Capítulo 3

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O que imaginou ser uma missão fácil estava se mostrando ser algo muito desafiador. Park Jimin tinha acordado enquanto era carregado no colo pela desconhecida figura de preto, ainda sob o efeito do álcool excessivo e da droga consumida. Rindo alto, e balançando os braços de um lado para o outro, sequer se importou com o rapaz perdendo o equilíbrio, quase levando ambos ao chão.

Estavam passando por um corredor, pelo o que conseguiu identificar pelos olhos rasgados que rolavam de um lado para o outro, em seguida focando na figura de cabelos pretos, carrancudo, acima de si, as luzes pareciam estar dançando e girando, o que lhe rendeu mais uma crise de risos.

— Vamos acordar os vizinhos desse jeito. E fique parado! Já quase caí duas vezes!

Mas Park Jimin não conseguiu conter mais risadas, mesmo com a clara irritação do outro. Notou que pararam, entraram em um elevador, e a musiquinha tediosa quase o fez pegar no sono de novo, mas estava agitado demais para tal naquele momento.

— Ei, senhor amigo da morte... — Park Jimin o chamou, impulsionando seu corpo e os braços para conseguir abraçar o pescoço alheio. Seu rosto ficou mais próximo ao do rapaz, que resmungou um pouco. Park Jimin estava rangendo os dentes sem perceber, um som que o deixava levemente irritadiço. — Que lugar é esse? Você quer transar, é...?

O outro teve que suspirar de novo, pela enésima vez só naquela noite, desde que teve a brilhante ideia de levar o rapaz desacordado para sua própria casa ao invés de o deixar caído na calçada de qualquer jeito. Além disso, estava espirrando e fungando constantemente desde que entraram no carro, evidenciando que alguma coisa havia irritado a sua alergia.

— Vamos com calma, kiddo. — Disse como resposta, agradecendo aos céus quando chegou ao seu andar - uma cobertura - e conseguiu sair do elevador para entrar em seu apartamento. — Não sou do tipo que me deito com pessoas que sequer vão se lembrar do que fizeram no dia seguinte.

— Ah... Gentleman... — Ralhou Park Jimin, deitando a cabeça no ombro dele e fechando os olhos. Ouviu os sons de algo que parecia ser uma fechadura eletrônica, em seguida mais passos e portas se abrindo, até que sentiu o corpo ser virado de repente, o que o fez abrir os olhos de repente.

Park Jimin abriu os olhos gordinhos, olhando em volta. O homem estava dentro do que parecia um box, ligando o chuveiro, e achou engraçada a forma como este começou a jogar água no próprio rosto freneticamente, soltando mais um espirro alto.

O sentimento bom durou pouco, pois o mundo voltou a girar para Park Jimin, que demorou para perceber que estava sentado, muito provavelmente sobre o vaso sanitário. A cabeça pesou, balançando para frente e para trás antes de encontrar a parede fria de ladrilhos brancos atrás de si. Com esforço, levantou os braços até que a palma das mãos estivessem diante dos olhos de foco perdido, suadas, e um pouco trêmulas.

Era uma sensação estranha olhar para si próprio e não se reconhecer, algo que Park Jimin já estava familiarizado pela recorrência com que acontecia. Normalmente era seguido por crises de ansiedade ou pânico, ou uma apatia desoladora.

Mas estava chapado o suficiente naquele momento para não ligar.

Quando o peso dos braços se tornou insuportável, deixou que caíssem ao lado de seu corpo. Estava puxando o ar com força, evidenciando a dificuldade em respirar naquele momento.

O que não passou despercebido. Quando o homem voltou a se aproximar, levantou outra vez os braços de Jimin.

— Fique comigo, não quero que durma agora. — Disse um pouco devagar, imaginando que estivesse com o raciocínio lento. — Continue com os braços levantados, vou tirar a sua camisa.

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