Avery
Sempre adorei o Halloween. As decorações, os doces, as celebrações e as lendas eram deliciosamente assustadoras. Desde pequena, nunca deixei de comemorá-lo. Mas este ano...
O que estava acontecendo comigo?
Será que aquele idiota com cabeça de...
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♫Outta My Head - Omido♫
☠
Três dias.
Já se passaram três longos e inquietantes dias. O sono, que deveria ser um refúgio, tornou-se um campo de batalha. Sempre que tentava me render a ele, minha mente despertava em um estado de alerta agudo. A sensação de criaturas peludas rastejando em minha pele durante o sono era perturbadora, quase palpável. Os pesadelos repletos de aranhas, emergindo das profundezas do meu armário no meio da noite para me devorar. Essas visões noturnas me assombravam, tornando cada noite uma luta pela sanidade.
Maldição!
Cora, que por uma razão inexplicável, tinha uma afeição por aranhas, tentou me tranquilizar. Ela me assegurou que, mesmo que uma dessas criaturas tivesse permanecido em algum recanto escondido do meu quarto, nada de prejudicial ocorreria. Com uma calma desconcertante, ela explicou que a toxina das tarântulas eram inofensivas para os humanos. No pior dos casos, poderia causar urticária devido aos pelos repulsivos que cobrem seu corpo e abdômen. No entanto, apesar dessas garantias, o terror que sentia daquelas coisinhas horrendas impediam que eu encontrasse a paz em meu próprio quarto.
Em consequência do sono interrompido, meu corpo estava exausto, minha mente parecia uma névoa e meu humor estava no fundo do poço. A situação foi agravada pelo desempenho ruim na última prova e pela nota desastrosa que recebi no meu trabalho. Parecia que Jack, mesmo distante e sem fazer muito esforço, estava sabotando minha vida.
Maldita seja aquela cabeça de abóbora!
Depois de aplicar camadas de maquiagem no rosto para disfarçar as olheiras profundas sob os meus olhos e a expressão de cansaço, escolhi um vestido branco de gola alta. Um trench coat bege claro que complementava as botas de cano alto com saltos, juntamente com meias-calças que cobriam minhas pernas. O visual estava completo, projetado para esconder o quão mal eu estava me sentindo.
Com minha bolsa nos ombros e sabendo que a fraternidade estaria praticamente vazia àquela hora, desci as escadas. Entrei na cozinha com a intenção de preparar um café forte o suficiente para me manter acordada. No entanto, para minha surpresa, as garotas já estavam em alerta.
— Olha quem caiu da cama — brincou Michelle, confortavelmente sentada no banco da pequena ilha da cozinha, acompanhada de Cora, que estava absorta em seu notebook. Pamela, por sua vez, estava ocupada preparando o café.
— Parece que todas nós caímos da cama — brinquei, embora minha voz estivesse desprovida de qualquer humor.
— O que faz acordada tão cedo? — indagou Pamela, enquanto servia sua caneca com o café recém-preparado.
— Não consigo dormir — respondi de forma sucinta, depositando minha bolsa sobre a superfície da ilha e pegando uma caneca nos armários. — E vocês?
