12- Unpredictable

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Estou sentada no banco alto ao lado do balcão da cozinha escutando minha mãe falar como o Walker é um "garoto de ouro", chegou em um momento que eu nem conseguia mais focar no assunto.

— Estou feliz com a proximidade de vocês dois, não sabia que me daria um genro tão bom quanto Walker. - Ela diz com seu tom brincalhão, eu não via a expressão em seu rosto por ela estar de costas pra mim já que estava lavando as louças na pia, mas eu sei que ela está com aquela cara de ousada provocativa.

— Mãe! Não é nada disso. - Arranco uma gargalhada da mulher com o nervosismo em minha fala. — Não ria, somos apenas amigos, A M I G O S.

— Eu e seu pai também fomos amigos. - Ela se vira apoiando a cintura na mármore da pia.

— E hoje em dia se odeiam. - Adiciono o restante da fala e ela apenas revira os olhos.

Antes que minha mãe pudesse responder, somos cortadas pelo barulho da campainha que ecoa por toda a casa. Era o cabeça de alga.

— Se divirta. - Ela fala e logo manda um beijinho pelo ar, depois se vira novamente para terminar o que antes fazia.

— Tchau mãe.

Me levanto depressa e vou até a porta principal  à abrindo e me dando de cara com o rapaz na qual eu esperava, o loiro vestia uma blusa preta oversized e parecia que aquela cor realçava ainda mais os olhos azuis-celestes de Walker.

Ou talvez eu só preste muita atenção naqueles olhos.

Oi Scarlet. - Ele me cumprimenta com um sorriso de orelha à orelha.

Olá Walker. - O respondo retribuindo o mesmo sorriso.

Vamos, Leena vai levar e buscar a gente. - Ele diz logo se afastando para o canto da porta me dando espaço para passar por ela.— E digamos que eu mudei um pouco a rota, não vamos passear no centro.

O garoto me olha e solta uma gargalhada com a minha expressão, como assim mudou de rota? Vai me sequestrar?

— Relaxa, sei que você vai amar.

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Já tinha em torno de 20 minutos que estávamos no carro, já havíamos saído de Victoria e estava começando a cogitar de verdade a teoria do sequestro.

Walker! Por favor me fala onde estamos indo. - Imploro pela milésima vez ao garoto que estava sentando ao meu lado e olhava para a janela se fazendo de surdo e mudo para não dar atenção às minhas súplicas.

— Leena! - Chamei atenção da garota que me olha pelo retrovisor interno do carro.

Ele me proibiu de abrir a boca Scar, mas só posso falar que não vai se arrepender por passar pela fase do suspense. - Ela responde. — E já estamos chegando.

Walker Scobell.

Você realmente achou que eu iria levar para o simples centro da cidade a primeira garota que despertou interesse em mim?
Leah me ajudou à escolher um lugar com o clima um pouco mais "favorável", que não fosse tão na cara na forma de um encontro e também que não fosse tão comum.

E olha, eu poderia dizer que até na vida real Leah é filha da deusa da sabedoria, não existia opção melhor do que os jardins de Butchart perto de Victoria. Não é atoa que é um dos lugares mais procurados por quem vem visitar o Canadá.

Quando não podíamos mais seguir de carro, Leena o estacionou e disse "Aproveitem, me liguem quando quiserem ir". Eu e Scarlet saímos do carro e antes que ela notasse onde estávamos indo, a ataquei por trás tampando seus olhos.

— Você ta querendo me sequestrar ou algo do tipo? - Ela fala rindo enquanto coloca a mão por cima da minha que tampava seus olhos.

— Te garanto que vai me agradecer depois. - Guio a garota até a enorme espécie de "túnel" com arco floral na entrada, era literalmente a coisa mais linda que eu já vi em toda minha vida.

Tiro lentamente as mãos que estavam "vendando" Scarlet e por um momento vi a garota travar. Poucos segundos depois ela forma um "O" em seu lábios e logo em seguida um riso.Ela estava tão encantada que podia ver em suas íris castanhas um brilho diferente.

Ficamos alguns segundos em silêncio apenas olhando o enorme lugar que tinha em nossa volta, era tão grande e belo que sinto que não conseguia ver metade daquele lugar.

Você é imprevisível Scobell.

𝐂𝐚𝐧 𝐰𝐞 𝐛𝐞? - 𝑊𝑎𝑙𝑘𝑒𝑟 𝑆𝑐𝑜𝑏𝑒𝑙𝑙 Onde histórias criam vida. Descubra agora