Terror
Jp: a mina gritou na tua cara e você não falou um A -falou enquanto ria e eu olhei pra cara dele- o cara tá decaindo mesmo, não pode ser outra coisa, depois que tomou um tiro, tá manso
Vn: vai ver ele tem pena de gritar com mulher também po -falou enquanto ria e eu chutei a perna dele- ai caralho
Terror: você devia calar sua boca -falei apontando pra ele- nao falei caralho nenhum porque foi vacilo meu, quase nem meu, foi da galega que puxou minha blusa, filha da puta, ainda rasgou mané
Jp: isso que dá Terror -falou apontando pra mim e eu neguei- fica dando moral pra qualquer uma, que elas fazem o que quiser , fica vendo
Vn: tu fala uns caralho nada haver né -falou batendo na cabeça dele- bora descer pra sul, virar a madrugada lá, na paz
Jp: quer ver quem na sul? -falou e ele olhou pra cara dele- tá vendo terror, todo final de semana quer descer pra sul, não tô te entendendo, Vn
Terror: acho que eu conheço ela de algum lugar -falei batendo o dedo na mesa e olhei pro Vn- tu acha que a gente conhece ela de algum lugar também não?
Vn: a mina que tava com a Giovanna? -falou e eu assenti- parece mermo, parece com aquela mina lá, do hospital po, não tenho total certeza porque ela tava com aquele bagulho na cabeça né
Terror: é isso ai -falei me levantando e pegando a chave que tava em cima da mesa- vamo dar uma volta e ver se ela tá com a Giovanna ainda , se der sorte , vamo ver onde ela mora e por que ela tá aparecendo aqui agora
Jp: ela não pode vir não? -falou e eu neguei- agora fodeu, vai atrás da mina por nada
Vn: cala a porra da boca e vem -falou e a gente desceu pra pegar a moto.
fui na garupa do Vn, enquanto o Jp veio atrás com a a gente, por sorte elas tavam no morro ainda e eu mandei os cara ir pra fora , descobri onde tava o carro dela e a gente foi pra rua , ver se tinha alguma coisa.
Jp: tem uma bolsa e umas tralhas atrás -falou olhando e eu assenti- tem certeza que vai seguir a menina?
Terror: se você não tiver afim, pode ir embora -falei e ele me olhou, mandando dedo- sobe nessa tua moto aí e espera.
[...]
a gente seguiu a mina na calada, veio parar em um condomínio em Copacabana, ela tava entrando no portão e apareceu uma outra mulher, elas ficaram paradas conversando.
Jp: nossa caça ao tesouro ficou mais interessante -falou sorrindo e o Vn riu- na sul só mora as melhores né, duvido que uma assim vai pro morro, ia ser a chave do meu paraíso
Vn: você é muito besta -falou e eu ri de lado- sabe quem mora aí? lembrei agora que vi o nome do condomínio
Terror: uma notícia boa -falei olhando pra ele e ele riu
Vn: é ótima -falou virando pra me olhar- Coronel Brandão, mais conhecido como matador pelas favelas daqui, duvido que ele nunca pegou algum de frente, pegou e matou a sangue frio, dizem que a polícia passa pano pra ele, e ele sai como queridão da pátria
Terror: sabia que ele matava os cara -falei e olhei pro Vn- não sabia que ele morava aqui e nem que a polícia passava pano pra ele, chefe deve gostar dessa notícia aí né, tá querendo derrubar ele a muito tempo
Jp: fiquei sabendo que ele matou a mulher do chefe -falou e eu olhei pra ele- fofoca dos cara lá, aí eu escutei e esqueci até de falar , mas tô falando agora tá ligado?
Terror: não olhe pra mim, ele não conta nada da vida pessoal -falei negando e olhei pro Vn- mete o pé, que eu vou descobrir mais coisas dessa ai, guarda o que eu tô falando, deve ser peça boa
eles riram e a gente meteu o pé pro morro, já era madrugada e a gente ficou marolando, fumando na laje da casa do Jp, o único entre nós que morava sozinho.
sempre foi nos três, desde menor, Jp conheci depois que o Vn, mas depois que juntos os três , não tinha quem separasse, até hoje não separa.