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Ficamos sentados vendo TV por um tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro em silêncio

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Ficamos sentados vendo TV por um tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro em silêncio. 

Bocejei, e sem me dirigir a ninguém em especial, anunciei:

— Estou muito cansada. 

Assim que disse isso, me dei conta que realmente estava exausta. Embora tudo que eu tenha feito foi andar de carro, eu me sentia sem energia. 

— Vou dormir — digo, me levantando do sofá. 

— Boa noite — os três disseram, Walker olhou para mim e soltou um sorriso fraco. 

Depois de escovar os dentes, vesti um pijama e me deitei. Fiquei pensando se leria ou não um livro antes de dormir, quando alguém bateu na porta. 

— Pode entrar. 

Era Leena. Ela entrou, fechou a porta e se sentou do meu lado na cama. 

— E aí? — perguntou, baixinho. 

— E aí…  

— Mads, eu sinto sua falta — ela sussurrou, a voz saindo um pouco trêmula. 

— Eu também, foi péssimo ficar sem falar com você. 

— Me desculpa. É que depois do que aconteceu com a minha mãe… eu fiquei sem saber o que fazer ou como falar sobre isso com os outros. E acabei afastando você e também afastei um pouco o Henry — Leena parecia triste, e sem dizer mais nada, eu a abracei. 

— Está tudo bem — sussurrei, olhando para ela depois de nos afastarmos do abraço.

— E eu sei que o Walker também sente sua falta, ele ficou do mesmo jeito que eu quando minha mãe morreu — a voz dela saiu meio falhada ao falar a palavra “morreu”, como se não conseguisse acreditar que aquilo era real. 

Passamos a noite inteira conversando sobre o que aconteceu nos meses que ficamos sem se falar. E nada mudou entre a gente, nossa amizade ainda era a mesma de todos os outros anos. 

(...)

Desci as escadas vestida com um biquíni, e com uma toalha na mão. Eu só queria estar na água. Queria estar onde eu não precisasse pensar em nada, onde nada mais existisse. 

Empurrei a porta deslizante e fechei, joguei a toalha em uma espreguiçadeira e mergulhei. Não voltei à superfície imediatamente para respirar. Fiquei lá embaixo.

Quando subi à tona, senti como se pudesse respirar de novo, como se meus músculos estivessem relaxando. Nadei para lá e para cá, para lá e para cá. Ali, nada mais existia. Ali, eu não precisava pensar. A cada vez que eu mergulhava, prendia a respiração pelo máximo de tempo possível. 

Fiquei na piscina por mais uma hora. Quando levantei o rosto para tomar ar depois da última volta, percebi que Walker estava sentado na espreguiçadeira em que eu havia deixado minha toalha. Ele a estendeu para mim em silêncio.

Saí da piscina. De repente, estava tremendo. Peguei a toalha e a enrolei no corpo. 

— Você ainda finge que está nas Olimpíadas? — perguntou, olhando para mim.

Comecei a falar, então balancei a cabeça e me sentei ao lado dele.

— Não — respondi, e a palavra ficou pairando no ar — Não mais.

— Quando você nada... — começou ele. Achei que não fosse continuar, mas então completou: — Você não notaria se a casa estivesse pegando fogo. Você fica tão envolvida no que está fazendo que é como se estivesse em outro lugar.

Ele disse isso com um respeito relutante. Como se estivesse me observando fazia muito tempo, como se viesse me observando havia anos. O que, acho, ele vinha mesmo fazendo.

— É por isso que eu gosto.

— É por isso que eu gosto

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𝐂𝐑𝐔𝐄𝐋 𝐒𝐔𝐌𝐌𝐄𝐑, 𝘞𝘢𝘭𝘬𝘦𝘳 𝘚𝘤𝘰𝘣𝘦𝘭𝘭 Onde histórias criam vida. Descubra agora