Terror
Já tinha se passado uma semana desde aquele maldito acontecido, fui encontrar o maluco lá mas obviamente não fui sozinho. No final, ele não queria conversar nada e queria me matar, talibã tava com os aliado dele e me ajudou na merma hora, matou uns de lá e trouxe ele pro morro, querendo saber com quem ele tava e os caralho.
Talibã: fecha a boca desse arrombado antes que eu corte a língua dele pra fora -falou enquanto eu entrava na salinha e tinha um cheiro horrível, mas nada que eu já não tivesse sentido- ele me deu uma pequena informação , disse que tava aliado de alguém e voltou porque pagaram a ele pra te matar, falou que a grana era boa e ele tava precisando pra sustentar a família, não falou quem mandou nem nada
Terror: família ? -falei depois de um tempo e olhei pro meu pai, que tinha sangue escorrendo pela boca, os olhos inchados e vermelhados. Cheguei mais perto dele e vi ele soltar uma risada e começar a tossir depois- onde tá essa família que você falou em? Ou quer morrer e deixar eles sem saber de porra nenhuma sua? Isso virou rotina tua já né, filho da puta
Carlos: tava tão acostumado que não me doeu em nenhum momento deixar você e a puta da sua mãe
Minha raiva já tava o bastante até ele ouvir falar da minha mãe, vi o sorriso no rosto dele e empurrei ele, vendo a cadeira em que ele tava preso cair no chão. Puxei ele pela camisa e dei um murro nele, sentindo minha mão doer e continuei descontando todo meu ódio de anos que senti nele, só parei quando vi que ele tava mole e puxei ele pra perto de mim.
Terror: nunca abre a porra da tua boca pra falar da minha mãe. Ela foi mais pai que você, sempre lutou por mim e por Giovanna, então cala a porra da boca que tu não merece nenhuma família na tua vida, vai ficar aqui sozinho e espero que morra aqui sozinho. Se por algum momento você fugir daqui, eu mermo vou atrás de tu e te mato, seu velho filho da puta
Talibã: solta o cara que pra ele sair daqui ele tem muita coisa pra falar, principalmente quem mandou matar um dos meus
Dei as costas pra ele e ia sair da sala, mas ouvi a voz dele falha e olhei de lado.
Carlos: Coronel me mandou, ele descobriu onde eu tava com a minha família e mandou os homens dele na minha casa -falou mas começou a tossir, os cara foram levantar a cadeira dele. Me arrumei ali e encostei na porta, enquanto acendia meu cigarro- eu tava no interior de São Paulo, ele mandou os cara ir me buscar e me bateram lá mermo, colocaram arma na cabeça da minha mulher e da minha filha, disse que eu tinha que ajudar ou ele iria matar elas. Eu tive que ajudar, fui obrigado a isso, eles colocaram minha mulher nesse bagulho também, minha filha tá em alguma casa do coronel e eu só falo com ela por ligação. Minha mulher tá agoniada com esses bagulhos e eu só consigo voltar minha vida se eu fizesse esse trabalho, papo era fazer você se aproximar de mim novamente e eu te levar pra ele Kayke, você pensa que ele não sabe, mas ele sabe quem é você esse tempo inteiro. E a filha dele... vocês precisam achar minha filha, por favor, ele descobrir isso aqui, ele vai me matar
Terror: o que tem a filha dele?
Carlos: você não ouviu o que eu falei moleque? Eles vão me matar e matar minha família, vocês precisam achar elas agora.
Terror: você não pensou duas vezes quando apontou a arma pra mim naquele galpão , eu posso fazer isso pela menina, mas pode ter certeza que não vai ser por você. Os aliado vai descobrir e tentar ver o melhor jeito de buscar a cria, mas eu quero que você e sua mulher se fodam, tiveram coragem de tá aqui, vão ter coragem pra sair desse bagulho e pode ter certeza que sua confissão não tira a minha ideia de querer matar você
Carlos: você não mudou nada Kayke, continua o mesmo moleque filho da puta de sempre. Foi minha melhor decisão sumir da vida de vocês, sua mãe é uma mentirosa, mentiu pra mim e continua mentindo pra vocês pelo visto, vocês são muito otarios por não ir atrás da verdade. Eu fui e fui embora logo depois, não duvido nada que vocês não vá quando descobrir também.
Respirei fundo e sai daquela sala, tava sentindo meu coração acelerar demais e minha respiração ficando rápida. Senti minha visão ficar turva e olhei pro lado vendo uma moto e alguém descendo dela, chamando meu nome.
Arielly: Kayke, o que aconteceu? -falou e eu saí do transe vendo que ela tava na minha frente, vi ela me olhar preocupada e neguei rápido.
Terror: fumei um cigarro, nada demais -falei rápido e me liguei que ela tava em um lugar que não deveria estar- tá fazendo o que aqui? Não quero tu vindo na comunidade não filhona. Ta maluca porra?
Arielly: se liga, vim te ver e trouxe umas coisas. Você disse que a gente iria dormir juntos hoje, eu decidi que queria dormir aqui, marquei uma praia com a Gio também
Ignorei ela e subi pra onde minha moto tava, vi ela conversando com o maluco que tava na outra moto e deu algo a ele. Fiquei olhando serinho enquanto ela vinha arrumando a bolsa nas costas, virei a cara quando ela chegou do meu lado e ela subiu na moto calada.
Eu tava morando sozinho, peguei uma casa com o talibã e ela tava boa até demais. Minha mãe falou que eu devia arrumar do meu jeito e eu tava nem aí pra isso, casa era grande e era um bagulho pra mim sozinho mermo, tava bom demais, tinha pra que mudar nada. Eu só tava comprando uns bagulhos pra colocar nela, já tinha televisão e uns bagulho massa, faltava umas coisas pro quarto e pra cozinha, papo de que só vai servir pra decorar mermo, eu nem em casa fico pra comer ou dormir direito.
