Divisão

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*Reis*


Acordei cedo e comecei adiantar minha mala, amanhã viajo para São Paulo a trabalho e hoje o dia vai ser corrido, não vou ter tempo de fazer depois, estou colocando as roupas na mala quando Buiar acorda

- Desculpa, não queria te acordar – faço cara de inocente

- Oi linda. Que horas são? – pergunta perdida no tempo

- É cedo

- Eu achei que você só fosse pra São Paulo amanhã

- Eu vou, é que eu tenho muita coisa pra fazer hoje, aí tô adiantando

- Aí princesa, antes de você sair eu tenho que te explicar porque eu não vou

- Não, tudo bem, não pode sair do Rio agora, eu entendo perfeitamente – vou até o lado da cama e me sento olhando pra ela

- Não, não é só isso não é que eu quero que a nossa próxima viagem seja especial, você entende? Tem que ser sobre a gente e não ir a trabalho

- Faz sentido – ela senta e coloca uma mecha  do meu cabelo atrás da minha orelha

- Você parece cansada, tinha que voltar pra cama – fala com um olhar sedutor

- Eu já disse que tenho muita coisa pra fazer hoje – tento resistir ao seu olhar

- Amor para, vem cá ainda é cedo – ela me puxa pelo pescoço e me beija

- Você não está facilitando – falo cedendo a sua investida

- É mesmo, é? – ela fala ainda com a boca sobre a minha – que bom, vem cá vem – ela me puxa para cima dela, nosso beijo é totalmente pertencente um ao outro, nunca nenhum beijo se encaixou assim na minha boca, seus lábios carnudos e macios junto dos meus é sublime, nos beijamos até faltar o fôlego, ela me gira e fica por cima, retira minha camisa do pijama e em seguida tira a sua também fazendo nossos seios roçarem entre si, ela desce suas mãos e aperta minha bunda nas duas partes, sinto seu peso todo em mim, aperto seu corpo ainda mais sobre o meu, a vontade é de abrir suas costelas e entrar dentro dela, ela desce o short do meu pijama junto com a calcinha, seus beijos estão correndo meu pescoço e colo ela desce até meus seios e massageia um enquanto chupa o outro com sede suas mão aperta minha coxa e logo desliza para minha entrada, nesse momento já estou completamente encharcada de desejo e vontade de ter ela dentro de mim, eu gemo em seu ouvido e peço pela penetração que ansiava desde o aperto em minhas nádegas, ela penetra seus dedos no meu canal e eu me contorço com sua estocada, seus movimentos são fortes e profundos, porém lentos, ela está me comendo de uma maneira diferente hoje, como se ela quisesse aproveitar cada pedacinho de mim, sua boca desce pelo meu abdômen rodeia meu umbigo com a língua e dá pequenas mordidas, tenho espasmos, alcanço seus cabelos e empurro sua cabeça para a parte que gritava por contato, ela suga meu clitóris de uma forma firme, sua língua circula meu ponto eu não aguento mais tremo, contraiu meu canal e grito pelo seu nome, ela na mesma hora abre um sorriso satisfatório, sabe que gozei e foi um gozo intenso como as estocadas que ela realizou em mim

- Eu amo quando goza gostoso assim – ela fala absolvendo todo meu gozo com sua língua – agora é a minha vez de gozar pra você

Depois da sua frase eu a puxei pra cima
- Senta aqui na minha cara sua gostosa – falei com autoridade e ela obedeceu, encaixei minha boca em sua intimidade e chupei como se fosse a última vez que fosse dar prazer a ela , enfiava minha língua na sua entrada, entrando e saindo diversas vezes ela apertava seus próprios seios e rebola na minha boca, meu ponto que ainda estava sensível do orgasmo que Buiar me causou começou a pulsar compulsivamente, seu gosto, seus gemidos, seus movimentos, tudo nela causa essa reação em mim e o que eu mais amo é dar prazer a ela, seguro sua cintura firme e puxo de encontro o meu rosto, dou uma sugada demorada enquanto gozo ao som de seus gemidos ensurdecedores, ela se desmancha em minha boca logo em seguida, seu líquido escorre e eu tento não perder nada é a coisa mais gostosa que já provei na vida, preciso aproveitar cada gota que ela expele

- Que delícia meu amor – ela não fala nada, apenas deita ao meu lado recuperando sua respiração que está ofegante

Ficamos um tempinho ali abraçadas, mas eu realmente tinha muito a fazer neste dia

- Amor agora eu preciso mesmo ir – dou beijinhos no seu pescoço – minha vida está uma loucura hoje

- Que horas vamos jantar?

