________ CAPÍTULO 1.
mudançaEloísa, Nova Orleans, 1983.
DESDE QUE ME CONHEÇO POR GENTE, SEMPRE FUI APAIXONADA PELA CULTURA DE NOVA ORLEANS: a música, as comidas, tudo. Mas hoje estamos nos mudando, voltando para a Califórnia, porque minha avó adoeceu.
Não entendi o porquê de termos que ir. Minha mãe nunca foi próxima dos pais dela, e não é a primeira vez que minha avó pega uma doença. Nas outras vezes, só mandamos um cartão de melhoras.
— Tá animada? Eu tô. Acho que vou pirar — falou minha mãe, entrando no carro com um sorriso maior que o rosto.
— Mãe, não fala "pirar". É estranho vindo de uma mãe, ainda mais da minha — falei, colocando meus fones.
— Não, não. Sem fones. Vamos conversando a viagem inteira — falou ela, pegando meus fones e jogando para o banco de trás.
— Ei, já conversamos quase uma vida inteira. Não precisamos conversar agora — falei, brava.
— O que você tem, hein? Sempre gostou de viagens, e agora tá com essa cara — falou ela, me olhando com uma expressão indiferente.
— Mãe, eu tô deixando tudo pra trás. Tudo: amigos, escola e o judô. Tudo — falei, quase chorando.
— Amigos fazemos em todos os lugares, escola você encontra em todas as cidades, e o judô, eu tenho certeza que lá tem um ótimo pra você — disse ela, sorrindo e logo dando partida no carro.
Eloísa, californiana, 1984.
Essa conversa com minha mãe foi há um ano atrás. Agora eu sei que algumas coisas ela estava certa. Foi ótimo mudar para a Califórnia, na verdade, a única coisa boa foi que fiz minha melhor amiga aqui.
Sobre a escola e o dojo, bom, a escola está normal e o dojo está horrível. O único da região é o Cobra Kai, o mais perto da minha casa. Lá só tem valentões e o lema deles é "sem piedade". Isso é ridículo.
Tem um deles em específico que me irrita até o respirar dele, Johnny Lawrence. Ele é o mais sem noção. Ele colocou um apelido em mim, "Eli, a estranha". Nunca entendi o porquê. Depois que saí com um garoto do Cobra Kai, ele colocou esse apelido.
— Ai, olha por onde anda — falei assim que esbarrei em alguém na entrada do meu prédio.
— Desculpa, mas foi você que esbarrou em mim — falou o garoto, e logo percebi que nunca o tinha visto antes.
— Pera aí, você é o novo hospede? — perguntei, já sabendo que era ele.
— Sim, sou eu. Como sabe? — falou ele alegre.
— É que sou boa em adivinhar — falei, me gabando e mentindo.
— Ah, então qual meu nome? De onde eu vim? — ele falou duvidando de mim.
— Seu nome é Daniel e você veio de Nova Jersey — falei, sabendo que isso é verdade, já que minha mãe de algum jeito descobriu e me contou.
— Meu Deus, você é um tipo de bruxa? Como sabe de onde eu vim? — falou ele impressionado.
— Você tem cara de Daniel e Nova Jersey é o lugar onde mais tem pessoas que se chamam Daniel — falei, mentindo para ver a cara dele.
— Tá falando sério? Nossa, eu nunca conheci ninguém em Nova Jersey com o mesmo nome que eu — falou ele impressionado e pensativo.
— Tá vivendo na Nova Jersey errada então — disse, e ele logo concordou com a cabeça e me deu espaço para passar, já que ele estava com uma bicicleta. Agradeci e logo subi as escadas para entrar em casa.
— Olá — uma mulher me chamou, e logo olhei em sua direção. — Desculpa o incômodo, mas nossa torneira está quebrada e somos novos aqui. Acabamos de nos mudar de Nova Jersey. Sabe onde eu encontro alguém para consertar? — falou ela, toda gentil. Deve ser a mãe de Daniel.
— Oi, não é incômodo algum. Bom, bem-vindos à Califórnia. Espero que gostem daqui. E sobre a torneira, se eu não me engano, tem um velhinho que conserta aqui do prédio mesmo. É só ir na portaria que você vai achar ele — falei sorrindo, e logo ela me agradeceu.
Assim que entrei em casa, gritei pela minha mãe e não fui respondida de volta.
— Não acredito que ela foi viajar e não me avisou — falei, e logo vi que na mesa tinha um bilhete.
"Filha, tive que viajar novamente a trabalho. Deixe dinheiro suficiente para você poder comer fora todo o tempo que eu estiver aqui. Lembre-se, não volte antes das 10 horas da noite, tranque a casa e sem festas. Beijos da sua amada mãe."
Festa? Ela realmente acha que eu sou popular ou algo do tipo. Deitei no sofá e, assim que virei para o lado, adormeci.
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𝐭𝐡𝐞 𝐥𝐞𝐠𝐚𝐜𝐲 - 𝐤𝐚𝐫𝐚𝐭𝐞̂ 𝐤𝐢𝐝
Romantizm𝐭𝐡𝐞 𝐥𝐞𝐠𝐚𝐜𝐲 ✮ "𝐤𝐚𝐫𝐚𝐭𝐞 𝐚𝐧𝐝 𝐭𝐨 𝐝𝐞𝐟𝐞𝐧𝐝 𝐲𝐨𝐮𝐫𝐬𝐞𝐥𝐟" 𝗘𝗹𝗶 𝗲́ 𝘂𝗺𝗮 𝗴𝗮𝗿𝗼𝘁𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗮𝗶𝘂 𝗱𝗲 𝘀𝘂𝗮 𝘁𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗻𝗮𝘁𝗮𝗹 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗺𝗼𝗿𝗮𝗿 𝗲𝗺 𝘂𝗺 𝗯𝘂𝗿𝗮𝗰𝗼 𝗻𝗮 𝗖𝗮𝗹𝗶𝗳𝗼́𝗿𝗻𝗶𝗮 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘀𝘂𝗮 𝗺�...