Arielly
estava a noite e eu estava prestes a ir embora, estava pra atender o último paciente, que pela ficha, tinha levado um corte no braço, com uma faca.
Arielly: pelo que está aqui, foi um corte fundo -falei puxando a cortina e vi o mesmo cara que me olhava no dia do pagode, ele me olhou enquanto mantia um pano no braço- o que você tá fazendo aqui?
- tô machucado filha, tá cega? -falou e eu revirei os olhos, fechando a cortina r colocando a prancheta na maca, enquanto tirava o pano de cima do ferimento
estava exposto até demais e parecia que fazia um tempo que estava ferido, olhei bem pra cara dele e ele tava com maior cara de sonso,coloquei as luvas e peguei um pano molhado e passei por cima, vendo ele fazer careta.
- faz os bagulho na calma, que enfermeira bruta -falou e eu parei de fazer , olhando pra ele, que tinha a mesma cara de sonso- continua
ignorei ele e passei novamente , vendo que estava cesou o sangue, peguei um pouco de soro fisiológico colocando na ferida e vendo o resto do sangue sair, limpei toda a ferida direito e coloquei a gaze úmida, fechou com a faixa e voltei a pega a prancheta.
Arielly: higienizada e com curativo -falei enquanto ele me olhava- preciso que você cuide bem do ferimento tá? evita o sol, não come nada com gordura, nada mesmo, a cicatrização vai demorar mais e você vai achar pior, tenta limpar ela toda semana, e cubra direito, se possível, compra um soro fisiológico, é melhor para limpar a ferida e deixa ele armazenado numa temperatura de 15 graus a 30 graus.
- tá ligada que eu não vou fazer nada disso né -falou me olhando de lado e levantando, me afastei um pouco e esbarrei no carrinho, quase caindo, mas senti a mão dele na minha cintura e me puxando pra ele
senti meu corpo esbarrar no seu e eu estava parecendo nervosa, com os batimentos acelerados e a respiração rápida demais, me afastei dele, vendo um sorriso de lado.
Arielly: você já pode ir embora -falei e fui abrir a cortina, mas ele tirou minha mão dali e eu virei pro outro lado, vendo ele me seguir devagar
- fiquei te vendo naquele dia na laje -falou e eu encostei em algo, olhei pra trás vendo que era a maca e virei pra frente, vendo que ele estava perto demais do meu rosto- te achei interessante, nunca te vi pela rocinha, achei novo
vi que ele ia me beijar e virei o rosto, sentindo seu beijo molhado na minha bochecha, empurrei ele vendo ele rir e me arrumei, ficando mais afastada.
Arielly: estou no meu local de trabalho e já lhe atendi, então, você já pode se retirar -falei apontando e abrindo a cortina, ele não falou nada e saiu com as mãos no bolso
me sentei na cadeira que tinha ali e tentei regular minha respiração, não entendi nada do que acabou de acontecer e vi Fabi do meu lado.
Fabi: o que houve? -falou e eu olhei pra ela- vou pegar um copo d'água
ela me deu a água e eu tomei ele todo, vendo ela me olhar e continuar perguntando o que aconteceu, contei as coisas a ela, que me olhou sem querer acreditar.
[...]
Heitor: amor, você prefere vinho ou Champanhe ? -falou olhando o cardápio e eu olhei pra ele , saindo do meu transe.
Arielly: o que você preferir, querido -falei vendo ele sorrir e pedir champanhe.
estava jantando com ele, recompensando pela noite em que eu "dormi" no nosso jantar em família, ele estava com um sorriso enorme em seu rosto enquanto eu só queria estar em casa, deitada dormindo ou assistindo alguma coisa qualquer.
Heitor: você dormiu mesmo ontem né? caramba , achei que você iria conversar com a minha mãe como sempre foi -falou sem graça e eu assenti- mas tudo bem, ela disse que iria marcar um jantar com você e esse final de semana tem nosso 5 mês de noivado, precisamos marcar o casamento rápido, tô louco pra morar com você
Arielly; morar? -falei vendo ele assentir- e eu estou com muita coisa pendente, o trabalho e ainda as aulas do meu pai, você sabe que tá muito corrido pra gente casar agora
Heitor: você sempre fala a mesma coisa, Arielly -falou grosso e eu olhei pra ele na mesma hora- você sempre dá essa famosa desculpa do trabalho, não pode tirar um dia pra casar com o amor da sua vida?
Arielly: podemos conversar, marcar, não sei -falei rápido e eu respirou fundo- vamos pro ano que vem, dezembro já está chegando e as coisas podem ser chatas, você sabe, vamos em janeiro, que tal?
ele disse que seria um mês ótimo e eu assenti, vendo ele pegar na minha mão e beijar ela.
Heitor: eu te amo muito -falou sorrindo e eu sorri.
Arielly: também te amo -falei vendo ele sorrir mais.
eu odiava muito, mentir pro Heitor, para qualquer outra pessoa, mas eu não podia falar pra ele que não o amava e que meu pai me forçou a aceitar o pedido de casamento dele, namorei ele porque no tempo ele me tratava bem e era o cara que eu sempre sonhei , mas não para casar, ele também começou a se mostrar mais bruto e eu odiava isso, principalmente a ignorância.