Em Seus Sonhos

Cap 5// Encurralada Como Uma Presa

Sigo os passos dos três com os olhos, mas quando vejo Luke olhando para mim enquanto se aproxima, disfarço, envergonhada.

De relance, vejo que Jake sentou na terceira fileira, na última carteira, Vicent ao seu lado, e Luke, bem...

O vejo se aproximando calmamente até mim, me queimando com os olhos, até que então, ele se senta na mesa ao lado da minha, com Vicent ao seu lado. Ótimo. Agora que eu não me concentro na aula mesmo.

Finjo que não estou o vendo e coloco a ponta da minha caneta na boca, a pressionando um pouco, enquanto meus dentes a mordiscam, mas ainda posso sentí-lo me olhando.

Emilly dá um leve chute na minha canela debaixo das nossas mesas, com seu calcanhar, e eu entendo sua surpresa, assim como eu também tinha a minha, e dou um chute de volta, em resposta.

- Muito bem, alunos, vamos começar a aula de hoje. - o professor diz.

Ao decorrer da aula, vejo algumas garotas se aproximando dos três aqui no fundo, principalmente de Luke. E é claro que tinha que ser as carniceiras da Universidade, todas concentradas na nossa sala. Não podem ver um pedaço de carne dando sopa que já querem cair de boca nela como se fossem um bando de urubus sendentos por uma refeição.

Vicent dá atenção para todas, amigavelmente, Jake ficava mais na sua, não dando muita moral para elas, e Luke quase não respondia nenhuma, e quando respondia, dava respostas razas e secas. Mesmo não parecendo muito interessado, nem ele e nem Jake, as urubuas não saíam da cola deles. Não sei como não se sentem sufocados. Eu já teria as mandado à merda.

A aula passa de forma lenta, parecia nunca acabar. Eu sentia seus olhos me vigiando quase a aula inteira, do começo ao fim, mas foram poucas as vezes que tentei olhá-lo de volta, porque sempre ficava com vergonha e logo desviava. Ele não ousou dizer nem uma palavra para mim até agora, desde que me viu no corredor, e eu acho isso estranho de certa forma, mas não devo cobrar nada dele. Não somos amigos nem nada, ele só é muito bonito e foi gentil em me dar uma rosa ontem. Apenas isso.

Quando ouço o sinal do intervalo quase saio voando portas à fora daquela sala. Emy segura em meu braço, tentando me acompanhar, correndo com seus passinhos.

- Ei, ei, pra onde vamos? Que pressa é essa? - ela pergunta.

- Sabe muito bem o motivo da minha pressa. - falo. - Precisamos ficar em um lugar mais reservado. Hmnnn... Deixe me ver... - Emilly me para no meio do corredor então.

- Ei, Blair, me escute. Você sabe que não vai conseguir fugir dele para sempre, não é?! Agora principalmente, porque ele é da mesma sala que a gente, felizmente ou infelizmente. E me diz, o porquê está tentando tanto assim fugir dele? - ela pergunta, me fazendo pensar melhor sobre o que realmente estava fazendo.

- Bom, eu... Eu não sei, só sinto a necessidade de fazer isso. Acho que é minha intuição me avisando de algo antecipadamente. - falo, ficando um pouco envergonhada por não ter uma justificativa muito plausível. Emy levanta uma sobrancelha.

- Isso não é a sua intuição, Blair, e sim, a vergonha emanando em cada uma das suas veias, por perceber que a pessoa que você acha atraente está interessada em você. - ela diz, me dando um baque.

- O que?! Não, ele não está interessado em mim. E eu não acho ele atraente. - falo, tentando parecer convicta. Ela estreita os olhos para mim.

- Ah, sim, com certeza. Me diz aí até quando é pra mim acreditar nisso. - ela diz, debochando de mim. Voltamos a andar, mas mais tranquilamente agora, segurando no braço uma da outra.

- Tá, talvez eu até ache ele bonitinho, e ele foi simpático em me dar aquela rosa ontem, mas isso não interfere em nada entre a gente. - digo à ela, tentano ser convincente o suficiente.