Cap 2// Violinista Intrigante

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Olho para cima, já pisando na calçada da galeria, caminhando com meus pais em direção a ela, tendo uma visão linda da mesma. O lugar era enorme e suas luzes bronzeadas eram refletidas no rio ao seu lado.

Eu moro em Washington desde que me entendo por gente, mas por incrível que pareça, nunca visitei o Kennedy Center, um dos pontos turísticos mais famosos daqui. Minha mãe e Jhonn já o visitaram, antes mesmo de se conhecerem, mas eu não era nem nascida ainda nesta época, e hoje, eles decidiram que essa seria a minha primeira vez em meus 19 anos, e a primeira vez do meu irmão em seus 22, de conhecer o lugar.

Confesso que estou bem animada e ansiosa. Eu adoro a arte. Seja qual for. Sempre será linda, porque querendo ou não, é uma forma de expressar os sentimentos. A arte está em tudo, em todos os lugares e detalhes. A arte é a vida.

Sou bailarina desde os meus 15 anos. Foi quando despertou o meu desejo maior pela arte. Pela dança. Antes eu só tinha interesse, a observava e a admirava, mas não sabia ao certo se tinha coragem ou não de me arriscar a entrar nesse mundo e fazer parte dele, praticar a arte dos movimentos corporais. Mas no final, me arrisquei, e até hoje faço parte desse mundo e não pretendo largá-lo nunca.

A dança meche com minha cabeça e alma. Onde não consigo expressar meus sentimentos, eu uso a dança, e ela consegue os expressar perfeitamente. Seja um sentimento que surge em meu coração e é demasiado demais para pôr em palavras, ou um sentimento temporário, que surge no impulso do dia a dia e precisa ser liberto. Eu o liberto em uma das danças mais expressivas que existe; o balé contemporâneo.

Ao chegarmos na entrada do lugar, sinto o clima fresco causado provavelmente pelo rio, e olho para o céu, vendo as estrelas e a lua brilhando sobre ele. Um vento desce do mesmo e eu fecho os olhos, sentindo ele levar meus cabelos.

Volto a atenção para o lugar, e nós então entramos no mesmo. Fico impressionada e até perdida com o tamanho do local e tantas cores bonitas presentes nele. Se encontravam várias pessoas no corredor largo, janelas imensas, nomes gravados em dourado nas paredes, lustres enormes e muito bonitos, iluminando o teto do começo ao fim do corredor, e o chão em que pisávamos é totalmente vermelho.

Reparo na estátua bronze gigante da cabeça de um homem posicionada encima de um pilar branco, em um canto do corredor. Várias pessoas paravam no caminho para tirar foto da mesma.

Ao passar pela estátua e as coisas escritas na parede, reparo que são o nome de Jhon Fitzgerald Kennedy, e a estátua é seu rosto, em sua homenagem. Ele foi o presidente dos EUA de 1961 à 1963. Infelizmente ele morreu sendo alvo de tiros em 22 de novembro de 1963.

Escuto meu irmão conversando e rindo alto com David e Matteo, mais para trás de nós. Eles não são nem um pouco discretos.

Quando saio do estado de êxtase, em que observava cada detalhe do lugar, percebo que meus pais não estão mais ao meu lado. Os procuro ao meu redor com os olhos, ainda tentando manter a calma, e então os acho um pouco mais para trás de mim, me tranquilizando mais. Eles estavam conversando com um Senhor que tinha uma lista nas mãos. Provavelmente estavam conferindo nossos nomes na lista de quem reservou os ingressos para o concerto.

Volto minha atenção para o lugar, andando um pouquinho, ficando cada vez mais fascinada com as cores e luzes. Sinto alguém colocando as mãos em meus ombros, de repente, e me assusto, virando meu rosto para trás.

- Te assustei, maninha? - Henry pergunta, me olhando com seu sorriso sacanista de sempre nos lábios. Reviro os olhos e continuo andando, assim como ele, ainda com as mãos nos meus ombros, e seus amigos ao seu lado.

- Onde é a sala do concerto? - pergunto à ele.

- É ali. Vamos?! - Jhonn aparece ao meu lado do nada, respondendo minha pergunta, parecendo entusiasmado.

Em Seus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora