Caminhando nos corredores da escola, agora juntos, Heike e Jorge estão silenciosos. Novamente o diretor interveio nas ações de Jorge o expulsando facilmente. Foi humilhante não ter conseguido dizer uma palavra sequer, foi como um cão obediente e se retirou.
Desgraçado
Jorge nunca viu um nobre sequer conseguir o assustar, mas aquele simples homem conseguiu. Independente da raiva que sinta por ter sido intimidado, respeita aquele ser. Ele é mais forte e utiliza-se de sua força para manter sua dominância, ele está de acordo com o ideal que doutrinou sua existência.
Apenas o mais forte é digno de respeito
Heike por outro lado continua tensa pela briga que teve com seu irmão. É raro levantar sua voz ou questionar as ações de Jorge, normalmente abaixa a cabeça e aceita que é o melhor a ser feito. Então ter o desafiado por conta de uma pessoa menos favorecida é tão ruim quanto cometer um crime hediondo.
Não me arrependo
— Não conta para a mãe sobre isso — Heike suplica — Ou...
— Ou o que? — Jorge é ríspido — Ela vai te dar um esporro, o qual merece, e te proibir de assistir TV e mexer no celular? — ele esfrega os olhos tentando se manter calmo. — Ela nunca vai te dar uma punição severa, não o suficiente. Você não pode mais se comportar assim.
— Você não entende...
— Você tá absolutamente certa. Eu não te entendo, nem um pouco — com a paciência esgotada, ele encara o rosto de sua irmã. — Coloca uma coisa na sua cabeça, você é uma nobre de alto escalão.
Heike cerra os punhos, outra vez está recebendo um sermão por não ser a nobre perfeita. Por tentaram ajudar uma pessoa.
— Se envolver com essas pessoas vai te prejudicar, tenho certeza que pelo menos um deles é um marcado — Jorge continua. — Você poderia ter morrido hoje, por causa desses vermes e você ainda ia levar a porra de um presente.
— Ma...
— Chega, eu só quero descansar agora. Em SI-LÊN-CI-O — Ele apenas se vira e continua andando. — A gente não deveria vindo para cá para início de conversa.
Heike, já frustrada, também não insiste na conversa. Sempre que tenta contra - argumentar é interrompida repreendida mais duramente.
Jorge sempre foi assim, frio e rancoroso. É mais um soldado do que um irmão. No entanto por algum motivo o admira mesmo assim. Ele sempre tenta fazer o melhor para a ajudar.
Mas eu queria pelo menos uma vez que fossemos só... irmãos.
— Calma aí engomadinho — uma voz debochada surge. — Sua mãe não te deu educação? Ou será que todo nobre é naturalmente um babaca?
Um garoto está deitado em uma rede ao lado deles, extremamente calmo. O que mais assusta é fato do cômodo onde ele relaxa não é parte da escola. Jorge tem certeza disso. Decorou cada parte desse miserável prédio.
Dever ser uma habilidade
O quarto onde descansa é cheio de tralhas e fede a cerveja. Há um colchão amarelado tampando uma porta. As paredes estão pichadas com xingamentos. Tem uma televisão ligada passando algum jogo de futebol.
— Quem pensa que é para falar assim? — Jorge observa bem o entorno anotando cada detalhe mentalmente, um plebeu a menos não faz diferença. — Não tem medo ou tem alguma doença mental?
— Sou um fotografo — o garoto se apresenta enquanto tira uma série de fotos.
O jovem despreocupado tem traços asiáticos fortes, o braço direito e o pescoço completamente enfaixados, o cabelo preto pintado e despenteado quase tampa os olhos estreitos.
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Steel of time
Ficción GeneralIrbsal é separada por um muro. A nobreza e a plebe. Água e óleo. O Paraíso e o Inferno. O ciclo infinito de retaliação de ambas as partes parece não ter fim. Há somente duas formas de acabar com a dor de todo um povo, pela espada ou pelo coração. O...