𝟎𝟐𝟐.

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A informação era muito chocante para mim. A única coisa que fiz foi ficar sem reação. Meu pai rapidamente tomou o exame das mãos de minha mãe e o leu rapidamente.

— Mas como isso é possível? — Perguntou, pondo a mão na testa e andando de um lado para o outro.

— Me dá esse exame aqui — Falei, com a voz trêmula.

O li com toda a atenção do mundo porque não podia acreditar que aquilo fosse verdade. E realmente era. Larguei o exame no chão e andei até o sofá, me sentando.

— O que vamos fazer agora, Mandy?! — Meu pai gritou.

— Eu não sei, William! Eu não sei! Essa situação é muito delicada, não vamos nos irritar agora e...

— A nossa filha está com um problema neurológico! A nossa filha, Mandy. Temos que fazer alguma coisa urgentemente.

Enquanto meus pais discutiam por trás de mim, eu pensava em toda a minha vida. Como aquilo foi acontecer? Por que justo eu? O que eu faria agora?

Já sei! — Minha mãe levantou da cadeira — Vou ligar para o Henrick, talvez ele ajude.

— Boa ideia — Meu pai concordou — Eu pego seu telefone.

Meus pais estavam tão nervosos com a situação que se esqueceram de verificar como eu estava. Eu não conseguia chorar, não conseguia expressar nenhum tipo de reação. Eu ainda estava em completo choque com aquela notícia.

— Aqui Mandy, seu celular.

Minha mãe segurou seu telefone e começou a andar pela sala, discando o número de Henrick.

— Alô, Henrick? Oi, aqui é a Mandy! Você pode falar agora?

Pensei em todos os meus amigos e pessoas importantes para mim. Pensei em como contaria isso para Momona e Walker. Como tia Heather ficaria ao saber disso. Como minha mãe daria conta da vida se preocupando comigo e com mais um serzinho que estava dentro de seu ventre. Como eu ficaria com tudo isso.

Meu pai se sentou ao meu lado e pôs suas mãos em meu ombro.

— Filha, vai ficar tudo...

— Não. — O cortei, sentindo as lágrimas preenchendo meus olhos — Não tenta falar isso, não vai adiantar nada.

— Olha, eu sei que ainda é tudo novo para você, mas eu garanto que eu e sua mãe vamos fazer o possível para te tirar dessa situação...

— Não vai ficar tudo bem, pai! — Me levantei do sofá — Como é que você pode dizer que uma pessoa que está com um problema neurológico vai ficar bem?! Esses comentários não vão me fazer ficar melhor, nada vai me fazer ficar melhor!

— Calma, Hillary.

— Calma?! — Percebi que já estava chorando — Você deve estar ficando louco, só pode ser isso.

Dei as costas para ele e corri para o meu quarto. Bati a porta fortemente e a tranquei. Tudo o que eu precisava agora era de um momento sozinha. Eu sabia que tinha sido grossa com meu pai, mas eu realmente não sabia como reagir a tudo isso.

Chorei descontroladamente. Todos os pensamentos mais ruins possíveis corriam pela minha cabeça e eu não sabia mais o que fazer, mesmo que tinha descoberto esse meu problema há no mínimo cinco minutos atrás. Avistei meu celular em cima da cama e só me fez lembrar do fato de ter que contar aquilo tudo para Momona e Walker.

Como eles ficariam com tudo aquilo?

*

Depois de pelo menos uma hora e meia chorando em cima da cama, acabei pegando no sono. Acordei com uma batida na porta de meu quarto. Eu realmente não estava com vontade de falar com ninguém agora, mas sabia que não podia ficar assim por muito tempo.

𝐇𝐄𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑, walker scobell.Onde histórias criam vida. Descubra agora