CAPÍTULO CINQUENTA E UM

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BREYA

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BREYA


Namorando.

Michael e eu estávamos namorando. Palavras que saíram da boca do próprio.

Ainda não consigo saber o que é mais estranho para mim: o fato de que enquanto eu sentia a dúvida de não saber o que somos me corroer por dentro, ele simplesmente disse que estávamos juntos - namorando -, com toda a facilidade do mundo. Ele nem mesmo pensou antes de dizer, e não vi nenhum arrependimento depois disso.

E pior ainda, eu gostei. 

Gostei para caralho.

Quero dizer, eu não gostei da parte em que eu sabia que seria ainda mais odiada entre as garotas de Dalton School, ou da parte em que eu me tornaria o alvo mais fácil de ataque delas. Gostei muito menos de saber que a partir de agora, eu estaria totalmente limitada a qualquer ser masculino que chegasse por perto. Porque, convenhamos, todos que já conhecem Michael Daley, mesmo que seja por sua reputação, sabem como ele é... Egoísta.

Egoísta porque ele sequer pensa antes de agir. Isso significa que ele pode te machucar com qualquer coisa, palavras ou até mesmo atitudes, e simplesmente não se importar com isso. Egoísta porque, se ele acreditar que está fazendo algo para o "seu bem" e você ser contra isso, ele irá pouco se foder para você e o que você acha.

Então, por que diabos eu gosto da ideia de ser a namorada de alguém assim?

Por que eu não abri a minha boca e disse " Não, eu não quero, e não vou ser a sua namorada. "?

Tipo, eu já tenho planilhas mentais, lembretes, alertas vermelhos e tudo o que possa me lembrar constantemente de todas as coisas que deveriam me fazer sentir o oposto de tudo o que sinto quando estou com ele. Ou quando ele me diz coisas que eu sei que ele não disse para mais ninguém além de mim. E quando ele me toca, sempre me dando aqueles arrepios idiotas e borboletas no estômago.

Malditas borboletas!

Talvez eu deva procurar um terapeuta ou algo assim. Tenho certeza de que, assim como eu, ele culparia essa atração que sinto por Michael, em tudo o que já passei antes com meu pai. Ou melhor, tudo o que não passei com ele. 

Andei pensando sobre isso há alguns dias, e, se analisar bem, até que faz sentido. Toda essa coisa possessiva de Michael sobre mim, o instinto de proteção dele comigo... É um combo de coisas que ele faz que me tira do chão, como se eu precisasse dele mais do que qualquer coisa na vida. Me entorpece, me tira o ar e me deixa louca, como se eu precisasse tanto, mas tanto, que não pudesse mais viver sem.

E é quando isso acontece, que eu tento mais do que nunca lembrar de todas as listas mentais que já fiz para mantê-lo longe de mim. Mas já é tarde demais quando meu sistema está todo afetado por um par de olhos verde-oliva, um certo cabelo raspado e loiro, pele bronzeada cheia de tatuagens e todo o resto de Michael.

NOCAUTE (continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora