CAPÍTULO 28 - A Última Travessura

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♫Just Pretend - Bad Omens♫

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♫Just Pretend - Bad Omens♫


MINISTÉRIO DA A.G. MAYDOX ADVERTE: Este capítulo pode causar confusão, tensão, animação, paixão, excitação e raiva. Se os sintomas persistirem, por favor, não ameace a autora de morte.


O silêncio quase podia ser palpado, nos envolvendo como uma capa pesada e sombria durante todo o trajeto de Salem até Boston. Entramos no estacionamento do prédio e ascendemos ao vigésimo andar. Durante todo esse tempo, nem eu nem Jack proferimos uma palavra. Nosso silêncio era apenas preenchido pelos sons externos ao nosso redor e pelo ruído de nossas respirações ansiosas, cada uma delas parecendo ecoar no espaço confinado durante o percurso efêmero do elevador.

Ao atravessarmos o longo corredor e chegamos ao seu apartamento, Jack abriu a porta com um gesto silencioso, me permitindo entrar novamente no local que deixei os rastros do nosso caos na última vez que estive ali. Ele fechou a porta atrás de nós, o som suave do fechamento ressoando no silêncio. Deixou sua jaqueta e capacete sobre a bancada, os objetos parecendo estranhamente deslocados no ambiente meticulosamente organizado. E, sem dizer uma única palavra, ele se afastou, seus passos nas botas pretas ecoando no piso escuro enquanto caminhava até a cozinha, indo diretamente à cafeteira.

A situação, assim como tudo o mais, me deixava angustiada pelas palavras não ditas entre nós. A tensão no ambiente era quase tangível, aumentando gradativamente a cada segundo que passava. Enquanto me acomodava na pequena banqueta da bancada, colocando minha mala cuidadosamente ao lado de suas coisas, o observei com atenção. Ele pegou uma caneca, a cerâmica fria em suas mãos grandes, e a encheu com o café, o aroma rico e forte do cafeína recém-preparada enchendo o ambiente e se misturando com o cheiro nicotina e a sua cítrica colônia masculina.

— Está com fome? Quer alguma coisa? — perguntou de repente, rompendo o silêncio entre nós. Apesar da preocupação evidente em sua voz, seu tom não soava amigável.

— Não — respondi, sibilando um suspiro profundo.

Jack, então, apoiou seu quadril em um dos armários, posicionando-se de frente para mim. Por baixo de sua camiseta preta, era possível perceber a tensão em seus músculos. Seus olhos cansados revelavam uma necessidade quase desesperada da cafeína que estava consumindo para se manter acordado.

Eu o encarei, meus cotovelos apoiados na bancada, aguardando que ele iniciasse a conversa. Suas íris negras me observavam com uma intensidade brutal, analisando meus movimentos da mesma forma que eu analisava os dele. Permanecemos assim por longos minutos, sem proferir uma única palavra. O silêncio era tão profundo que eu conseguia ouvir o som dos meus batimentos cardíacos e a minha respiração contida. Qualquer movimento mínimo, como o roçar de seus jeans ou o som da minha perna impaciente, parecia amplificado.

Jack's RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora