Cap 19// Que Os Jogos Comecem

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Eu estou no banco do passageiro ao lado do seu, e ambas estamos escutando as porcarias que Henry fala o caminho inteiro. Ele está sentado no banco de trás, posicionado entre nossos bancos.

K.O. da Pabllo Vittar toca no rádio do carro da Emy, e Henry, parece ficar muito feliz com isso, já que faz todo um showzinho demonstrativo, cantando com empolgação a música. Troco olhares entediados com Emy, o olhando, e ela olhares divertidos comigo, se segurando para não explodir de rir.

Primeiramente que eu não sabia nem que esse energúmeno sabia cantar em português, muito menos que ele era tão suspeito assim, já que Emy me explicou antes que vibe as músicas dessa cantora passam.

A música acaba, graças a Deus, e ele a finaliza de forma bem dramática, segurando seu microfone invisível enquanto se remexe inquieto no banco de trás. Ele fica triste imediatamente, mas pro meu azar, outra música da Pabblo começa a tocar em seguida, o fazendo se alegrar e soltar um gritinho bem suspeito, pronto para começar seu segundo show aqui.

Apoio meu cotovelo na janela e escoro meu rosto em meu punho, pedindo a Deus por um momento, para perder a audição. Mas tudo bem se ele não fizer isso, porque até chegarmos no local da festa, tenho quase certeza de que já vou estar surda naturalmente.

Escuto Emilly rir, começando a cantar junto de Henry, e os olho de canto, abrindo um pequeno sorriso, vendo a animação de ambos.

Uns minutos depois chegamos em frente a um lugar repleto de luzes de led.

Nós três descemos do carro de Emy, que está estacionado no meio fio, do outro lado da rua ampla.

Caminhamos em direção ao lugar bem iluminado. Passamos juntos pela entrada, e já de cara algumas pessoas desviam suas atenções para a gente. Meu ventre estremece, e eu engulo em seco.

Tudo bem, estou aqui para não ligar para nada, para ninguém, e apenas me divertir, esquecer dos problemas.

O barulho de alguma música animada e eletrônica que tocava no fundo invade meus ouvidos. As pessoas conversando, rindo, batendo copos, e até mesmo os virando. Fumaça se espalhando entre as pessoas que dançavam em uma pista colorida que piscava e mudava de cor. Confesso que agora sim me deu vontade de dançar.

Algo me tira do meu transe, puxando meus ombros.

- Ei, Blair... - meu irmão me chama. Disperso, prendendo a atenção em seu rosto.

- Oi. - falo.

- Fique com Emilly, não se perca, ok? Não aceite bebidas de estranhos, e qualquer coisa, procure por mim ou me ligue. E cuidado com homens. Te vejo depois. - ele recita, como se fossem regras que eu devesse manter toda vez que vou para um lugar assim. Faço uma cara de tédio para ele. Irônico, "Cuidado com homens". Quando ele pretende se afastar, seguro em seu pulso, o impedindo. Ele olha para mim, surpreso e confuso.

- Obrigada, por hoje mais cedo. - sussurro para ele. O mesmo me devolve com um sorriso, e beija minha cabeça, antes de sussurar "Sem problemas.", e se afastar de vez, acenando. Aceno de volta, com um sorriso, e logo sinto Emy pegar em minha mão.

Olho para nossas mãos, e depois para seu rosto, entrelaçando meus dedos mornos em seus dedos gelados.

- Vamos? - ela me pergunta, com um sorriso animado. Concordo com a cabeça, e então começo a andar junto com ela. Henry já sumiu em meio às pessoas, à essas horas, provavelmente a procura de seus amigos.

Emilly está bem bonita e estilosa, como sempre. Usa uma saia de couro, transpassada, que bate um pouco acima de suas coxas, uma camiseta social preta, presa por dentro da sua, e alguns botões abertos no colo, valorizando o mesmo. Colares e anéis dourados a enfeitaram, juntamente de um par de botas brancas, plataformas, em seus pés. Aquelas que parecem ser de couro também; não tem muitos detalhes, e o cano é médio.

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