- Eu ainda não sei, quando vou terminar o ensaio de hoje, não sei nem se vou conseguir comer hoje

- É, pois é, imagina fazer isso tudo com um bebê ali no meio

- Nossa! – não acredito que ela tenha feito esse comentário agora logo após tudo que acabamos de fazer

-  O que?

- Oque quer dizer com isso? – fico inconformada

- Nada – ela dá de ombros

- Vai ser mais fácil se falar logo – dou a deixa para ela falar o que tem que falar

- Não é nada. Sério, é que eu fico pensando como vai ser isso. Deve ser difícil, é isso.

- Eu acho que se você quer muito uma coisa, você dá um jeito de dar certo

- Tá, mas tem um limite você não acha, o dia só tem 24 horas

- Olha, só você sabe seu limite

- É, só não quero dar um passo maior que a perna, desculpe, eu não queria ter essa conversa depois da transa maravilhosa que tivemos

- Tá, mas eu quero saber o que está pensando

- Mesmo que não seja o que você quer ouvir?

- É claro, mas quer saber, eu tenho que ir

- Tá, eu trago alguma coisa pra gente jantar quando chegarmos

- Perfeito – me levanto e vou para o banho, meu horário está no limite, me arrumei e sai para mais um dia de trabalho, minha cabeça está girando e eu já não sei mais o que pensar sobre o que Buiar vai decidir é nítido que a minha escolha e demais pra ela, mas vou tentar entende-la seja qual for sua decisão.

Chego na agência e vou direto para a maquiagem e cabelo, feito isso já me posiciono para as fotos, hoje estou representando uma marca esportiva e são várias trocas, por isso tenho certeza que vou sair bem tarde, tivemos quinze minutos para comer e voltar, quando finalizamos já era quase 20 horas, sai e fui direto para o apartamento da Buiar

Cheguei e ela ainda não tinha chegado, então tomei um banho e fui para o sofá ler um livro enquanto esperava por ela, tentei ligar mas deu caixa postal, ela pode estar na correria – penso - passados um pouco mais de uma hora ouço o barulho de chave na fechadura da porta, então fico olhando ela entrar

- Oi, tentei te ligar – falo assim que ela entra

- Oi eu.. fiquei sem bateria – responde sem me olhar

- Não esquenta, cadê a comida?

- Aí, desculpe, esqueci o combinado

- Tudo bem a gente dá um jeito – percebo minha namorada muito distante, um silêncio fica entre nós, mas resolvo quebra-lo – você está bem?

- Tô, só foi um dia longo – ela diz sentando na poltrona na sala, afastada de mim

- Bu, eu ia te fazer uma surpresa, mas eu não tenho paciência, então vou te falar logo, eu comprei passagens para irmos ao Maranhão, visitar os lençóis maranhenses

- Reservou passagens? – fica assustada

- É, para o nosso aniversário de seis meses, eu sei que deveria ter te perguntado primeiro, mas eu queria fazer uma coisa espontânea pra variar e achei que seria romântico – ela levanta e vai até a cozinha em total silêncio pega um vinho serve uma taça e bebe de uma vez

- Oque que foi? – pergunto indo atrás dela

- Priscila hoje eu me encontrei com o meu empresário e ele me mostrou várias possibilidades de contratos e projetos futuros, mas eu acho que você vai levar a pior nisso tudo

- Eu não estou entendendo o que quer dizer? Está falando de dinheiro, porque eu não ligo pra isso

- Não é dinheiro, é tempo Priscila, no próximo ano no mínimo eu vou estar fazendo malabarismo para conciliar todos os compromissos da minha carreira, tanto como atriz quanto a de modelo e eu acho que não dá pra ter um bebê em cima disso tudo, desculpe

- Quer saber? Tudo bem. A gente espera até você estar pronta – passo minhas mãos pelo seu rosto – Tá bem?

