CAPÍTULO 33: Goodbye, Little Witch...

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♫Turning Tables - Adele♫ 

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♫Turning Tables - Adele♫ 


A magia do Natal, inebriante e contagiante, se espalhava pelo ar...

Pessoas em desespero corriam pelo shopping na antevéspera natalina, numa dança frenética de última hora. Crianças, como pequenos cometas, gritavam pelos corredores enquanto os pais, exaustos, tentavam contê-las. Músicas festivas ecoavam pelo ambiente, criando uma trilha sonora para a cena caótica. Decorações brilhantes preenchiam cada canto, transformando o shopping num palco psicodélico de uma loucura coletiva. E, como num conto de fadas distorcido, os preços de tudo inflacionavam, pois sabiam que haveria pessoas desesperadas que se lembrariam de comprar algo apenas no último minuto.

Eu me incluía entre essas pessoas, havia esquecido de comprar os presentes de Natal. Tinha planejado tudo meticulosamente, cada detalhe, cada decoração, exceto os presentes para minha mãe e Steven, que recentemente passou a fazer parte de nossa rotina. Não fazia ideia do que dar a eles, mas ao chegar ao shopping e ver as inúmeras opções, optei por dois suéteres iguais para casal. Reconhecia que era brega, mas o que mais poderia dar a eles? Simplesmente não sabia. Apesar de ter comprado apenas dois presentes, carregava dez sacolas. Afinal, acabei me presenteando com algumas roupas novas, maquiagem e alguns produtos de beleza.

No entanto, passei tantas horas naquele lugar por causa das filas enormes, quebrando a cabeça para, no final, comprar dois suéteres vermelhos e analisando a infinidade de opções, que já estava tarde e meu celular havia descarregado. E a cereja do bolo... eu estava sem carro.

Parecia uma espécie de maldição. Todos os últimos feriados daquele ano estavam sendo assombrados por algum contratempo. Era como se uma nuvem cinzenta pairasse sobre mim, transformando cada comemoração em um desafio.

Novamente, meu carro estava possuído por algum demônio mecânico indeterminado, me forçando a recorrer aos motoristas de aplicativos. No entanto, não antecipei que a bateria do meu celular acabaria e que nenhum táxi estaria disponível.

Passei longos minutos, que pareciam horas, em um labirinto de pensamentos buscando uma solução. Quando finalmente percebi que a melhor opção teria sido comprar um carregador em uma das lojas e encontrar uma tomada, já me encontrava vagando pelas ruas gélidas de Salem. As botas brancas de salto afundavam na neve, e eu me encolhia em meu trench coat da mesma cor, sentindo o frio cortante quase congelar a ponta do meu nariz e o meu cabelo.

Sim, a loucura natalina havia consumido meus neurônios.

Acreditei, na minha inocência, que dada a proximidade do shopping à minha casa, seria possível retornar a pé ou encontrar algum ônibus ou táxi no caminho. No entanto, já me arrependia profundamente dessa decisão. Com os pés latejando de dor e as sacolas dificultando minha locomoção, percebi que retornar ao shopping seria uma péssima ideia, especialmente porque já estava na metade do caminho.

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