𝐌𝐲 𝐃𝐞𝐦𝐨𝐧

08.

Lauren empurrou Damon para fora, antes que entre ou alguma freira veja esse tatuado.

Eu estava tentando processar, ele não parava de me encarar, seu rosto não expressava nenhuma reação .

Sinto um arrepio na nuca, agora que estou perto desse cara, sinto minha energia voltar, me sinto até melhor, mas também me sinto atraída, como um ímã.

---- O que você pensa que está fazendo aqui! Eu mandei ficar longe - ordenou

---- Como se você mandasse em mim - colocou as mãos no bolso da calça.

---- Seu demônio de merda - Franziu o cenho.

---- Cale a boca, o assunto não é você, é a minha mulher - Seus olhos miram em mim me fazendo tremer.

---- Ela não é sua - Apontou o dedo na cara de demon.

---- Nem sua - Rosnou.

Eles permanecem em silêncio, os dois se encarando, pareciam conversar com os olhos, a atmosfera estava pesada.

---- L-licença? - tentei quebrar o clima, mas eles apenas me encararam com raiva.

---- Vamos conversar na minha empresa - ordenou depois de uns minutos.

---- Não - Lauren resmungou.

---- Não estou pedindo, estou mandando - Disse entre dentes.

---- Você não manda na gente - rebateu.

Entrei em desespero, era notável a provocação da Lauren, e isso deixava Damon com mais raiva.

---- Por favor, não briguem - puxei Lauren para longe dele.

Damon estala a língua, ele permanece parado, sua expressão neutra me dava calafrios, aqueles olhos me secando, era torturador.

---- Se não irmos, ele não sairá daqui, e as freiras vão achar besteira da gente - Sussurrei baixinho.

---- Não gosto dele - Bufou.

---- Por favor - Apertei sua mão.

---- Tá bom..

---- Só vamos conversar, e ir embora, prometo - sorri.

Lauren desviou o olhar, como se estivesse chateada, ela escondia algo.

No carro, eu e Lauren estava no banco de trás, às vezes Damon nos olhava pelo retrovisor, Principalmente eu.

Eu tento ignorar seu olhar, E foco na paisagem dos prédios, é lindo, tinha pessoas chiques na rua, lojas caras e famosas, mulheres passeando com o cachorro e casais tomando sorvete.

As freiras não deixavam eu sair do convento, eu nasci lá praticamente, não conheço muito o mundo, muito menos meus pais.

Eu tive que estudar sozinha. Em hora em hora, eu lia vários livros e fazia pesquisa.

Era raro eu sair, as freiras me prendiam, me "protegendo", mas até hoje não sei o por que disso tudo, elas diziam que iriam contar em breve, mas nunca contaram.

Mas isso não importa, não vejo a hora de explorar o local, estou animada, é tudo tão novo.

---- Vamos embora assim que a conversa acabar - disse Lauren.

---- Ah - desanimei

---- Se quiser, a gente pode passear, fazer compras. - me olhou pelo retrovisor me analisando.

---- Jura!? - não pude conter o sorriso, Parecia até que nós nos conhecíamos a muito tempo, sentia uma certa conexão com ele

---- Não - Lauren cruzou os braços.

---- Eu queria.. - Meu sorriso desmanchou.

---- Você prometeu - Lauren sussurrou - Ele não é boa coisa Sabrina

---- Você não me conhece para falar de mim, Lauren - ele apertou o volante.

---- Você é um babaca que usa as garotas - cuspiu as palavras com ódio

---- E você é uma vadia que se joga para qualquer garota, tentando, rezando, para que no fundo sua paixão não correspondida seja esquecida - Franziu a testa.

Eu coloquei a mão na boca chocada, olho para Lauren que estava vermelha de raiva, mas seus olhos refletiam tristeza, tadinha.