- E se a gente esperar e eu perceber que eu não quero ter filhos? Você teria perdido esse tempo todo, um tempo que não se recupera. Priscila eu não posso ser a pessoa que vai impedir você de ser mãe, eu não posso te magoar assim – diz enquanto se afasta

- Olha, desde que eu saiba como está se sentindo, então a escolha é minha, não acha?

- Não é assim que funciona – ela põe as mãos na cabeça

- Priscila – tento me aproximar e ela se afasta novamente

- Entende, você não tem que escolher Priscila, você merece estar com alguém que possa te dar tudo que você quer. Eu acho que não sou eu essa pessoa – fala e seus olhos caem

- Você está me dizendo que quer terminar? – pergunto desacreditada

- Não porque eu queira, mas é o melhor a senhora fazer

- Aí, meu Deus, eu não acredito que isso tá acontecendo agora – é minha vez de levar as mãos na cabeça

- Priscila você é uma mulher maravilhosa.. – começa o discurso que sempre tem “não é você, sou eu”, mas eu interrompi

- Para! Você não está escutando o que eu quero

- Eu tô escutando o que você quer, é o que eu tô tentando dizer, eu sei o que você quer e eu tô dizendo que eu não sei se eu posso te dar isso. E isso está me matando, mas eu sei que eu estou fazendo o certo

- Ok – vou até o quarto e pego a mala que tinha feito para a viagem, preciso sair dali

- Pra onde você vai nessa hora? – ela tenta me impedir

- Isso não te diz mais respeito, manda o restante das minhas coisas pra casa da minha mãe -  bato a porta e saio sem nem saber pra onde, vou andando pela orla, e nem me importo com os perigos que o Rio de Janeiro traz, principalmente a noite, meu choro é descontrolado, minha cabeça está a mil, como ela pode decidir por mim, como ela quis acabar com uma história tão intensa igual a nossa, eu a amo tanto, estava disposta a esperar seu tempo, mas ela não quis essa alternativa. Ando por horas até que me acalmei e peguei um Uber para a casa da minha mãe


*Buiar*


Quando a Priscila saiu por aquela porta liguei para minha irmã vir aqui e na hora que desliguei o telefone meu mundo desabou, isso não era o que eu queria pra nós, eu amo tanto essa mulher, mas preciso deixar que ela concretize seu sonho de ser mãe, eu não posso ser um empecilho em sua vida, não  posso ser tão egoísta de querer que ela espere eu estar pronta

Já estou chorando a horas sem conseguir parar, quando ouço a campainha tocando, Milena chegou, abri a porta e a abracei, ela retribuiu apertando o abraço

- Vem, vamos entrar e você me conta porque está assim – ela me puxa pela mão até o sofá da sala

- Eu terminei o namoro com a Priscila – falei entre choro e soluços

- Por quê? O que aconteceu?

- Ela quer ter um bebê e eu acho que não consigo dar isso a ela agora

- Mas você está apaixonada por ela

- Por isso mesmo, eu não quero magoar ela

- Mas e se vocês fizerem dar certo? Pensa em tudo que você pode perder

- Essa é a questão, eu não posso pensar desse jeito se eu quiser fazer o certo com ela, eu tenho que ser prática

- Priscila, relações são feitas de emoções, se você passar a vida se isolando, não vai estar vivendo de verdade

- Como assim? eu não estou me isolando, eu disse pra ela como eu me sentia. Isso está me destruindo, mas eu sei que fiz a coisa certa

- Tá bem, só não quero que passe o resto da sua vida se arrependendo da sua decisão, agora vem aqui, deixa eu te dar colo – me deito em suas pernas e fico ali recebendo um afago e chorando tudo que eu poderia chorar


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Oiê, mais um capítulo, uma boa semana a todas.

Bjos, até a próxima 😉

Quando tudo se torna real (BuiaReis)Onde histórias criam vida. Descubra agora