Steel of time

Nullium

Nullium, é um minério abundante no sudoeste de Irbis. Há inúmeras minerações sendo financiadas por corporações e garimpos ilegais, é uma nova corrida do ouro que continua sem pausa a décadas.

Não que os grandes investidores se importassem com terras alheias

O minério tem a propriedade única de não ser afetado por nenhuma habilidade, independente do quão forte ela for. E a longo prazo conseguir reprimir o poder quase que por completo de uma pessoa que fique em contato direto com ele, não há excessões. Além da semelhança com o ferro que o permite ser moldado nas mais diferentes formas.

É uma maravilha

Cadeias tem suas grades revestidas com Nullium, assim como certas paredes. Carros, armas e uniformes de autoridades também contém o minério. Um material com essas propriedades é desejado pelas mais diferentes classes e pessoas, logo a demanda é imensa. Mas o minério que é extremamente nocivo ao corpo. Poucas pesquisas foram realizadas, pois apenas moradores do lado mais pobre dos muros morrem.

Não vale a pena gastar recursos com seres inúteis

Os garimpos ilegais se alojam onde se tem a maior concentração de Nullium, porém quanto mais do metal se extraí mais o solo se torna instável. Muitas vezes existem cidades próximas aos locais de mineração. Um investimento arriscado e proibido por lei, mas o pai de família desesperado não se importa com a constituição e o comerciante muito menos. As grandes corporações aproveitam o fato de inúmeras pessoas apenas querem levar um prato de comida para casa e oferecem salários altos pro baixo padrão desse lado do muro, muitos como Simone aceitam sem pensar duas vezes.

Ela que desde antes do Sol nascer usa uma marreta e talhadeira para extrair o mineral das paredes de terra, já está acostumada com a sujeira cobrindo seu corpo esguio. Os olhos dourados parecem ser a única coisa a brilhar na escuridão. O curto cabelo com os fios brancos surgindo cada dia mais está encrustado de poeira, suor e, claro, nullium.

O minério brilha em um tom azulado bem fraco, muitos chamam os mineradores que aqui trabalham de azulão por esse fato. Normalmente todos tomam uma ducha antes de irem para casa, já que essas pequenas quantidades de pó de nullium ainda podem ser aproveitadas. No entanto é normal alguns pedaços ficarem presos na pele e brilharem quando expostos a luz.

Sem parar

Constantemente a mulher sente o nariz escorrer um pouco de sangue, não tem tempo para verificar se é ou não sério. Recebe por quilo de Nullium extraído, não por hora trabalhada.

Deve ser só o cansaço

— Simone! — um homem a desconcentra.

É Melo, um dos mineradores, quase tão constante quanto ela, faltando o mínimo de dias possíveis. Obviamente sua presença diária não por amor ao trabalho.

— Si... sim? — responde sentindo um zumbido tomar conta dos pensamentos.

— Eu vim te avi... — Enquanto ele passava alguma informação, Simone tem seus sentidos perturbados.

A visão se torna monocromática, a audição não funciona, o tato se torna nulo, o olfato engana ainda mais sua percepção e só tem o gosto de sangue impregnado em seu paladar.

Calma, respira

Vários dias e isso vem se repetindo, seu quadro está cada vez pior. Está trabalhando em um ritmo cada vez mais desacelerado.

— Simone? — seu supervisor, Hector, surge. — Está bem? Consegue se levantar? Quer algo para beber?

— Claro, só um pouco fraca — quando se dá por si está no chão.