"Não Namoramos." Então Vocês Namoram?

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                  “Não Namoramos”

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                  “Não Namoramos”.
             Então Vocês Namoram?                                
                            ✦✦✦✦

    Pelo visto, observando uma variedade de acontecimentos em todos os meus dezesseis anos de vida, eu já poderia ser coroada como miss. Miss — Constrangimentos — Universo. A coroa dos constrangimentos posaria bem no topo da minha cabeça, juntamente com a faixa cruzando meus ombros e um buquê enorme em meus braços, enquanto caminho até o centro do palco para falar no microfone todas as minhas vergonhas. Desde acenar para alguém na rua — que claramente não estava acenando para mim — até estar parada na minha sala de estar, escutando meu pai questionar até a alma do garoto que absolutamente não tinha nenhum envolvimento amoroso comigo, tampouco amigável. “Obrigada a todos. É uma completa honra ser a garota que mais teve constrangimentos em todo o universo — enxugo uma lágrima ao som de uma belíssima salva de palmas —. Agradeço também aos meus professores…
  
— Quem é você e o que estava fazendo sozinho com uma moça no quarto dela? — Perguntou o papai, cruzando seus braços e de frente para nós. De todas as suas perguntas, nenhuma ele deixou Valentim responder. — Não sabe que um garoto não deve entrar na casa de uma menina quando ela está sozinha?

     Eu já estava começando a cogitar a ideia de fingir um desmaio com o intuito de bater verdadeiramente a cabeça no chão e ir para os céus — eu esperava ir para lá. Por mais que até a mamãe tentasse falar a ele que aquele alvoroço todo era completamente sem sentido, ele não parava por nada. Valentim não sabia se olhava para o papai, que tentava o intimidar, para mim que estava com a respiração cada vez mais ofegante, para a mamãe que o oferecia cachorro-quente de segundo em segundo ou para os trigêmeos que discutiam algo em uma língua que somente eles entendiam. “É, meu chapa, bem vindo a família — hospício — Ribeiro Melo”.

— Pai! — exclamei, segurando seu braço — Não precisa disso! O nome dele é Valentim e ele só está aqui porque somos duplas naquele projeto que eu mencionei!

— Meu bem, qual o problema da Bri trazer um colega aqui em casa, hã? Valentim, é um prazer te conhecer. — Disse ela sorrindo e colocando sua mão no ombro dele, que sorriu de volta para ela. Eles deram as mãos. — Me chamo Vera, e esse é o paizão coruja da Bri, Pablo.

     Aquilo, além de me fazer quase derreter de vergonha e querer apenas desligar o som do mundo como se fosse simples e semelhante como apertar um botão, me fazia pensar na ideia de que, além de Antonella e Fernando, Valentim era o único que naquele momento tinha ido além das provas e do ambiente escolar. Ele conhecia meus pais, minha casa, os trigêmeos, minhas roupas de ficar em casa e até já tinha me visto chorando. Precisava matá-lo, ele sabia de mais, e o pior de tudo, CONTRA MINHA VONTADE!

— O prazer é todo meu, dona Vera. Senhor Pablo. — Valentim ofereceu sua mão para que o papai a apertasse. — Pode ficar tranquilo que eu vim apenas para fazermos um trabalho. Eu respeito muito a Briana. — Valentim olhou para mim como se pedisse ajuda ou confirmação de que ele estava dizendo algo certo, mas infelizmente o que estava ao meu alcance era apenas encolher os meus ombros — E… qualquer garota…?

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