CAPÍTULO 14: Doce Drama.

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♫Overdose - Acer Spade♫ 

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♫Overdose - Acer Spade♫ 

A sala estava envolta em sombras, e a única luz vinha do brilho pálido dos monitores. A fumaça do cigarro dançava no ar, criando uma atmosfera quase etérea. O suor descia pela minha pele, uma lembrança física da tensão que me consumia. Meus olhos, fixos na tela dos monitores, mal piscavam, absorvidos pelo trabalho e obsessão que exigiam minha atenção ininterrupta.

Sentado no aparelho de supino, eu alternava entre o exercício físico e o mental, uma tentativa de manter o equilíbrio em meio ao caos. Uma pausa para me hidratar e acalmar o ardor em meus pulmões com mais uma tragada, mas minha rotina foi interrompida pela presença de Avery. Ela havia emergido de um sono agitado, finalmente se aproximando de seu próprio notebook com os movimentos lentos e desajeitados enquanto ela lutava para se concentrar na apresentação do seu trabalho que se aproximava, sem se dar conta que eu ainda a observava pela câmera de seu computador.

Avery estava diferente naquela manhã. Sem as tiaras infantis ou a máscara de beleza que frequentemente adornavam seu rosto, ela parecia vulnerável. As olheiras marcadas sob seus olhos contavam histórias de noites mal dormidas, e seu cabelo, normalmente impecável, estava desgrenhado e selvagem. A camiseta do Star Wars, grande demais para seu corpo esguio, parecia engoli-la, e seu olhar perdido refletia um cansaço que ia além do físico.

Ela estava visivelmente abalada, uma sombra de sua antiga vivacidade. Eu deveria ficar feliz com a sua dor, mas, paradoxalmente, isso me perturbava. Não era por minha causa que ela estava assim, e isso me incomodava mais do que eu gostaria de admitir.

O Halloween que eu meticulosamente planejei para ser uma noite de terror e vingança havia se transformado em um pesadelo inesperado. Eu não esperei pela interrupção abrupta, nem a tentativa vil daquele homem de machucá-la, e certamente não previ que me perderia nos prazeres que existiam entre as suas pernas. A noite provou que eu havia ido longe demais, mas não da maneira que eu havia calculado.

Minha intenção era clara: fazer Avery experimentar o medo que ela me fez sentir, pagar por cada momento de angústia psicológica que ela me infligiu. Eu queria me deleitar com sua tortura, mas a realidade se mostrou cruelmente diferente. Ela havia passado por algo terrível, algo que eu não desejaria nem ao meu pior inimigo. E agora, contra toda a lógica, minha obsessão por ela só se intensificava.

Não, minha obsessão por Avery não era romântica; isso seria patético e estúpido, pois eu a detestava. Contudo, apesar da compaixão pelo seu infortúnio, o desejo de vê-la sofrer ainda ardia em mim. Queria extrair prazer dessa dor, ciente de que não era saudável, mas que diferença fazia? Minhas noites eram curtas, e o tabaco era meu constante companheiro.

Minha atenção, antes presa ao monitor, foi para o celular que insistia em piscar e vibrar em cima da mesa ao lado das telas dos computadores, mesmo naquela hora da manhã. Eram assuntos da empresa, e eu ansiava por um respiro daquele insípido mundo dos negócios.

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