Capítulo 4 - Cris

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Aquela mulher era a mesmo uma mistura de perversa com um toque de sensualidade que conseguiu me irritar além do esperado. Eu era conhecido por ser paciente, ter um bom humor, mas ver Elizabeth chegando e surtando com as mudanças que fiz conseguiu me tirar do sério.

Eu entendia que ela estava com medo, assustada com as coisas que podiam acontecer e sentisse uma necessidade de ter o controle de tudo. mas ela deveria manter em mente que tinha insistido para que eu aceitasse justamente por eu ser o melhor, não colocaria sua vida em risco e com toda certeza não ficaria esperando por sua aprovação antes de fazer o meu trabalho.

O fato dela ter tentado me lembrar o meu lugar, como um funcionário que deveria apenas obedecer, deixou claro a megera que ela era e me lembrou a razão para eu não aceitar trabalhar diretamente. As pessoas com dinheiro tinham uma tendência a serem esnobes e eu detestava profundamente pessoas assim.

— Pode aceitar o trabalho com os Mancini. — foi a primeira coisa que falei assim que Isaac atendeu ao celular.

— Tem certeza? Não vamos acabar ficando sem pessoal?

— Vamos, mas estou sentindo que o trabalho aqui vai terminar antes do esperado, então teremos muitos homens disponíveis para trabalhos individuais.

— O que aconteceu? Você estava tão engajado em fazer o melhor plano de defesa para a chefinha, o que te deu que não durou um dia?

Bufei pensando em quanto tempo havia gastado fazendo toda a escala dos seguranças, tudo pensado e planejado para devolver a ela a liberdade de ir e vir dentro da sua propriedade sem parecer que era vigiada a todo instante.

Tinha feito tudo de forma impecável e até mesmo havia entrado em contato com a secretária para organizar a mudança dela de andar. Mas ser recebido com grosserias e soberba me fizeram questionar a promessa que eu havia feito sobre protegê-las.

— As coisas não saíram como planejado, a Senhora Bianchi e eu não nos entendemos direito.

— Já até imagino o que aconteceu, ela bancou a rainha Cleópatra e você se emputeceu. — ele gargalhou do outro lado me fazendo revirar os olhos, porque era a mais pura verdade.

— Faça o que eu falei idiota. — resmunguei desligando o celular e encarando a tela a minha frente com a foto dela no relatório.

Mas como eu disse ela conseguia ser prepotente e sexy ao mesmo tempo, vê-la falando comigo de forma altiva sem nenhuma razão me fez desejar tê-la embaixo de mim, implorando por mais e gemendo meu nome, ao mesmo passo que pensei em vê-la cavalgando em cima de mim usando apenas aqueles saltos que ela quase me acertou.

O problema é que por mais sexy que ela fosse, eu não suportava pessoas que tentavam diminuir os outros apenas por terem um pouco de poder em suas mãos. Tinha sido criado cercado de homens assim, meu pai em especial, e isso só me fez desejar ser o total oposto.

No começo da empresa não podia ficar escolhendo meus clientes nem nada do tipo, mas a partir do momento que consegui essa autonomia eu passei a me recusar a proteger boçais, qualquer um que destratasse um empregado não era digno da minha proteção.

— Será mesmo que errei em relação a você? — questionei a tela, encarando os olhos castanhos sérios.

— Posso entrar ou interrompo alguma coisa? — a voz de Elizabeth soou atraindo minha atenção direto para a porta.

Não esperava ela ali antes das oito, mas lá estava ela, vestindo um conjunto de seda preto, os cabelos molhados e o olhar penetrante e ainda sem nenhum resquício de sorriso.

Seduzida pelo MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora