𝟎𝟎𝟒.

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Fiquei na detenção por mais dois dias, pelo simples fato de ter fugido naquele dia que Walker decidiu aparecer de supetão e praticamente corroer mais uma vez meus pensamentos. Quando pude voltar para as aulas normalmente, eu mal olhava no rosto de duas pessoas: A primeira que vocês já devem saber quem é (obviamente), e a segunda, a minha querida professora de matemática.

Ela até tentou me perguntar como havia sido a detenção. Para não falar merda e ter que ir parar lá de novo, eu apenas fingi que não escutei. Agora, eu me encontrava sentada no chão do pátio com Momona. Para quem ainda está confuso sobre essa amizade, confesso que as vezes eu também fico, porque viramos amigas do nada.

Em um dia depois das férias de verão, eu estava andando pelos corredores da escola meio distraída com meus fones de ouvido e acabei esbarrando nela. Momona havia acabado de fazer uma escultura de cerâmica para a aula de artes e eu simplesmente havia destruído ela. Eu jurei que viraríamos inimigas pelo resto da vida, mas aconteceu o contrário.

10 DE SETEMBRO DE 2023.


Eu andava balançando minha cabeça no ritmo da música do The Weeknd que estava escutando e realmente não percebi quando me bati em uma garota segurando uma escultura de cerâmica. A escultura ainda semi molhada, caiu no chão e amassou por inteira. Eu e a tal garota só podíamos observar a escultura caída no chão de bocas abertas.

Tirei meus fones de ouvido e coloquei-os em volta do pescoço. Já não bastava a humilhação de ter destruído o trabalho de alguém, todos do corredor estavam olhando para a gente. Me abaixei e tateei a escultura, dizendo:

Ai, meu Deus! Mil perdões, menina...Eu... Eu não quis...

— Não, não... — A garota se abaixou, tentando limpar a sujeira no chão —  Não tem problema, eu... Eu consigo fazer outra.

Um funcionário de limpeza logo interrompeu o momento e começou a limpar o chão. Não podíamos ficar paradas e ajudamos o homem. Depois que a sujeira toda foi limpada, a garota de cabelos pretos pôs uma mão em sua testa.

— Olha, me desculpa mesmo. Essa não foi a minha intenção e... — Comecei a falar, mas ela me interrompeu.

— Não, não precisa pedir desculpas. A atrapalhada fui eu. Eu sabia que não deveria ter corrido com a escultura no colo, isso foi culpa minha. Eu consigo fazer outra melhor.

— Não foi culpa sua, eu também tive parte da culpa — Esfreguei as mãos — Eu não devia ter ficado na sua frente. Me desculpa mesmo.

Ela sorriu gentilmente para mim e colocou uma mão em meu ombro.

— É sério, acredita em mim. Você não foi a culpada disso. Pode ficar tranquila, o trabalho nem ficou tão bom assim. Apesar de tudo, meu nome é Momona! — Estendeu a mão para mim — E o seu?

— O meu nome é Hillary. Hillary Campbell.

— Momona Tamada. — Falou seu nome completo.

— Você é do segundo ano? — Perguntei — Eu nunca te vi por aqui.

— É, sou. — Sorriu — Eu sou, sim.


NOW.

E foi praticamente isso o que aconteceu. Depois disso viramos praticamente melhores amigas e sempre lanchávamos juntas. Começamos a frequentar uma a casa da outra e nisso, Momona já estava sabendo de toda a minha vida e eu da dela.

— Olha como eles são patéticos... — Momona mordeu um salgadinho com raiva, observando o grupo de Heather — Não sei como não tem vergonha.

— Eu prefiro nem olhar — Disse — Eu já cansei dessa palhaçada.

𝐇𝐄𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑, walker scobell.Onde histórias criam vida. Descubra agora