.
Depois de sairmos juntos da fraternidade, encenando um romance, empurrei aquele pedaço de merda arrogante para longe de mim. Ele montou naquela máquina mortífera, que carinhosamente chamava de moto, que estava posicionada do estacionamento próximo a fraternidade e desapareceu. Naquele mesmo instante, tentei ignorar todos os problemas que o envolviam e caminhei até a oficina mecânica mais próxima para que consertarem o meu carro. A verdade é que meu amado conversível não sofria apenas com pneus furados, mas também com uma série de problemas decorrentes do desuso. Isso significava que levaria uma eternidade para ficar pronto e que custaria uma fortuna.
Além desse pequeno problema também evitei as garotas durante toda a semana, certa de que elas me questionariam sobre Jack. Já estava exausta de inventar desculpas como dor de cabeça, trabalhos da universidade por causa do fim do semestre, cólicas menstruais e qualquer outra desculpa que pudesse usar para me esconder ou ficar em silêncio no refúgio do meu dormitório. Não queria ser questionada sobre ele e muito menos ter que encontrar alguma mentira para explicar a nossa relação doentia. Se é que poderia chamar aquilo de relação.
Recebi uma nota baixa em uma das provas de antropologia, ganhei uma espinha monstruosa em meu queixo, torci o tornozelo na tentativa frustrada de me exercitar e depois tropecei a caminho da biblioteca, espalhando meus livros e caindo de bunda no chão em frente a um grupo de estudantes. Além disso, não conseguia me concentrar nos meus estudos ou nas coisas que amava. Tudo isso em uma semana. Parecia ser o preço a pagar por ter cruzado o caminho de Jack. Era como se ele tivesse lançado uma sombra sobre minha vida, um véu escuro que obscurecia minha alegria e me impedia de ver a luz. Era uma desgraça que nunca pedi, mas que agora era forçada a viver com ela.
Jack sumiu nos últimos dias, mas um pressentimento sombrio começou a me assombrar. Comecei a suspeitar que aquele desgraçado possuía um boneco vodu com a minha aparência e estava lançando maldições em minha vida quando não estava por perto. No entanto, eu precisava banir esses pensamentos e me concentrar no que realmente importava: a universidade.
Que o inferno engula minha mãe e seu novo emprego, as minhas amigas da fraternidade, a conversa que tive com Sidney e Jack com o seu desejo mórbido de arruinar minha vida. Eu desejava que tudo e todos se fodessem, pois não já estava no meu limite com toda aquela merda.
Eu não queria saber de mais nada além dos meus estudos, e precisava me concentrar neles, pois era a única coisa que Jack não poderia arruinar.
Bem, pelo menos, era o que eu esperava...
Vestindo um moletom branco que escondia meu cabelo bagunçado e as marcas arroxeadas nos pulsos, junto com um jeans rasgado e um tênis confortável, sem qualquer maquiagem que pudesse esconder a vermelhidão deixada pela espinha e as olheiras profundas sob meus olhos, cheguei mais cedo na primeira aula de quinta-feira — a qual Jack havia feito questão de estragar na semana anterior. Sentei-me na última cadeira do canto direito da sala, disponível na última fileira, onde ninguém poderia se aproximar de mim. Joguei minha bolsa no chão e peguei meu tablet, pronta para absorver a aula e depois desaparecer.
