𝐇𝐄𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑, walker scobell.

𝟎𝟐𝟏.

Já haviam se passado algumas semanas depois do ocorrido e minha mãe já havia me levado em alguns médicos. Eu me sentia meio mal por isso, sabia que nada daquilo era culpa minha mas minha mãe tinha mais uma coisa para se preocupar além dos meus sintomas esquisitos: o bebê.

E sobre a escola? Estava correndo tudo bem. Walker voltou a ficar comigo na escola e eu me sentia cem por cento mais segura. Momona passou a andar com a gente também e antes que vocês me perguntem, ela já sabia do meu probleminha.

Heather e seu grupinho pareciam não se importar tanto com nós dois, mas eu percebia alguns olhares azedos da parte de Heather algumas vezes. Todos na escola já sabiam que eu e Walker estávamos namorando, e isso rolava algumas especulações e burburinhos entre as pessoas, mas nada que me afetasse. Também, aquele povo medroso da minha escola não teria coragem de vir falar na minha cara.

Estávamos sentados em um local do pátio, conversando. Hoje seria um dia muito difícil e esperado por mim. Os resultados dos meus exames sairiam.

— É hoje que os resultados dos seus exames vão sair, não é Hill? — Momo perguntou.

— É, confesso que estou um pouco nervosa. — Falei.

— Calma — Walker pôs sua mão em minha coxa — Vai ficar tudo bem.

Dei um pequeno sorriso para ele.

— Vamos mudar de assunto, né? — Momona disse — Acho que esse assunto pesou um pouco o clima.

— É, tem razão — Walker concordou — Gente, por acaso vocês sabem quando vai ser a próxima prova de matemática?

— Eu não posso te dizer — Momona deu de ombros — Sou muito mais velha que vocês.

— Eu acho, se não me engano, que vai ser daqui há duas semanas — Respondi.

— Eu odeio matemática. — Walker bufou.

— Igualmente.

*

Após chegar em casa, tomei um banho e vesti minhas roupas casuais. Mamãe e papai vieram almoçar junto comigo hoje por causa dos exames. Pela manhã, papai havia passado no hospital para pegar os resultados.

Quando desci as escadas, minha mãe já estava com o envelope na mão. Estávamos nervosos para saber o resultado, então cheguei perto deles o mais rápido que pude.

— E aí? A gente vai abrir agora? — Perguntei.

— Aham, vamos. — Mamãe assentiu.

Meu pai chegou mais perto de nós duas enquanto minha mãe abria o envelope. Senti minhas mãos suarem. O papel foi tirado de lá e minha mãe começou a lê-lo. Seus olhos se arregalavam cada vez mais.

— E aí, mãe? O que disse? — Minhas mãos tremiam cada vez mais ao aguardar aquele suspense todo.

2 WEEKS BEFORE.

— Walker — Suspendi minhas mãos para o ar.

— Sim?

— E se for algo grave? — Perguntei.

— O que?

— E se for algo grave?

— Não vai ser, Hill.

— Não, Walker. Eu não estou falando que vai ser, eu estou falando, e se?

— Você não pode pensar no pior.

— Walker, me responde.

Ele suspirou.

— E se, eu vou continuar ao seu lado independente de qualquer coisa.

NOW

— Mãe, fala! O que está dizendo?

Eu estava ficando mais nervosa do que nunca. Quando vi uma primeira lágrima descer pelo olho da minha mãe, tive certeza de que não era nada bom.

— Mandy, fala! — Meu pai insistiu.

— A Hillary... — Enxugou a lágrima de seu rosto — A Hillary está com um problema neurológico.