CAPÍTULO 34: Goodbye, Pumpkin Head...

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♫Another Life - Motionless In White♫

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— Feliz Natal!

— Apenas se for para você — murmurei, deixando escapar minha irritação. Ignorei o morador do prédio que já estava visivelmente alcoolizado antes mesmo da ceia. Ele ria alto, o som estridente cortando o ar gelado da noite.

Na infância, o filme do Grinch era como uma tradição anual. A figura verde e amarga que odiava o Natal era apenas uma fonte de diversão na época. Porém, à medida que os anos passavam, comecei a me identificar com ele.

E, naquele momento, atravessando o estacionamento, ignorando o idiota bêbado do outro lado, me vi refletido no olhar do Grinch ao observar os habitantes de Quemlândia.

Um feriado idiota para um bando de idiotas ainda maiores.

Caminhei até o elevador, e ao adentrar o pequeno espaço, me rencostei na parede, cruzando os braços sobre o peito. Observava entediado o elevador subir até o vigésimo andar. O cansaço que sentia não era apenas físico, mas sim uma exaustão que permeava minha mente.

Em poucos dias, estaria me mudando para Los Angeles para supervisionar a criação da nova filial da Fortress. Abandonaria a segunda faculdade, procuraria um novo apartamento e enfrentaria uma montanha de burocracia com a contratação de funcionários e outras trivialidades que ocupariam minha mente. Precisava, portanto, ter clareza mental para focar no que realmente importava, e aproveitar aquele feriado tolo para descansar era a única solução.

A ironia de tudo isso era que, assim como o Grinch, eu estava isolado em meu próprio mundo, observando os outros se divertirem. Mas, ao contrário do Grinch, eu não tinha um coração pequeno que pudesse crescer. Eu tinha apenas uma realidade fria e dura que estava prestes a se tornar ainda mais complexa com a mudança para Los Angeles. E, assim como o Grinch, eu estava esperando que, de alguma forma, o espírito do Natal passasse por mim e me deixasse em paz. Mas, no fundo, eu sabia que isso era apenas um desejo vão. Afinal, o Natal é para os otimistas, e eu havia deixado de ser um há muito tempo.

Ignorei as mensagens incessantes de minha mãe, recusei o convite de meu pai e concedi folga aos meus funcionários, desejando ficar imerso em minha própria solidão. Era assim que eu lidava com essas datas comemorativas estúpidas nos últimos anos: me mantendo ocupado, afastando qualquer intrusão que pudesse perturbar minha paz, até conseguir dormir.

Meu único propósito para aquele dia era me afundar no trabalho, acompanhado de uma bebida forte e de um maço de cigarros, bloqueando tudo que pudesse interferir em minha busca por paz.

Entretanto, ao chegar ao meu andar e iniciar a caminhada pesada em direção ao meu apartamento, que em breve não seria mais meu, meus olhos foram atraídos por uma caixa de presentes cuidadosamente disposta no chão. Seu enfeite vermelho e o laço exagerado a tornavam difícil de ignorar.

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