Indo atrás de respostas

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Quando chegaram ao local da festa, um enorme casarão histórico da cidade, que ficava de esquina entre uma rua deserta e uma principal não muito movimentada, um vento frio percorreu o local, deixando Welleson arrepiado.
O pátio, geralmente usado para a pista de dança, ainda exibia sinais de festejo e muita garrafa e lata de cerveja estavam espalhados pelo local.
-não entendo como você gosta disso - Cybelle disse olhando pelo portão de ferro.
-é legal para se distrair.
-bom, se vir pra cá beber e dançar te faz ficar dez anos mais novo, então me chame na próxima.
Welleson tentou não rir com a piada, mas foi impossível e pouco depois de empurrar a amiga de leve, uma jovem com cabelos longos e cacheados surge pela porta de dentro, a pele morena repleta de tatuagens e uma cara de preguiça ao ver o estrago da festa.
-ei, moça - Cybelle chamou.
Foram ignorados por uns trinta segundos, até que finalmente a jovem se virou para ele com um olhar impaciente.
-não quero ouvir nada sobre seu céu e inferno - ela disse rapidamente, já preparada para se virar.
-não somos testemunhas de Jeová - Welleson sentiu-se ofendido - minha nossa, eu agora pareço uma testemunha de Jeová?
Ao dizer isso, a jovem tatuada se virou para ele novamente, agora interessada.
-não é? O que querem? - na verdade, ela parecia desconfiada.
-hum… - Cybelle começou, mas não sabia como continuar, afinal, a última coisa que ia querer era ser chamada de louca e internada em um hospício junto do melhor amigo - nós viemos ontem para a festa anos 2000 e eu acabei esquecendo minha carteira. Gostaria de saber se você poderia nos deixar procurar?
-não aceitamos menores de dezoito aqui - ela apontou para Welleson, agora rindo como se conhecesse os dois - então creio que não vieram.
-ele não veio - Cybelle corrigiu-se rapidamente - é só meu irmão mais novo que não tinha com quem ficar e eu fui obrigada a tomar conta dele.
Logo Wel deu uma cotovelada rápida e indolor na amiga, ofendido, mas ao menos ela estava se saindo bem na arte da improvisação, algo que ele nunca a vira fazendo e pensando bem, nem imaginava a amiga desse jeito.
-bom, eu que não vou procurar para você - a jovem chegou mais perto com o molho de chaves e abrindo o portão - vocês tem dez minutos.
E deu espaço para que os dois entrassem, olhando-os como quem esconde um segredo, mas rapidamente sumiu de vista, deixando-os sozinhos pelo local.
-bom, e agora?
-ah não sei - Cybelle parecia um tanto enojada - já coloquei a gente aqui dentro, agora sua vez de fazer alguma coisa, sr. Espero Que Minha Melhor Amiga Resolva Tudo!
Ele revirou os olhos, mas entendeu o que ela disse, indo até onde o palco permanecia, com um cheiro de queimado leve pelo ar e mirou a lâmpada que queimou no momento em que fez seu pedido.
Seria possível que alguma força mágica estava percorrendo o local no exato instante em que ele desejava ser adolescente novamente? E se isso fosse possível, será que o desejo de mais alguém também tinha se realizado?
Sentou-se no palco, com a cabeça pesando, pois isso era totalmente loucura. Estava falando sobre mágica, no fim da contas, como pode ter qualquer coisa racional e científica sobre isso?
-eu não tenho ideia do que fazer, Cyb - ele cobriu o rosto com as mãos.
-tente pedir que volte ao normal. Foi aqui, suponho, que tudo aconteceu, certo?
-sim… acho que sim, na verdade.
-bom, então tente - ela encorajou e recebeu um olhar nervoso do amigo, mas não custava tentar, certo?
Metódico, levantou e se posicionou da mesma forma que estava (ou ao menos como achava que era) na noite anterior e fechou os olhos, tentando encontrar as palavras certas, com medo de que se fizesse errado e essa fosse sua única chance, pudesse piorar tudo.
-não vai adiantar - uma voz surgiu atrás deles.

Tudo Que For Possível Fazer (Trilogia dos Desejos #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora