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A festa de Cameron era tudo que Ivy disse que seria

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A festa de Cameron era tudo que Ivy disse que seria. Metade da turma estava lá e os pais dele não pareciam estar em casa. As caixas de som praticamente vibravam, de tão alta que estava a música.

Ivy viu Dylan — o namorado dela — perto da mesa de pingue-pongue. Ela agarrou meu braço e nos aproximamos por trás dele, e Ivy passou os braços pelas costas do namorado.

— Achei você! — ela anunciou.

Dylan se virou, e eles se beijaram como se não tivessem se visto horas antes. Fiquei lá parada por um instante, antes de sair dali e ir até a piscina, me sentando na borda. Observando as estrelas. Enquanto eu as observava, Liam — um garoto da minha aula de biologia, que ficava tentando puxar assunto comigo — se sentou ao meu lado e disse:

— E aí, Smith?

Desde quando nos tratávamos pelo sobrenome? Desde nunca.

— E aí — respondi, tentando não olhar para ele.

— Está se divertindo? — perguntou, se apoiando em um dos cotovelos.

— Estou — menti.

— Você ainda está saindo com aquele cara com quem foi ao baile?

Olhei para ele um pouco indignada e neguei com a cabeça, desviando o olhar de novo.

— Não, uhn.. nós terminamos.

— Legal — respondeu e a palavra ficou pairando no ar.

Se ele se inclinasse um pouco, poderia me beijar e eu definitivamente não queria isso. Ele não era Walker, que fazia meu coração acelerar só com um olhar e um sorriso.

Liam estendeu a mão e mexeu no meu braço descontraidamente.

— Então, Smith, quem sabe a gente...

Eu me levantei de repente e disse a primeira coisa que me veio à cabeça.

— Caramba, preciso ir ao banheiro. Te vejo depois, Liam!

Sai dali o mais rápido possível, vi Ivy perto da porta e ela veio até mim.

— O que foi? — perguntou, segurando meu braço.

— Nada, só quero ir para casa. Vou pedir para meu irmão vir me buscar.

— Que papo é esse? Nós acabamos de chegar — ela falou, um pouco irritada.

— Só não estou afim de ficar aqui, tá legal?

Eu já estava de saco cheio de Ivy ficar me empurrando para cá e para lá, me vestindo como se eu fosse uma de suas bonecas mais maltrapilhas e sem graça. Já estava cansada de não poder confiar nela realmente e ver que eu não era alguém que ela realmente gostava, eu era só alguém para ela se distrair já que não tinha amigas. E agora eu entendia o porquê dela não ter amigas.

— Acho que já vi esse filme, Madelyn. Tem meses que você está deprimida, isso não é saudável.

— Eu só quero ir embora, pra que tanto drama? — Cruzei os braços e Ivy revirou os olhos.

— Olha, eu fiquei ouvindo você chorar por causa da Amélia e do Walker durante meses. Eu estou cansada disso, tá bom? Estou cansada de você e de seus dramas — Ivy aumentou o tom de voz, enfurecida.

Virei e me afastei, deixando para trás uma amizade que eu sabia muito bem que nunca foi verdadeira, não como a minha e de Leena.

Liguei para o meu irmão e ele veio me buscar imediatamente, sabendo que algo estava errado. Quando ele chegou, saiu do carro e me abraçou, sussurrando palavras de conforto.

Ao chegar em casa, fui direto para o meu quarto. Vesti uma camiseta larga, desfiz meu penteado, escovei os dentes e lavei o rosto. Então fui debaixo das cobertas e fiquei deitada, pensando. Pensei: então a vida agora é assim. Sem Amélia, sem Leena e sem os meninos.

Naquela noite, sonhei com Amélia e a casa de praia, e mesmo no sonho eu sabia exatamente como era tudo tão bom. Como era tudo tão certo. E não importa o quanto a gente faça ou o quanto a gente tente, não dá para impedir os sonhos.

 E não importa o quanto a gente faça ou o quanto a gente tente, não dá para impedir os sonhos

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𝐂𝐑𝐔𝐄𝐋 𝐒𝐔𝐌𝐌𝐄𝐑, 𝘞𝘢𝘭𝘬𝘦𝘳 𝘚𝘤𝘰𝘣𝘦𝘭𝘭 Onde histórias criam vida. Descubra agora