CAPÍTULO 35: The End of Halloween

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♫The Summoning - Sleep Token♫

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♫The Summoning - Sleep Token♫

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Em meio à escuridão que engolia meu antigo quarto, meus olhos se abriram. Um silêncio tão profundo e abrangente que parecia ressoar em meus ouvidos, preenchendo o vazio com sua presença opressora. Meu coração pulsava forte, batendo um ritmo frenético que reverberava por todo o meu corpo. Parecia que eu havia despertado de um pesadelo sufocante, mas a realidade era ainda mais estranha. Minha consciência havia sido arrancada do sono por um barulho retumbante que parecia vir de dentro da casa. No entanto, dada a quietude que naquele instante reinava, comecei a suspeitar que fosse apenas uma peça que meu subconsciente estava pregando em mim, um eco de um sonho esquecido.

Com movimentos cuidadosos e incertos, tateei sob o travesseiro, buscando o meu celular. O encontrei e acendi a tela, iluminando brevemente o quarto com sua luz azulada. Eram três horas da madrugada de Natal. Um suspiro escapou dos meus lábios enquanto eu me levantava, sentindo o peso da exaustão em cada músculo. A decisão de tomar um sonífero da minha mãe para conseguir dormir cedo na noite anterior agora parecia um erro. A sensação de desorientação e a batida constante em minha cabeça eram um lembrete cruel de que nem sempre as soluções rápidas são as melhores.

Ela e Steven, provavelmente, estavam juntos na casa vizinha, conforme falaram que fariam após a nossa ceia e troca de presentes. A verdade é que eu não estava em condições de comemorar. Apesar de ter preparado toda aquela decoração grandiosa e comida, o reencontro com Jack na antevéspera de Natal, a notícia de que ele se mudaria para Los Angeles e minha ação impulsiva de passar a madrugada fazendo um presente e escrevendo aquela carta para ele, perturbaram minha paz interior.

Na manhã anterior, dirigi o carro de minha mãe até o apartamento dele em Boston e deixei a caixa em frente à sua porta. Eu tinha a esperança de, pelo menos, ter uma despedida decente. Não sei bem o que esperava com tudo isso. Uma parte de mim, uma parte infantil e tola, queria que ele lesse aquela carta e reconsiderasse tudo. Talvez, quem sabe, me enviasse uma mensagem.

Mas eu sabia que era uma estupidez, uma loucura. Aquilo foi realmente para conseguir encerrar um caso mal resolvido, para eu conseguir me despedir, não apenas dele, mas também dos meus sentimentos angustiantes. Era necessário para que eu finalmente pudesse seguir em frente.

Consumida pela ânsia e angústia que aqueles pensamentos incitavam, decidi me abster de comemorar o feriado e buscar refúgio em um sono profundo. Precisava desligar minha mente, numa tentativa desesperada de sufocar os sentimentos que inundavam meu peito, ameaçando me roubar o ar.

Sim, o meu Natal estava uma grande merda.

Em vez de me entregar ao choro ou passar horas insônia rolando na cama, atormentada por pensamentos indesejados, decidi que me concederia um pequeno prazer. Comeria a sobremesa — uma torta — acompanhada de um grande copo de leite e assistiria a um filme de terror. Sabia que, se optasse por um romance, as lágrimas seriam inevitáveis.

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