Cap 15// Os Trovões Quentes de Seu Corpo

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× Luke Foster ×

Pingos de água caem dos fios do meu cabelo e os sinto respingando em meu rosto, a água pela qual escorre até a extensão do meu pescoço, e outros pingos pelos meus punhos. A água da chuva que não escapei de me molhar escorre por partes expostas que junto do vento frio, me faz lembrar do motivo pelo qual estou aqui, pelo qual ainda estou aqui.

É uma ironia, um violinista rendido por uma bailarina.

Mas eu diria que é bem pior que isso.

Deixou de ser apenas um interesse faz tempo, mas eu não sei dizer o que é.

É um sentimento infernal. Algo que me corrói por me virar a noite e não ser a minha garota quem está ao meu lado. Algo que amarga o gosto em minha boca só de imaginar que ela tenha interesse em outro alguém. Algo que aperta meu peito por não saber se ela está bem quando estou longe. E é por isso que ainda estou aqui.

Atravesso a janela com cuidado, tentando ser o mais silencioso possível.

Quando me coloco de pé por inteiro no chão do quarto, olho para a cama a minha frente e me dou conta de que realmente é o quarto certo. Cuore está dormindo, ali, tão perto de mim.

Em passos calmos, me aproximo da cama, e então perto o suficiente, reparo em como minha garota está. Como um pequeno anjo caído.

Ela dorme de forma tão suave. Mesmo com o escuro, algumas frestas de luz que vinha da janela me permitia ainda enxergá-la. E ainda assim, conseguia sentir sua aura ainda desperta aqui, me confrontando. Sua essência marcante, me fazendo sentir intimidado mais uma vez.

Porém, toda a minha apreensão se esvazia quando vejo a roupa que ela está dormindo.

Porra, Blair, por que faz isso comigo?!

Às vezes parece que o destino sabe muito bem o que eu vou fazer, e dificulta as coisas pro meu lado propositalmente. Já não era muito fácil antes.

A camisola preta desliza sob seu corpo como um inferno baixo. Cai tão perfeitamente nela que não consigo imaginar que não tenha sido feito especialmente para ela. Sua pernas completamente descobertas, o racho na coxa valorizando sua pele que é um espetáculo, pela qual brilha com a luz da rua, e o tamanho da peça que é um chute no meu saco, já que a mesma descobre um pouco seu quadril, e por ela estar de lado, posso ver a tatuagem de cobra desenhada perfeitamente na sua pele.

Me afasto da sua cama, jogo a cabeça para trás e fecho os olhos, suspirando fundo. Me encosto na parede e apenas permaneço de olhos fechados, sentindo meu coração disparado na velocidade em que um jaguar corre quando está fazendo isso pela sua vida.

Odeio e amo a forma que ela mexe comigo. Se ela soubesse o poder, a influência que tem sob mim, sem nem mesmo me tocar, sem nem mesmo me dar um pingo de moral, eu estaria em ruínas, mais do que eu já estou.

Essa mulher ainda vai acabar comigo, porque eu vou torná-la minha, e se ela for minha, terá mais controle sob mim do que já tem. É, estou fodido. Mas quero estar fodido nas mãos dela.

Escuto uns resmungos, e então abaixo o rosto, voltando para a realidade. Meus olhos vão diretamente à ela, que se contorce um pouco entre os lençóis. Havia virado de barriga para cima agora.

Vou até a mesma e conforme chego cada vez mais perto, ela parece mais conturbada. Paro aos pés da cama, e me inclino sob o colchão, apoiando minhas mãos no mesmo. Fico próximo do seu corpo, o mesmo estava entre o espaço dos meus braços, abaixo de mim. Havia tão pouco pra mim tocar sua cintura perfeitinha, a apertar e trazê-la para mim. Tão pouco pra tocar sua pele macia, tão pouco pra sentir seu gosto, seu calor. E é onde então, que quando mal percebo, meu nome escapa de seus lábios.

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