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FLASHBACK ON

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FLASHBACK ON

Quando Amélia nos deixava no shopping, sempre colocava Walker e Henry no comando e dizia:

— Tomem conta deles. Estou contando com vocês.

Certa vez, nos separamos no shopping, porque os meninos queriam ir para o fliperama e eu, não. Leena tinha ficado em casa já que não queria vir. Eu tinha oito anos na época. Falei que os encontraria na praça de alimentação uma hora depois. Fui direto para a loja de bibelôs de vidro. Os meninos nunca queriam ir lá, mas eu adorava. Fui de vitrine em vitrine. Eu gostava especialmente dos unicórnios. Queria comprar um, só unzinho, mas custava mais do que eu tinha. Não conseguia parar de olhar para o unicórnio. Peguei o bicho, coloquei de volta no lugar e peguei de novo. Antes que eu me desse conta, mais de uma hora havia se passado, quase duas. Corri para a praça de alimentação o mais rápido que consegui. Fiquei preocupada que os meninos fossem embora sem mim.

Quando apareci, Walker não estava lá. Henry e Tanner sentados perto do Taco Bell, contavam os tíquetes que tinham ganhado no fliperama.

— Onde você estava, Mads? — perguntou Henry, parecendo irritado.

Eu o ignorei.

— Cadê o Walker? — perguntei, ainda ofegante.

— Foi procurar você — disse Tanner. E se voltou para Henry: — Quer usar os nossos tíquetes pra comprar alguma coisa agora, ou quer guardar pra próxima vez?

— Vamos esperar — respondeu Henry — O cara disse que vão receber mais prêmios na semana que vem.

Walker apareceu mais tarde e me encontrou sentada com Henry e Tanner, tomando um sorvete de casquinha. Estava desesperado e parecia nervoso.

— Onde você se enfiou?! — disse — A gente ia se encontrar aqui às três!

— Na loja de bibelôs de vidro — sussurrei, o sorvete escorrendo na minha mão.

— Se alguma coisa acontecer com você, minha mãe me mata!

— Tinha um unicórnio na loja…

— Deixa pra lá. Tudo bem — ele se sentou ao meu lado — Nunca mais faça isso, Mads. De agora em diante, ficamos juntos. Certo?

— Tudo bem — concordei.

No meu aniversário, em agosto, Walker me deu um unicórnio de vidro. Não o pequeno, mas o grande, o mais caro. O chifre quebrou durante uma das brincadeiras de luta de Tanner e Henry, mas guardei o unicórnio mesmo assim. Eu o deixava em cima da minha cômoda. Como poderia jogar fora um presente daqueles?

FLASHBACK OFF

O som de risadas e vozes preenchia a casa de praia enquanto Henry, Tanner, Leena, Walker e eu nos reunimos para devolver à residência seu antigo charme. A bagunça temporária, resultado da quase venda e de meses sem limpeza, estava sendo substituída pela ordem e aconchego familiar. E tudo parecia estar voltando a ser como antes. 

Leena, empolgada, segurava um pano e começou a limpar a poeira de uma estante antiga.

— Pode acreditar que quase perdemos essa casa incrível? — ela disse, olhando para nós.

— Sorte que tudo deu certo no final — Henry disse.

Eu e Walker nos encontramos em um momento de silêncio enquanto organizamos alguns livros na estante.

— A casa está ficando ótima de novo — comentei, tentando manter o tom leve.

A casa sempre ficou ótima, mas sem Amélia, ficou um pouco suja pela falta de limpeza.

Walker ia falar alguma coisa, mas hesitou e depois sussurrou: — Mads, a gente pode ir para a praia mais tarde? Só eu e você? Precisamos conversar.

— Claro.

Olhei para ele, começando a ficar um pouco ansiosa sobre o que ele queria falar comigo. Seria algo ruim? Ou algo bom? E eu esperava que fosse a segunda opção.

 Seria algo ruim? Ou algo bom? E eu esperava que fosse a segunda opção

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𝐂𝐑𝐔𝐄𝐋 𝐒𝐔𝐌𝐌𝐄𝐑, 𝘞𝘢𝘭𝘬𝘦𝘳 𝘚𝘤𝘰𝘣𝘦𝘭𝘭 Onde histórias criam vida. Descubra agora