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— E então, aonde estamos indo? — perguntei a Henry, depois que buscamos Leena na casa dela

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— E então, aonde estamos indo? — perguntei a Henry, depois que buscamos Leena na casa dela. Tanner tinha resolvido ficar em casa para acalmar o pai e deixar as coisas mais calmas, já que Luke estava surtando. 

Tentei captar seu olhar, fazer com que ele me encarasse pelo menos por um segundo. 

— Não sei — respondeu — Não faço ideia de para onde pode ter ido. Eu tinha esperança de que você conseguisse pensar em alguma coisa.

 Leena olhou para mim e eu pensei por alguns segundos, até que tive uma ideia. 

— Será que ele não foi para Cousins? — perguntei, olhando para Leena. 

— Mas como? — ela falou, pensando na possibilidade. 

— De ônibus, provavelmente.

— Pode ser, até porque o cartão do meu pai sumiu. Ele não teria dinheiro para pagar a passagem. 

— Então, acho que vamos para Cousins esse ano, afinal — Henry disse, concentrado na estrada. 

Quando ele disse isso, coloquei o colar do infinito por baixo da minha camiseta. O pingente havia feito uma marca na minha mão de tão forte que o segurei. 

Por que fiz aquilo? Por que coloquei o colar? Não consigo explicar isso. Tudo o que eu sabia era que queria muito usá-lo. Ele parecia pertencer a mim. 

Me lembrei de Walker dizendo no verão passado que ia estar do meu lado infinitamente, e eu iria fazer isso por ele também. Porque, como ele mesmo disse antes de Amélia morrer, nós somos infinitos. 

(...)

Senti um aperto no peito quando chegamos. Leena saiu do carro feito um raio e Henry a seguiu. Demorei alguns segundos mas finalmente tomei coragem, saí do carro e subi os degraus da escada da frente. 

Foi estranho. A casa ainda tinha o mesmo cheiro. Eu não esperava por aquilo, foi algo que me trouxe uma sensação de nostalgia. Eu quase tive a esperança de ver Amélia andando de um lado para o outro à nossa espera, com um de seus vestidos de ficar em casa. 

Comecei a caminhar para a sala, já escutando a voz de Walker conversando com Leena e Henry. Quando cheguei na sala, apenas escutei Walker dizendo:

— Leena, a casa foi colocada à venda. 

Ao escutar essas palavras, meu coração parecia que ia sair pela boca. 

— Como assim a casa está a venda? — pronunciei,  intercalando o olhar de Walker para Leena e Henry. 

— O que você está fazendo aqui? — Walker perguntou, surpreso. 

Ele pareceu entrar em algum estado de transe, mas logo balançou a cabeça e olhou para Leena. 

— Então foi por isso que não atendeu e nem respondeu as minhas mensagens? — Leena falou, enquanto o braço de Henry estava em volta dela. 

— Leena… vamos perder a casa. A casa da mamãe — ele respondeu. Eu e Henry nos entreolhamos por um segundo e depois direcionamos o olhar para Walker novamente. 

— Por que seu pai venderia a casa? — perguntei, confusa. Realmente, eu não via motivo para o Luke querer vender a casa, já que era uma das coisas que Amélia mais gostava. 

— Não é ele. É a tia Grace — Walker  responde. 

— A irmã da Amélia? 

— Meia irmã — ele me corrige — Pelo visto a casa era delas duas, ai quando a mamãe… Agora a casa ficou para a tia Grace. 

— Então a gente fala para o papai e tenta encontrar uma solução — Leena falou, como se fosse óbvio. 

— Eu tentei fazer isso, mas ele disse que pela lei a casa é dela. 

— Há quanto tempo está me escondendo isso? — Leena perguntou, chateada pelo fato de ter que perder a casa e também por ele não ter contado nada a ela antes. 

— Leena, tá acontecendo muito rápido. Eu ia te contar depois de achar uma solução. 

— Tudo bem… e o que vamos fazer? 

— Eu não sei — Walker respondeu, parecendo desesperado. 

— Vamos pensar em uma solução… juntos — Henry pronunciou, olhando para nós três. Walker olhou para mim por alguns segundos e depois desviou o olhar, acenando. 

Olhei pela janela. O céu estava rosa e dourado. Pude sentir a tensão do dia se afastando de mim e indo para o mar, que eu conseguia ver muito bem. Queria guardar tudo aquilo na minha memória, caso não voltasse mais ali. Nunca sabemos qual será a última vez que veremos um lugar. Ou uma pessoa. 

 

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𝐂𝐑𝐔𝐄𝐋 𝐒𝐔𝐌𝐌𝐄𝐑, 𝘞𝘢𝘭𝘬𝘦𝘳 𝘚𝘤𝘰𝘣𝘦𝘭𝘭 Onde histórias criam vida. Descubra agora