CAPÍTULO 13

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Terror

já era sexta feira e dia de baile chegou, era sempre a maior putaria na rocinha, bagulho que todo mundo saía da área mais nobre, pra ver bandido balançando arma pra cima e sarrar na peça de cada um.

as mina gostava de ibope e os cara gostava de fazer elas se sentirem privilegiadas, nunca tive nenhuma fixa, primeira que tive, não deu certo e a gente terminou, ficou por isso mermo e cada um pro seu lado, hoje em dia ela tem um cria e eu sou padrinho dele, amizade continua a merma.

Viviane: você não vai pra esse baile não é? -falou enquanto eu brincava com o Kauan, ele tinha 11 meses, tava quase pra um ano, festa dele tava marcada e tudo- você sempre vai, sempre vejo alguma menina comentando de você por ai

Terror: queria saber por que tu não tá indo, minha mãe já falou que ficaria numa boa com o Kauan, tu tá deixando de fazer o que gostava por ele

Viviane: vida de mãe né, não posso fazer nada além de continuar -falou entrando na cozinha- tá tudo muito lindo pra festa dele, me senti realizada quando você disse que ia ajudar, valeu mesmo Kayke

Terror: só porque tu ficou com meu mano, não quer dizer que a amizade não continua po

Viviane: eu nem fiquei com ele, cala sua boca -falou e o kauan fez cara de choro, quando ela terminou de falar.

ela pegou ele no colo que nem chorou, comigo certeza que teria chorado, babão.

Terror: qualquer bagulho me liga, já disse a tu -falei me levantando e vendo que era 22:00 horas- vou vazar pra não rolar boato errado pro teu lado

já rolou muita coisa dela aí, dizendo que ela ficou com dois cara e com criança em casa ainda, os cara gosta muito de fofocar aqui dentro e sempre bota o nome dela no meio, só pelo passado da mina.

pai do bebê dela morreu em uma invasão, eles tavam junto e o kauan tinha uns meses ainda, ajudei ela desde então, era amigo do Fabrício e tava disposto a ajudar com o que ela precisasse, desde que nós terminou, eu ajudei.

ela me pediu pra ser padrinho do kauan e eu aceitei, nem gostava de criança na época, mas hoje em dia quando ela quer procurar por trabalho, ela deixa ele comigo e eu ando pelo morro todo com ele.

vazei da casa dela e tinha pouca gente na rua, fui de moto pro baile e deixei ela na rua de trás, encontrei com os moleque e Jp tava falando no celular com a mesma mina que ele arrumou o número no pagode.

Vn: moleque não cansa nunca -falou enquanto via o Jp rindo pro celular- cheio de buceta na tua frente e tu mendigando a que tá no teu celular, pelo amor de Deus Juan, vai arrumar o que fazer irmão

Jp: isso porque a irmã do Terror não te dá mole né ? -falou e eu olhei pro Vn na merma hora- olha pra ele não, que tu tá querendo aquela casada da sul, se liga em, levar porrada de playboy, vai virar chacota na quebrada em

Terror: tão casada que fica ofegante quando vagabundo chega perto -falei vendo os dois me olharem interessados- fiz o bagulho so pra colher informações, tenho que fazer ela cair na minha lábia e eu entrar na casa dela

Jp: muito filho da puta né, essa mina descobrir isso aí -falou negando e voltando a atenção pro celular- sabia que essa mina é irmã dela parceiro, nem disso eu tava ciente

olhei pro Vn na hora e ele negou, pedi pra ver o perfil dela e ele mostrou, vi logo uma foto com a tal mina, entrei no perfil dela e vi que era um nome conhecido, mas deixei pra lá e mandei ele enviar pra mim.

mandei logo uma mensagem pra ela "eai mina" , ela tava online a uma hora e eu deixei pra lá, voltando a marolar no baile, tomando meu whisky com gin.

[...]

acabei que brotei na casa da Viviane, ela tava puta pra caralho comigo enquanto eu tava brincando com o kauan, na cama, madrugada e o moleque acordado.

Viviane: você amanhã vai acordar cedo tá me ouvindo né, não quero ninguém dormindo muito aqui não -falou tirando as roupas do chão do quarto- e eu só não reclamo de você aí, pelo fato dele não estar chorando com você

Terror: tu que é chata pra caralho com o moleque -falei vendo ela me bater e eu chutei a perna dela- se liga maluca, vem ser louca pra mim não

Viviane: vou mandar você sair daqui jaja -falou indo pro banheiro.

me levantei com o kauan e fiquei balançando ele, ele já tinha tomado leite e tomado banho, tava com a roupa de dormir e só faltava o sono, mas ele tava bem agitado.

fiquei conversando com ele enquanto a mãe dele tava tomando banho, nesse meio tempo, ele pegou no sono e eu fiquei olhando o rosto dele, era a cara do pai dele todo, mas tinha o jeito da Viviane,né chato e ficava chorando por qualquer coisa.

ele deu um sorrisinho de lado e eu sorri, vendo que a vivi tava olhando a gente da porta.

Viviane: ele gosta muito de você e você gosta igualmente dele -falou e eu assenti.

Terror: tenho ele como um filho, que eu obviamente não vou ter ‐falei rindo- mas ele é, e acho que ninguém vai ocupar o lugar dele não, acho que é por ele que eu penso seriamente antes de botar a cara em qualquer assalto

coloquei ele no berço devagar e fiquei olhando ele dormir por um tempo, deitei na cama mexendo no celular e vi a outra me olhar com cara de sonsa, achava mermo que eu ia dormir no chão ou no sofá né, ela apagou a luz e deitou do meu lado enquanto resmungava altas coisas e eu falei pra ela calar a boca, sentindo um tapa nas minhas costas, o que me fez rir.

Por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora