- não quero.
- não me importa se você não quer, um reino precisa de herdeiros.
- você me parece bem vivo e eu não pretendo deixar esse mundo tão cedo. Então, não, não quero e não vou.
- sua noiva chega em cinco dias, você querendo ou não.
- coloque ela no harém e fique com ela para você.
Mo Ran se virou e saiu andando nem dando tempo para seu pai continuar insistindo naquele assunto que ele realmente odiava.
Já o imperador ficou apenas observando seu filho de 19 anos se afastar. Ele sentia orgulho do príncipe herdeiro, ele era um jovem valoroso em todos os sentidos, mas com certeza ele tinha um desvio de QI muito grande. Sua esperança e último recurso para correção daquele desvio, em sua opinião de pai, era casar seu filho. Talvez quando ele liberasse toda sua virilidade, ele pudesse se tornar uma pessoa menos cruel.
Sim, o único defeito do príncipe herdeiro era sua tendência para a crueldade. Ninguém sabia ao certo quando havia começado, talvez depois de sua primeira batalha em campo, ou durante o desenvolvimento de seu cultivo, ninguém realmente sabia precisar, tudo o que sabiam, era que todos chamavam o príncipe Mo Ran de príncipe impiedoso.
O rei respirou fundo, virou-se e começou a caminhar para seus aposentos, e sorriu, talvez seu filho tivesse mais um defeito, era tão teimoso quanto ele próprio. Ele se lembrou de quando se uniu a sua primeira concubina, mãe da primeira princesa, ele também tinha odiado a ideia de início, mas depois da primeira noite, percebeu o quanto estava errado.
Talvez com seu filho acontecesse a mesma coisa, e a filha do general Wen era tudo o que uma moça virtuosa precisava ser.
Como segundo imperador da dinastia Mo, ele precisava garantir que nada desse errado, e sabendo como as pessoas viam seu filho, com certeza a dinastia poderia terminar nele, já que Mo Ran era seu único filho homem, mas com a vantagem de ser filho de sua imperatriz e não de uma concubina como suas cinco princesas.
Ele entrou em seus aposentos, e para sua surpresa, viu a pessoa que ele mais amava além dos filhos.
- ele se negou de novo?
- como sabe? – ele perguntou depositando um beijo na testa de sua imperatriz.
- o primeiro ministro me disse que você ia falar com ele novamente e que eu deveria começar a preparar o casamento, eu pensei em fazer apenas uma união simples, talvez seja mais fácil ele aceitar uma concubina do que uma imperatriz logo de inicio, mas pela sua cara....
- ele não a quer nem como concubina. Onde eu errei? Ele tem 19 anos, esta na idade de....bem...você sabe...
- ter filhos? Sim, ele esta. E até onde sei, as moças e os rapazes acham ele bonito e muito desejável, mas todos tem medo dele.
- isso só pode ser desvio de QI. Ele não devia cultivar tanto. Algo deu errado com certeza.
- vamos pensar positivo, talvez quando ele ver a moça, ele mude.
O imperador realmente queria acreditar na imperatriz, então ele olhou para ela com um sorriso que ela conhecia bem, tirou seu robe e passou a noite amando sua esposa mais querida.
Mo Ran caminhou até seu pavilhão à passos largos, ele entrou em seu aposento, pegou sua espada e foi para o campo de treino, ele precisava por para fora toda aquela raiva. Ele não entendia porque as pessoas não o entendiam, tudo era muito simples, ele era um guerreiro, um general, o melhor de todos, a situação do país não estava boa, eles estavam no meio de uma batalha, por que ele tinha que simplesmente parar tudo para se casar?
