Poder Feminino.

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                  Poder Feminino

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                  Poder Feminino.                          
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— É, o salário tá pouco mesmo. — Murmurava o diretor Leônidas, de cabeça baixa e com seus próprios dedos entrelaçados servindo de apoio para sua testa.
  
— É engraçado pensar que o garoto cérebro dessa escola, o sabichão, Deus da Matemática, é também um ladrão! — Exclamei, de frente para Valentim. Felizmente, com a queda, seu óculos não tinha nenhum arranhão.

    É claro que no meu cofrinho em formato de banana, não havia nem 3,50, ainda mais depois do show do 4Trevos. Nunca teria grana para pagar aquela armação, quem diria se as lentes tivessem rachado ou se desmanchado em vários pedacinhos. Também era aliviante saber que o diretor não tinha repassado à professora Karen o que havia acontecido. Que, por andar por aí com sapatos frouxos e cadarços rastejando pelo chão, acabei derrubando o menininho de ouro dela. Oh, pobrezinho.

    Mas assim que o diretor me levantou, ainda com minha cabeça zonza, escutei o que tinha acontecido, mas direto da boca de Marcelly, que disparou: “Senhor Diretor, a Briana nessa sala de reforço é uma arma nuclear! Um desastre natural! Ela não estava prestando atenção e ficava olhando o celular, então o Valentim, depois de pedir várias e várias vezes, se cansou! E eu não o culpo por isso! Ele só pegou o celular dela. Então, com fúria nos olhos, ela pulou em cima dele para dar um mata-leão! Juro. Eu vi tudo, como todos aqui. Foi exatamente assim.

     Rolando disfarçadamente seus olhos para cima depois de escutar o que eu tinha acabado de dizer, Valentim se esquivou de mim e deu alguns passos a frente, se aproximando da mesa do diretor, indicando que não iria falar comigo. Revirei os meus olhos e fui atrás, pisando firme e extremamente curiosa para saber o que ele diria. Dependendo, já estava tentando me lembrar dos poucos golpes que o papai havia me ensinado quando menor, na época que ele tinha sua academia de boxe.

— Ela me golpeou só porque eu queria que ela ao menos tentasse responder ao exercício. Isso não é motivo para uma advertência? O senhor mesmo diz que não aceita atos violentos aqui. — Terminou Valentim, sem nenhuma resposta do diretor, que ainda estava de cabeça baixa, rezando o Pai Nosso.

— Advertência?! — Indaguei, apoiando com agilidade minhas duas mãos na mesa do diretor, ficando ao lado de Valentim — Diretor, fala sério, essa mangueira de bombeiro literalmente pegou o meu celular! E se eu estivesse resolvendo algo sério ou vendo fotos constrangedoras minhas, hã? — Os dois me olharam incrédulos com a minha maneira de me defender — Ué, gente, pode acontecer! Nunca se sabe. Ele pode ser um pervertido! Isso é um perigo! — Murmurei para o diretor a última parte para que Valentim não escutasse.

     Pelo canto dos olhos, consegui ver o olhar de Valentim sobre mim. Ele claramente havia escutado. Segundos depois, escutei uma risada irônica, carregada de sarcasmo.

— Briana, não seja ridícula. — Ele continuou, mostrando várias linhas de expressões no centro da sua testa, dilatando suas narinas e erguendo suas maçãs do rosto. Ele sacudiu a cabeça de maneira rápida, se livrando do assunto — Vai dar a advertência a ela ou não?

Amizade Entre Opostos.Onde histórias criam vida. Descubra agora