27- Travel

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Meu quarto se encontrava a MAIOR zona nesse momento, não sei como seria uma boa ideia pedir ajuda do Walker para fazer minha malas. Ele parecia ficar tão encantado com cada roupa minha que queria que eu levasse todas.

— ESSE AQUI! - Seu grito empolgado de repente quase fez meu coração parar na garganta com o susto, voltei o olhar pra ele que estava com o vestidinho branco que usei quando demos nosso primeiro beijo. — Vai levar ele, não vai?

Seu pedido era irrecusável mesmo que minha mala já estivesse quase sem espaço, aqueles olhinhos brilharam, tenho certeza que por conta da memória que lhe trouxe.

— Claro que vou. - Respondo com um sorriso meigo e estendo a mão para ele me entregar o vestido, e assim ele fez, eu dobrei o tecido claro e coloquei na mala, em seguida a fechando.

— Senhores! - Sinto outro aspasmo de susto quando minha mãe chegou na porta. — Se não quiserem ficar pra trás, andem logo. - Seu tom ameaçador e sarcástico dava um tanto de medo, a respondi apenas com o polegar em forma de joinha.

— Minha mãe vai ficar maluca quando te ver, sempre me pergunta de você. - O loiro disse enquanto tentava ler o rotulo de um dos meus produtos de skin care, provavelmente pra entender o que era aquilo.

— A gente vai passar na sua casa antes? - Questiono um pouco confusa e recebo um olhar mais confuso ainda do rapaz.

— Ela vai com a gente, sua boba - Ele fala como se fosse óbvio, mas acho que deve ter esquecido de me avisar — Ah...meio que, sabe - O loiro percebeu quando eu arqueei a sobrancelha - "Viagem em família".

Depois disso Walker me explicou que assim como sua mãe, Leena e Tanner também iriam, assim como seu pai e obviamente o novo componente da minha família, o Ray.

Antes do dia da viagem, minha mãe o chamou para jantar aqui de surpresa, apenas eu e ele dois. Tivemos uma boa conversa sobre como seria daqui pra frente, e eu confesso que meu coração se aquecia sempre que percebia uma demonstração de carinho e cuidado dele sobre minha mãe.

Ele era um homem alto, creio que ainda mais do que o seu irmão, Pete Scobell. Mas se igualava no tom castanho do cabelo, a pele clara, nariz e boca. Não podia negar que o humor e as gracinhas constantes também eram iguais.

Quando minha mãe se retirou da mesa de jantar por uns minutos, ele me prometeu que iria sempre nos respeitar e fazer de tudo para que eu e ele nos déssemos bem, e que cuidaria da minha mãe. E ele me convenceu quando juntamos os mindinhos e fechamos esse "acordo".

— BRENDON E SCOBELL! - O famoso grito de uma mãe um pouquinho estressada com o atraso de dois lerdos que nem eu e Walker.

Nos olhamos com cara de "ferrou", joguei minha mochila lilás nas costas com a maior rapidez e agarrei a alça da mala que era da mesma cor arrastando pra fora do quarto.

— Me deixa te ajudar. - O branquelo atrás de mim me parou na frente da escada tomando a mala de minhas mãos e descendo com ela, incrível como ele sempre é cavalheiro desse jeito.

— Caramba! Eu juro que ia deixar vocês aqui. - Minha mãe nos retira uma gargalhada ao falar com as mãos na cintura e o semblante forçado de ameaça.

— Meu sobrinho! - A voz forte de Ray se destaca ao ver Walker e o abraça pelos ombros. — E...- Ele o solta após bagunçar seu cabelo de propósito, logo depois se aproximando de mim com os braços abertos. — Minha querida! - Não nego que sorri genuinamente com o apelido que ele me colocou, logo depois me abraçando como cumprimento.

Por cima de seus ombros eu consegui ver a expressão de minha mãe, era uma mistura de alivio, orgulho, felicidade, na real eu nem sei explicar, só sei que era bom.

Nos separamos e com bastante pressa, que no caso, minha mãe nos colocou, fomos direto para o carro branco enorme na qual iriamos viajar, era o carro que minha mãe usava apenas pra situações como essa, pra ser mais confortável.

Colocamos todas as bagagens no porta-malas e adentramos no veiculo. Walker me disse que sua mãe provavelmente já estava na estrada, disse que ela queria chegar primeiro para checar o chalé.

Os Scobell tinham o costume de ir para uma cabana próxima de Sutton, o loiro do meu lado não parava de falar o quanto era lindo e o quanto eu iria amar.

Esse mesmo loiro não demorou cerca de 20 minutos para apagar deitado com a cabeça apoiada no meu colo, como era apenas eu e ele no banco de trás, estávamos bem relaxados.

Eu olhava pra baixa admirando cada traço daquele garoto, Walker havia mudado muito em questão de poucos meses, cresceu bem mais, o cabelo que antes era um louro bem amarelado agora mais parecia um ruivo claro. Mas o cachinhos desarrumados ainda continuavam iguais, da mesma forma que algumas sardinhas que ele tinha espalhadas pelo rosto.

Ele parecia mais um anjo do que um humano agora.

Acariciava seu cabelo com cuidado enquanto minha outra mão passeava por suas costas, vi ele soltar um sorrisinho fraco de canto em resposta ao carinho. Mesmo ele estar quase completando seus dezesseis anos, em vários momentos ele parecia uma criança de cinco, como agora. Deitado encolhido, vestido em um moletom cinza largo, dormindo com um biquinho involuntário formado nos lábios, era a coisa mais linda de se ver.

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⏰ Última atualização: Apr 18, 2024 ⏰

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𝐂𝐚𝐧 𝐰𝐞 𝐛𝐞? - 𝑊𝑎𝑙𝑘𝑒𝑟 𝑆𝑐𝑜𝑏𝑒𝑙𝑙 Onde histórias criam vida. Descubra agora