Sim, ele não era mesmo nada gentil, o máximo que podiam dizer dele era que era educado o bastante, cordial as vezes, mas só mesmo seu pai para ter toda aquela paciência para aguentar aqueles ministros que reclamavam de tudo e não faziam nada a respeito. E no campo de batalha, o que mais poderia ser esperado do que morte dos dois lados? Devia ele não cortar, esquartejar e as vezes empalar seu inimigo? A guerra era a coisa mais horrenda que podia acontecer com um povo, mas devia ele dizer a todos para não revidar? Sempre o chamavam de cruel, mas a guerra por si só era cruel e aqueles ministros não faziam nada a respeito além de criticar seus métodos, principalmente seus métodos para conseguir informações dos inimigos. Mas muitas vezes, quando eles eram jogados a sua frente, eles já começavam a falar nem lhe dando a oportunidade de os torturar, tal era sua fama.
Ele sabia como seu bisavô tinha se tornado imperador, sabia que parte das guerras que eles enfrentavam, eram os aliados do antigo imperador destronado que ainda lutavam para colocar no trono um descendente dele, mas até onde ele sabia, havia apenas um garotinho, filho de uma das concubinas que tinha conseguido fugir, mas nunca ninguém soube para onde e nem se ainda estavam vivos. Então, parte dele entendia seu pai. Ele entendia que todo o povo precisava ver um reino unido, forte e principalmente, ter aquele senso de continuidade, e ele sabia que mais cedo ou mais tarde precisaria se casar para que isso acontecesse, mas com certeza poderia ser mais tarde.
- quem é dessa vez? – perguntou o filho do general Wen depois de ver o quanto seu melhor amigo parecia irritado golpeando um boneco feito de palha que já estava quase despedaçado.
- sua irmã
- hummm
- só isso? Hummm??
- estou com pena de você
- pena de mim? Não entendi. Sua irmã não é a mais doce e virtuosa moça de todo o reino?
- hummm
Mo Ran revirou os olhos, ele só tinha Wen Zhan e Lee Chang como amigos. O primeiro, era filho do general Wen, o melhor general de todo o exército depois dele próprio, e o segundo era o médico júnior imperial, que para ganhar experiencia, estava sempre presente no campo de batalha.
Seus dois amigos eram os opostos, Wen Zhan falava pelos cotovelos até mesmo quando estava empunhando sua espada na batalha, se não estava treinando com o exército, ele podia ser encontrado no palacete das flores (o bordel local onde havia garotas e garotos disponíveis, além de algumas apresentações de música e dança), e é claro, ele adorava uma bebida. Já Lee Chang era tímido, recatado, sua preferência para companhia era a masculina e muitos diziam que era por isso que ele estava sempre junto dos soldados, ele era filho único do ministro da receita, que sem ele saber, já tinha a aprovação do imperador para ele se casar com a terceira princesa e se tornar um príncipe consorte. O que ele não entendia, era como esses dois sempre pareciam "brigar" entre si, tudo era motivo de discussão e uma vez ele ouviu um soldado dizer que com certeza era paixão recolhida, mas deu de ombros como sempre fazia.
O príncipe herdeiro confiava sua vida e suas confidencias nesses dois homens, que o conheciam melhor do que ninguém e o seguiriam onde quer que ele fosse como bons irmãos jurados que se tornaram.
- e então?
- bom, ela realmente é tudo o que falam, mas também é bem vingativa quando quer, e o sonho dela é ser imperatriz desde que te viu pela primeira vez, é só isso que vou dizer.
- hummm
- o que isso significa?
- que ela vai ser só concubina
- boa sorte então.
Wen Zhan saiu rindo da situação do amigo, ele realmente estava ferrado, do jeito que ele conhecia sua irmã, ela não iria se dar por satisfeita até se tornar imperatriz, e do jeito que ele conhecia o amigo, ele não iria eleger uma imperatriz tão cedo.
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My Obsession - Shizun
FanfictionMo Ran é o príncipe herdeiro de um dos clãs mais proeminentes da China, ele é lindo, másculo, general do exército e um dia será imperador, ele tem as melhores qualidades que um homem poderia ter, menos sua personalidade, e por causa dela ele é mais...