𝟎𝟐𝟎.

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Eu e Walker estávamos melhores do que imaginávamos. Eu nunca imaginaria um dia estar vivendo aquilo tudo com Walker. Mesmo sendo ainda muito recente, já parecia que vivíamos isso há anos. Acho que consigo dizer exatamente o porque.

Nós decidimos contar para nossos pais sobre nosso relacionamento e adivinhem só? Eles nem ficaram surpresos. Depois entramos nessa parte da história.

Já estávamos no quinto dia da viagem e depois de dois dias, já iríamos embora. Aqueles dias em que passei ao lado de Walker foram extremamente influenciáveis na minha vida e foram definitivamente os mais incríveis de todos os tempos.

— Walker, vai pegar água pra mim. — Ordenei, mexendo no celular.

— Por que não vai você?

Me virei para ele, o fuzilando com o olhar.

— O que você disse? — Perguntei.

— Desculpe. — Se levantou da cama, indo em direção a porta.

— Hum, acho bom.

Esperei Walker voltar com meu copo de água enquanto via alguns vídeos no Instagram, foi aí que aquilo aconteceu de novo. Minha cabeça começou a girar e minha visão ficou turva, me senti fora de mim mesma.

Quando percebi, já não via mais meu celular em minhas mãos. Soltei um pequeno grunhido e tentei me apoiar na ponta da cama, mas acabei caindo no chão. Aquele apitar na minha cabeça novamente... O que era aquilo?

Apoiei as mãos em minha cabeça como da primeira vez e tentei aguentar aquela situação toda. Ouvi a porta do quarto se abrindo.

— Definitivamente nunca mais desço lá sozinho de novo, estava um breu! Os adultos estão lá fora conversando mas a cozinha está totalmente escura e...

Walker parou de falar a partir do momento que me viu no chão. Largou o copo de vidro rapidamente, fazendo-o quebrar em pedacinhos.

— Hillary! — Gritou e andou até mim.

Ele não hesitou em segurar meus ombros.

— Hillary, fala comigo! — Pediu — Hillary, por favor, me escuta!

— Tem... — Tentei falar, mas o barulho ressoava cada vez mais alto — Tem um barulho muito alto...

— Mandy, mãe, pai! — Walker gritou o mais alto que pôde — Por favor, venham aqui, rápido! Ajuda!

O grito de Walker conseguiu ser alto o suficiente para todos os adultos da casa e inclusive Tanner e Leah aparecerem diante da porta.

— Hillary! — Minha mãe gritou, indo rapidamente até mim — Hillary, o que está acontecendo?

— Filha! — Meu pai ajoelhou em minha frente — Filha, você está conseguindo nos ouvir?

— O que está acontecendo com ela? — Leena perguntou, assustada.

— Não sei, Pete, pegue um copo de água para ela, rápido! — Heather ordenou.

— Hillary, fica comigo — Walker levantou minha cabeça, colocando uma almofada por trás — Por favor, me escuta!

— Walker, o que está acontecendo? — Minha mãe perguntou, desesperada — Você sabe de alguma coisa?

— Ela vem sentindo essas tonturas, Mandy — Falou — Me desculpe por não ter contado antes, ela me pediu. Eu realmente sinto muito.

— Oh, filha! — Minha mãe apoiou sua mão em mim — Hillary, por favor, acorde!

De repente, tudo começou a voltar ao normal para mim. Minha visão não estava mais tão turva e fui recobrando a consciência. Pete estendia um copo de água para mim que foi ajudado por minha mãe a colocar em minha boca.

— Calma, respire — Meu pai disse — Beba com calma.

Fui bebendo a água devagar até me sentir pelo menos um pouco melhor.

— Hill, você está bem? — Leena perguntou.

— Eu acho... Acho que...

— Não façam perguntas para ela agora, deixem ela recobrar a consciência direito. Ajudem a colocar ela na cama — Meu pai se levantou.

Walker me carregou e me deitou em cima da cama. Pus levemente a mão direita em minha testa.

— Tudo vai ficar bem — Walker levou sua mão até meu cabelo.

— Filha, quando você se sentir à vontade, pode me explicar o que aconteceu. — Mamãe segurou em minha outra mão — Sinta-se a vontade.

Limpei minha garganta, esperando apenas alguns minutos para começar a falar.

— A primeira vez que... Senti essas tonturas, foi no dia em que chegamos — Comecei — Algumas vezes nos outros dias, a tontura era leve, nada como isso que aconteceu.

— E você já teve isso outra vez, ou essa foi a primeira? — Heather perguntou, se sentando ao lado de minha mãe.

Demorei para responder.

— Sim. — Juntei minhas mãos — No primeiro dia.

Minha mãe e Heather trocaram um olhar.

— Isso é sério — Mamãe falou — Temos que te levar em um médico.

— Realmente — Papai passou sua mão pelo seu queixo — Por que não nos contou isso antes, Hill?

— Pare, William. Você mesmo disse que não era para fazer perguntas complexas para a menina. Deixe ela descansar, depois cuidamos disso.

— Isso é sério, Mandy — Cruzou os braços — Precisamos levar ela no médico urgentemente. Isso não é normal.

— É... — Esfregou seu braço — Vá descansar, filha. Depois nós conversamos. Walker, você fica com ela, não fica?

— Claro. — Assentiu.

— Descanse bem, Hill — Heather acariciou meu braço.

— Obrigada. — Sorri de leve.

Todos os adultos se retiraram do quarto e Leena e Tanner me desejaram melhoras, depois, foram embora também. Somente ficamos eu e Walker.

— Você tem certeza que está bem? — Perguntou, quebrando aquele silêncio ensurdecedor.

— Tenho — Balancei a cabeça — Eu tenho.

— Por que não me contou antes? Por que não me contou que continuava sentindo essas tonturas frequentemente?

— Porque eram leves, Walker.

— Mas e daí? Eu deveria saber.

— Não tinha importância, Walker.

— A sua vida importa pra mim — Me cortou — A sua vida importa pra mim, Hillary.

Suspirei.

— Me desculpa. Eu só achei que não fosse dar em nada.

Walker suspirou também e se deitou ao meu lado.

— O importante é que você está aqui comigo, agora. Está tudo bem.

— Eu realmente espero que fique.

𝐇𝐄𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑, walker scobell.Onde histórias criam vida. Descubra agora