Eu ainda estava apavorada, mesmo a casa sendo isolada e Cris me garantindo que era completamente segura, não conseguia relaxar e evitar de pensar no que aconteceu hoje.
Todos os tiros ainda ressoavam em minha mente, assim como o sangue derramado na sala e que eu sabia ser de Zoe. A pobre garota tinha sido atingida e quase morta por minha culpa, porque eu me casei e tive uma filha com um babaca com uma família de maníacos.
E eu não conseguia evitar de pensar que a qualquer momento seríamos atacados novamente, em qualquer instante uma chuva de tiros se iniciaria. Por isso assim que Cris me apontou os quartos eu deixei de lado o orgulho e perguntei.
— Você vem... vem comigo? — minha voz falhou ridiculamente, mas eu me mantive ali na sua frente, a última coisa que queria era estar sozinha no andar de cima se um novo ataque começasse.
Levou um longo momento e eu cheguei a pensar que ele diria que não, ou tentaria me fazer entender que estávamos seguros, mas ao invés disso ele abriu um sorriso e concordou com a cabeça já andando a minha frente com Angel no colo.
A casa era grande por dentro de uma forma que não parecia, as paredes de pedra do lado de fora escondiam uma sala e entrada decoradas de forma rustica, mas sem deixar de ser aconchegante, a escada de madeira se estendia a nossa frente e eu segui Cris rapidamente para o segundo andar.
— Esse vai ser o seu quarto, já equiparam com o que você vai precisar, só não tenho certeza se já trouxeram suas roupas. — ele me contou apontando para uma das três portas no corredor. — O da frente é o meu e o final do corredor é uma sala de monitoração.
— Tem alguém lá dentro? — perguntei com a dúvida se formando em minha mente, nesse momento o único que eu confiava era Cris.
— Não, somos apenas nós três essa noite. — ele abriu a porta do quarto me incentivando a entrar. A cama de dossel era maior do que eu imaginava e havia algumas sacolas ao pé da cama, para o meu alivio a janela ampla estava fechada e coberta com a cortina. — Pode ir à frente, vou ficar com Angel.
Ele se sentou na cama fazendo barulhinhos com a boca e arrancando risadas da minha filha, eu me virei entrando no banheiro, mas assim que cogitei fechar a porta medo me tomou.
Meu Deus, eu não queria ser aquela pessoa com medo de tudo, assustada e apreensiva, o tempo inteiro olhando por cima do ombro, e naquela semana Cris havia conseguido me livrar dessa paranoia, eu estava finalmente voltando a respirar quando essa merda aconteceu.
Indo contra tudo o que eu queria demonstrar nesse momento eu deixei a porta entreaberta, tirei a roupa rapidamente entrando no box e agradecendo quando a água quente cobriu meu corpo, me ajudando a relaxar.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei lá, mas quando eu saí Cris estava em pé perto da janela e Angel estava adormecida nos braços dele.
— Me desculpa, eu não quis demorar tanto...
— Você não demorou, ela só gostou de ser ninada enquanto conversávamos, acho que eu sou entediante. — um sorriso pequeno brotou em meus lábios. — Mas acho que a pequena precisa trocar a fralda, só não fiz porque... porque não tenho a menor ideia de como se faz isso, ela iria acabar com a fralda torta ou do lado contrário.
— Duvido muito. — sorri para ele, encarando o rosto divertido e sabendo que ele queria tirar minha cabeça dos problemas. — Pode me dar ela aqui, hoje vou te deixar descansar, mas amanhã te ensino a trocar fraldas.
Peguei Angel dos seus braços e a coloquei na cama, ouvindo os pequenos resmungos. Cris se abaixou pegando uma das sacolas e me estendendo um pacote da mesma marca de fralda que ela usa em casa, antes de se afastar.
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Seduzida pelo Mafioso
RomanceCris Rossi nasceu para ser o Don da Cosa Nostra, mas escolheu trocar de lugar com o irmão gêmeo e fugir dos seus deveres. Elizabeth, é uma CEO bem sucedida, que precisa de proteção para si e para sua filha. E faz questão de contratar a melhor equipe...